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Quarta Março 5 22:29:50 CET 2014


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Resumo do tópico de hoje
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  - Campanha da Fraternidade A nossa responsabilidade pelo tráfico de pessoas [1 atualização]
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Tópico: Campanha da Fraternidade A nossa responsabilidade pelo tráfico de pessoas
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De: Gerardo Melo <gerardommelo em gmail.com>
Data: Mar 05 05:51PM -0300
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[image: Imagem inline 2]

Campanha da Fraternidade:

*A nossa responsabilidade pelo tráfico de pessoas*

Blog do Sakamoto/UOL

Leonardo Sakamoto

05/03/2014 17:10

*Escrevi com Xavier Plassat, frei dominicano e coordenador da campanha pela
erradicação do trabalho escravo da Comissão Pastoral da Terra, ligada  à
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, um texto para o lançamento da
Campanha da Fraternidade 2014, nesta quarta (5), cujo tema é o combate ao
tráfico de seres humanos. *

*Independente de concordar ou não com as políticas e posições da Igreja
Católica, o fato é que uma campanha com essa temática merece o nosso apoio.
Ainda mais com a capilaridade com que conta a instituição, podendo levar e
discutir a mensagem, alertando milhões de pessoas sobre as redes de
tráficos de seres humanos para o trabalho escravo, a exploração sexual, a
remoção forçada de órgãos, entre outras aberrações. Para uma mudança
concreta, é claro que não basta informação sem uma real melhoria da
qualidade de vida das potenciais vítimas, sejam elas brasileiras ou
estrangeiras. Mas este é um passo importante. Segue o texto:*

Filho do patriarca Jacó, José é a primeira figura bíblica vítima do tráfico
humano. José ainda pode ser encontrado em qualquer esquina do nosso mundo
global. Seu nome é Sikandar, Miriam, Juan, Pedrito, Luizinha, Jerry. Seu
exílio (ou inferno) chama-se Doha, Belo Monte, Dacca, Brás, Codó,
Barcelona, General Carneiro, Guarulhos, Lampedusa.

José está vivo. Escondido, invisível, traficado feito mercadoria,
acorrentado pelo medo, instrumentalizado para o lucro fácil, preso nos
tentáculos de um velho-novo crime. Tráfico e escravidão permaneceram vivos,
transformando-se e ganhando novas características que os diferenciam do
passado. A finalidade é a mesma: alguém lucra, alguém é explorado.
Intermediários viabilizam o sistema. Cúmplices garantem sua
sustentabilidade. As modalidades são variadas: exploração sexual, trabalho
análogo ao de escravo, servidão, remoção ilegal de órgãos, casamento
forçado, entre outras.

A escravidão tem na atualidade um peso nunca visto na história da
humanidade. Não por acaso: aprendemos a transformar tudo em mercadoria e
nos conectamos globalmente, transformando o mundo em um único e grande
supermercado. A Organização Internacional do Trabalho estima em 21 milhões
o número de vítimas, tanto homens como mulheres, um em cada quatro com
menos de 18 anos.

*Trabalhadores libertados no Pará (Foto: :João Ripper/Imagens humanas)*

No Brasil, para onde foram traficados 5 milhões de africanos, com o amparo
da lei e a bênção da religião, a forma mais visível deste tráfico ainda é o
trabalho escravo, presente sob as modalidades do trabalho forçado, da
servidão por dívida, da jornada exaustiva e do trabalho em condições
degradantes. As vítimas são aliciadas em bolsões de pobreza, dentro e fora
do país. Nos últimos 20 anos foram libertadas 47 mil delas, em dois mil
estabelecimentos de mais de 600 municípios. No campo, destaque para a
pecuária, as lavouras do agronegócio e carvoarias. Nas cidades, a
construção civil e oficinas de confecção. Para a exploração sexual, as
informações quantitativas são precárias. O Brasil é tido como um dos
grandes exportadores de mulheres a serem exploradas sexualmente,
particularmente na Europa.

Por aqui, a mobilização contra a escravidão contemporânea iniciou-se nos
anos 1970, destacando-se a figura do bispo Pedro Casaldáliga e a atuação
incansável da Comissão Pastoral da Terra. Acolheram fugitivos e tornaram
públicas denúncias de trabalhadores escravizados em plena floresta
amazônica. A pressão em fóruns nacionais e internacionais acabou obrigando
o Estado a assumir, em 1995, a causa da erradicação. A partir da
ratificação do Protocolo de Palermo, tratado internacional sobre o tráfico
de pessoas, em 2004, o Brasil adotou uma política nacional de enfrentamento
a esse crime.

A invisibilidade das práticas do tráfico e a cegueira de muitos são algumas
das dificuldades para avançar no combate a esse crime. Há quem teime em
negar sua realidade, a exemplo de ruralistas em sua busca para esvaziar o
conceito legal e a política nacional de combate ao trabalho escravo.

Face à idolatria que sacrifica a dignidade e a liberdade no altar do lucro,
ressoa a pergunta feita a Caim: "Onde está teu irmão?" Sim, o escândalo
ainda perdura, com o José bíblico renascido sob outros nomes. De nós
depende que ele possa sair da invisibilidade, levantar-se, conquistar seus
direitos. Oportunamente este é o desafio proposto à sociedade pela Campanha
da Fraternidade lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
"Tráfico humano e Fraternidade" é seu lema.

E, você, que veste as roupas produzidas por tantos Josés, come o fruto de
seu trabalho e mora em residências erguidas por suas mãos, saberia
responder onde, neste momento, está teu irmão e tua irmã?

*Texto publicado originalmente no jornal Gazeta do Povo
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1451768&tit=Campanha-da-Fraternidade-onde-esta-teu-irmao>.
*





http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2014/03/05/campanha-da-fraternidade-a-nossa-responsabilidade-pelo-trafico-de-pessoas/


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