[Solar-general] Gates regula nossos animos?

Mie Mayo 11 20:15:01 CEST 2005

Uma avançada de Gates e tudo volta ao normal 

A falta de senso político leva as relações das pessoas ao esvaziamentoe,
em geral, ao isolamento dos seres. Os conflitos existentes dentro da
comunidade Software Livre em alguns momentos desanimam participantes. As
disputas que permeiam a esfera dos programadores são saudáveis e até
mesmo necessárias, porque suscitam o desenvolvimento de distribuições
mais eficientes e robustas. Porém, algumas rivalidades envolvendo
articuladores, filósofos e políticos do meio raramente resultam em algo
efetivo e servem em alguns casos unicamente para a desmobilização.
Afinal, o pensamento tecnológico articula, modela e estrutura o mundo
contemporâneo. Ainda bem que existe o lance de que apenas no mundo do
código aberto é possível a união de dois inimigos na mesma causa, ou
seja, no compartilhamento de conhecimento.

No Congresso Internacional do Software Livre - Conisli do ano passado em
São Paulo, começando a trabalhar no segmento a pouco tempo, tive uma
conversa interessantíssima com o italiano Enrico Zini, que esclareceu
alguns pontos sobre as comunidades Software Livre. Exemplo clássico que
ele comentou: "é possível encontrar um programador palestino e outro
isaraelense colaborando no mesmo projeto, sem nem mesmo saberem". A
primeira idéia que se tem do movimento é confusa. Imagine, milhares de
programadores espalhados pelo mundo, desenvolvendo programas e liberando
o código do trabalho, rivalizando para desenvolver a melhor distribuição
Linux. Em suma, vivendo num espaço paralelo da sociedade padronizada. O
que me intrigava e até agora me desperta questões é a questão relativa
ao lucro. De fato, essas situações existem e criam polêmicas homéricas.
Vide o burburinho causado pelo PC Conectado e a escolha das empresas
prestadoras de serviço. Até o momento o projeto ainda engatinha. 

Existem espaços muitos conflituosos, no campo teórico, claro, nas listas
de discussão que não levam a nada. Acarretam apenas desgaste pessoal
entre lideranças que atuam do mesmo lado. Enfim, a boa e velha política
do troca-troca, o jogo de egos e a disputa pelo poder atuam nesta
esfera. Sabemos que se não fosse a briga entre Bil Gates e Steve Jobs
hoje talvez tivéssemos o monopólio absoluto da Microsoft. No entanto,
desde que tomei conhecimento das questões tecnológicas do software livre
uma das coisas que me saltou aos olhos foi justamente os momentos em que
as comunidades deixam de ser comunidade e passam a ser praticamente auto
sabotadores. Isso pode afastar as pessoas interessadas em começar a
rodar os sistemas abertos, que se assustam e passam a taxar o movimento
de bando de lunáticos.

Mas eis que depois de um final de semana tumultuoso, o movimento recebe
um certo baque e volta a ser uma unanimidade de força contra o principal
inimigo. Pois é, Bill Gates age no silêncio. Em entrevista publicada
segunda feira no News.Com, Gattes confirma que encontrou-se no final de
março com Steve Ballmer , Red Hat CEO, e demonstrou entusiasmo na
possibilidade de trabalhar com a empresa. Simultaneamente, IBM e Dell
começam a investir na Red Hat. Após a campanha da Microsoft de crítica
aos produtos Linux , "Get The Facts", Gates ensaia uma aproximação ao
mesmo tipo de tecnologia que defenestrou anteriormente.

E a comunidade volta a se unir, porque vê na ação uma maneira da
corporação de software proprietário se infiltrar e acentuar os conflitos
internos do Software Livre.

Josi Quevedo- Editora-Chefe Infomedia TV
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 Fabiana Iglesias
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