[Macronoroeste-campinas] Caiu a casa para o PSDB: os escândalos das privatizações de FHC e Serra vem à tona!

PONTOS SP - Robson Sampaio reductio.ad.ethos em gmail.com
Segunda Dezembro 12 15:15:30 CET 2011


Caiu a casa para o PSDB: os escândalos das privatizações de FHC e
Serra vem à tona!



A “Privataria tucana”, de Amaury Ribeiro Jr., chega às bancas.
CartaCapital relata o que há no livro.

Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista
Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas
das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso.

Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”,
resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter que durante a
campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um
grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de
políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e
tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial Na
edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, CartaCapital traz um
relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 publicado
pela Geração Editorial e uma entrevista com autor (reproduzida
abaixo).

A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e
pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas
os arquivos da CPI do Banestado.

José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do
ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias
financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.

Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a
“privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a
filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e
marido de uma prima, Gregório Marín Preciado.

Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do
Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de
Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa
engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais
para esconder os recursos desviados da privatização.

O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam
depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do
consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI,
na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas.
Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio
de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de
Serra tirou ou internou no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de
dólares em três anos.

A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do
banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação:
a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por
causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um
contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi
revelada por CartaCapital em 2010, Verônica teve acesso de forma
ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição
financeira.

Na entrevista a seguir, Ribeiro Jr. explica como reuniu os documentos
para produzir o livro, refaz o caminho das disputas no PSDB e no PT
que o colocaram no centro da campanha eleitoral de 2010 e afirma:
“Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”.

CartaCapital: Por que você decidiu investigar o processo de
privatização no governo Fernando Henrique Cardoso?

Amaury Ribeiro Jr.: Em 2000, quando eu era repórter de O Globo, tomei
gosto pelo tema. Antes, minha área da atuação era a de reportagens
sobre direitos humanos e crimes da ditadura militar. Mas, no início do
século, começaram a estourar os escândalos a envolver Ricardo Sérgio
de Oliveira (ex-tesoureiro de campanha do PSDB e ex-diretor do Banco
do Brasil). Então, comecei a investigar essa coisa de lavagem de
dinheiro. Nunca mais abandonei esse tema. Minha vida profissional
passou a ser sinônimo disso.

CC: Quem lhe pediu para investigar o envolvimento de José Serra nesse
esquema de lavagem de dinheiro?

ARJ: Quando comecei, não tinha esse foco. Em 2007, depois de ter sido
baleado em Brasília, voltei a trabalhar em Belo Horizonte, como
repórter do Estado de Minas. Então, me pediram para investigar como
Serra estava colocando espiões para bisbilhotar Aécio Neves, que era o
governador do estado. Era uma informação que vinha de cima, do governo
de Minas. Hoje, sabemos que isso era feito por uma empresa (a Fence,
contratada por Serra), conforme eu explico no livro, que traz
documentação mostrando que foi usado dinheiro público para isso.

CC: Ficou surpreso com o resultado da investigação?

ARJ: A apuração demonstrou aquilo que todo mundo sempre soube que
Serra fazia. Na verdade, são duas coisas que o PSDB sempre fez:
investigação dos adversários e esquemas de contrainformação. Isso
ficou bem evidenciado em muitas ocasiões, como no caso da Lunus (que
derrubou a candidatura de Roseana Sarney, então do PFL, em 2002) e o
núcleo de inteligência da Anvisa (montado por Serra no Ministério da
Saúde), com os personagens de sempre, Marcelo Itagiba (ex-delegado da
PF e ex-deputado federal tucano) à frente. Uma coisa que não está no
livro é que esse mesmo pessoal trabalhou na campanha de Fernando
Henrique Cardoso, em 1994, mas sob o comando de um jornalista de
Brasília, Mino Pedrosa. Era uma turma que tinha também Dadá (Idalísio
dos Santos, araponga da Aeronáutica) e Onézimo Souza (ex-delegado da
PF).

CC: O que você foi fazer na campanha de Dilma Rousseff, em 2010?

ARJ: Um amigo, o jornalista Luiz Lanzetta, era o responsável pela
assessoria de imprensa da campanha da Dilma. Ele me chamou porque
estava preocupado com o vazamento geral de informações na casa onde se
discutia a estratégia de campanha do PT, no Lago Sul de Brasília.
Parecia claro que o pessoal do PSDB havia colocado gente para roubar
informações. Mesmo em reuniões onde só estavam duas ou três pessoas,
tudo aparecia na mídia no dia seguinte. Era uma situação totalmente
complicada.

CC: Você foi chamado para acabar com os vazamentos?

ARJ: Eu fui chamado para dar uma orientação sobre o que fazer,
intermediar um contrato com gente capaz de resolver o problema, o que
acabou não acontecendo. Eu busquei ajuda com o Dadá, que me trouxe, em
seguida, o ex-delegado Onézimo Souza. Não tinha nada de grampear ou
investigar a vida de outros candidatos. Esse “núcleo de inteligência”
que até Prêmio Esso deu nunca existiu, é uma mentira deliberada. Houve
uma única reunião para se discutir o assunto, no restaurante Fritz (na
Asa Sul de Brasília), mas logo depois eu percebi que tinha caído numa
armadilha.

CC: Mas o que, exatamente, vocês pensavam em fazer com relação aos vazamentos?

ARJ: Havia dentro do grupo de Serra um agente da Abin (Agência
Brasileira de Inteligência) que tinha se desentendido com Marcelo
Itagiba. O nome dele é Luiz Fernando Barcellos, conhecido na
comunidade de informações como “agente Jardim”. A gente pensou em
usá-lo como infiltrado, dentro do esquema de Serra, para chegar a
quem, na campanha de Dilma, estava vazando informações. Mas essa ideia
nunca foi posta em prática.

CC: Você é o responsável pela quebra de sigilo de tucanos e da filha
de Serra, Verônica, na agência da Receita Federal de Mauá?

ARJ: Aquilo foi uma armação, pagaram para um despachante para me
incriminar. Não conheço ninguém em Mauá, nunca estive lá. Aquilo faz
parte do conhecido esquema de contrainformação, uma especialidade do
PSDB.

CC: E por que o PSDB teria interesse em incriminá-lo?

ARJ: Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo
de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em
mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado,
começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam.
Entrou em pânico. Aí partiram para cima de mim, primeiro com a
história de Eduardo Jorge Caldeira (vice-presidente do PSDB), depois,
da filha do Serra, o que é uma piada, porque ela já estava
incriminada, justamente por crime de quebra de sigilo. Eu acho,
inclusive, que Eduardo Jorge estimulou essa coisa porque, no fundo,
queria apavorar Serra. Ele nunca perdoou Serra por ter sido colocado
de lado na campanha de 2010.

CC: Mas o fato é que José Serra conseguiu que sua matéria não fosse
publicada no Estado de Minas.

ARJ: É verdade, a matéria não saiu. Ele ligou para o próprio Aécio
para intervir no Estado de Minas e, de quebra, conseguiu um convite
para ir à festa de 80 anos do jornal. Nenhuma novidade, porque todo
mundo sabe que Serra tem mania de interferir em redações, que é um
cara vingativo.
Postado por André Lux às 21:28

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