[Macronoroeste-campinas] E-mail de compilação para eurecacampinas em googlegroups.com - 2 mensagens em 2 tópicos
eurecacampinas em googlegroups.com
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Quarta Julho 4 23:22:47 CEST 2012
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Resumo do tópico de hoje
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Grupo: eurecacampinas em googlegroups.com
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- ABRAÇOS GRÁTIS - LOUVEIRA [1 atualização]
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- [Sem assunto] [1 atualização]
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Tópico: ABRAÇOS GRÁTIS - LOUVEIRA
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De: Daniel Tranza Negra <daniel100nostalgia em gmail.com>
Data: Jul 04 09:08AM -0300
URL: http://groups.google.com/group/eurecacampinas/msg/531bc0d4bcf2de53
O Prazer e a Felicidade
Arnaldo Jabor
Eu escrevia um artigo sobre a felicidade como obrigação do mercado, quando
li o texto de Contardo Calligaris na *Folha*, que citava uma pesquisa sobre
o tema, chamada "Procurar a felicidade pode fazer as pessoas felizes?".
Diz um trecho da pesquisa: "Espera-se que aqueles que buscam a felicidade
alcancem resultados benéficos. Não necessariamente (diz a pesquisa) porque
quanto mais valorizam a felicidade, mais poderão se decepcionar."
Eu penso: que felicidade? A de ontem ou a de hoje?
Antigamente, a felicidade era uma missão a ser cumprida, a conquista de
algo maior que nos coroasse de louros; a felicidade demandava "sacrifícios".
Hoje, o mercado demanda uma felicidade dinâmica e incessante, como uma
"fast-food" da alma. O mundo veloz da internet, do celular, do mercado
financeiro nos obriga a uma gincana contra a morte ou velhice. Ser
deprimido não é mais "comercial". É impossível ser feliz como nos anúncios
de margarina, é impossível ser sexy como nos comerciais de cerveja.
A felicidade hoje é "não" ver. Felicidade é uma lista de negações. Não ter
câncer, não ler jornal, não olhar os mendigos na rua, não ter coração. A
felicidade é ter bom funcionamento. Há décadas, McLuhan falou que os meios
de comunicação são extensões de nossos braços, olhos e ouvidos. Hoje, nós é
que somos extensões das coisas. Fulano é a extensão de um banco, sicrano
comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador.
Felicidade é ser desejado, é entrar num circuito comercial de sorrisos e
festas e virar um objeto de consumo.
Sem a promessa de eternidade, tudo vira uma aventura. Em vez da felicidade,
temos o gozo rápido do sexo em vez do longo sofrimento gozoso do amor.
O amor hoje é o cultivo da "intensidade" contra a "eternidade". Aí, a dor
vem como prazer, a saudade como excitação, o instante como eterno.
Por isso, perdemos esperanças de plenitude e celebramos sonhos efêmeros.
Bem - dirão vocês - resta-nos o amor... Mas, onde anda hoje em dia, esta
pulsão chamada "amor"? O amor não tem mais porto, não tem onde ancorar, não
tem mais a família nuclear para se abrigar. O amor ficou pelas ruas, em
busca de objeto, esfarrapado, sem rumo. Não temos mais músicas românticas,
nem "olhos de ressaca", nem o formicida com guaraná. É o fim do "happy
end". Mas, mesmo assim, continuamos ansiando por uma felicidade impalpável.
Por isso, em vez da felicidade, cresce o império do prazer.
Mas o prazer pode nos dar culpa e a culpa pode dar prazer. Os masoquistas
sabem disso: todo prazer será castigado. O prazer deixa muito a desejar, o
prazer nos deixa insatisfeitos porque acaba logo. O prazer sempre demanda
mais prazer, orgias mais perversas, drogas mais alucinantes. O prazer não
quer ter fim. A felicidade é analógica e o prazer digital. A felicidade
ficou chata, tem de ser administrada, e é feita também de sofrimentos e
dúvidas. O prazer não; pega, mata e come. As caras das revistas ostentam
uma gargalhada eterna. O prazer quer botar o mundo para dentro, sugar,
comer a vida como um pudim, pela boca, por todos os buracos. Prazer é
"cool". Felicidade é careta.
Mas o prazer (infelizmente) precisa da proibição. Antigamente, tínhamos
pecados perfumando os prazeres, mas hoje ficou tudo no instante pleno,
principalmente no sexo, para substituir frustrações políticas e sociais.
Nosso prazer anda muito exclusivista; o chamado "outro" não passa de um
pretexto para nosso narcisismo masturbatório.
Aliás, o vício solitário é bem seguro. A punheta é onisciente e gira em
todas as direções, é um caleidoscópio de mulheres ou de homens. Não me
refiro à mera "coça na miúda", nem no "estrangulamento do pele-vermelha",
mas à masturbação na alma, ao narcisismo de seres perdidos num deserto de
possibilidades sem-fim. Em meio a tanta liberdade, nunca fomos tão
solitários. A masturbação existe até no grande amor romântico, onde os dois
narcisismos se beijam, se arranham, mas não se comunicam. Cada vez mais o
parcial, o fortuito é gozoso. Só o parcial nos excita. Temos de parar de
sofrer por uma plenitude que nunca alcançamos.
Não há mais "todo"; só partes. Não se chega a lugar nenhum porque não há
onde chegar. A felicidade não é sair do mundo, como privilegiados seres,
como estrelas de cinema, mas é entrar em contato com a falta de sentido de
tudo. Usamos uma máscara sorridente, um disfarce para nos proteger desse
abismo. Mas esse abismo é nossa salvação. A aceitação do incompleto é um
chamado à vida. Temos de ser felizes sem esperança.
Mas aí, dirá o leitor mais sábio e, talvez, mais velho: "Sim, mas e a
contemplação calma da natureza, os lagos dourados, as flores e as crianças
correndo, e as auroras, os céus estrelados? E a arte? Isso não é prazer?"
Sim, sim, mas por trás dessa calma contemplação de auroras e belezas,
florestas e oceanos, há um ensaio para o fim, há o preparo para o maior
prazer de todos, há a saudade oculta de algo que está mais além da vida, ou
antes dela. Entre flores e lagos dourados contemplamos nosso fim. É uma
saudade não sabemos de quê...
É um prazer além do prazer (v. Freud), é o prazer da matéria. A matéria
quer paz. Nós somos um transtorno para a matéria que quer voltar a seu
silêncio. A vida e o prazer enchem o saco da matéria que é obrigada a nos
suportar. A matéria olha nossos arroubos de vida e espera pacientemente que
acabe a valentia para voltarmos ao prado, à grama, à terra, ao sossego da
tumba. Mais além do princípio do prazer, está a invencível vontade de
morrer. Somos sonhados pela matéria da qual somos apenas um tremor, um
despautério, uma agitação banal. A matéria nos sonha com tanta perfeição
que pensamos que temos espírito.
O prazer da matéria é paciente. Só sentiremos um grande prazer quando não
estivermos mais presentes.
Em 2 de julho de 2012 11:22, Camila Cristina Soares <
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*DANYEL**** TRANZA****NEGRA
**Tocando Música, trocando idéia***
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Tópico: [Sem assunto]
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De: ana sueli <anasuelidossantos em yahoo.com.br>
Data: Jul 04 02:32AM -0700
URL: http://groups.google.com/group/eurecacampinas/msg/adfb00d4b9f406bb
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