[Macronoroeste-campinas] Migração segue em ritmo acelerado nos órgãos federais

PONTOS SP - Robson Sampaio reductio.ad.ethos em gmail.com
Sexta Abril 1 15:50:01 CEST 2011


*Representantes de 91 órgãos do Governo Federal se encontram durante o 2º
Planejamento Estratégico de Implementação do Software Livre. Acompanhe
resultados da pesquisa sobre migração*

*fonte http://www.softwarelivre.gov.br/noticias/balanco
*

Representantes de 91 órgãos do Governo Federal se reúnem, nesta quinta-feira
e sexta-feira (07 e 08/10), durante o 2º Planejamento Estratégico de
Implementação do Software Livre. O objetivo é fazer um balanço deste ano e
definir as ações prioritárias para implementação do software livre na
administração federal em 2005. O primeiro planejamento foi feito em outubro
de 2004 e reuniu 55 órgãos.

Na avaliação do presidente do ITI, órgão coordenador do Comitê de
Implementação de Software Livre, Sérgio Amadeu, a evolução está acontecendo
conforme o planejado. O crescimento de mais de 60% de órgãos participantes
no próprio planejamento comprova que a fase de sensibilização dos servidores
técnicos ligados à área de TI da administração foi realizada com sucesso.
“Agora estamos no momento das migrações de servidores e das estações de
trabalho. No próximo ano vamos iniciar a migração dos sistemas
estruturadores que estejam impedindo a migração total dos ministérios para a
plataforma aberta ou novos desenvolvimentos em software livre”, afirma
Amadeu.

  DADOS

Para dar subsídios às decisões a serem tomadas durante o planejamento deste
ano foi solicitado que os membros do CISL respondessem a um levantamento
sobre o processo de implementação de Software Livre em seus órgãos, com foco
em seis pontos principais: sensibilização, capacitação, interoperabilidade,
aspectos econômicos, fomento e informações técnicas.

A análise das respostas dos 88 questionários recebidos ao longo do mês de
setembro deixa claro que avanços significativos foram alcançados. Segundo
Amadeu, “saímos de um total aprisionamento aos softwares proprietários para
uma situação em que as áreas de TI perceberam que o uso do software livre
pode ser uma alternativa real para solucionar seus problemas.”

A pesquisa identificou que 46 sistemas ou serviços foram migrados, 63
sistemas ou serviços novos foram implantados em SL, 37 órgãos desenvolverão
algum sistema em SL para 2005 e 54 sistemas estão em pleno desenvolvimento.

Além disso, a pesquisa aponta que, quanto à etapa de sensibilização, 68% dos
órgãos que responderam a sondagem mobilizaram sua equipe técnica para
conhecer o software livre, sendo que 38% desses treinaram suas equipes para
adotar a nova solução.

Em relação à capacitação, em torno de 52% dos órgãos afirmam que seus
técnicos têm conhecimento do básico ao avançado em administração de redes,
cerca de 60% das equipes têm conhecimento em suporte a ferramentas de
escritório livres e instalação de sistemas operacionais. No desenvolvimento
de sistemas o percentual atinge 52%.

Sobre a economia que a adoção do SL gerou até o momento nos órgãos, a
pesquisa constatou que os recursos públicos estão sendo aplicados já
resultando em redução de custos para o Governo Federal. Dos 15 órgãos que
responderam este item do questionário, constatou-se a economia de R$
28.534.457,00 em licenças desde que o SL foi implantado. Em uma comparação
de custo entre as soluções livres e similares proprietárias, os seguintes
números foram obtidos: Livres R$ 768.050,00 Proprietários R$ 24.814.395,00

Na questão da interoperabilidade, 27% construíram portais acessíveis a todos
os navegadores de web. Do total dos pesquisados, apenas 8% efetivaram norma
interna definindo padrões de interoperabilidade para troca de documentos.
Parte desse problema deverá ter solução com a adoção do e-PING.

A pesquisa apurou, ainda, a existência de 46% de serviços em servidores
migrados para plataforma livre, principalmente DNS, Correio Eletrônico,
Proxy, Firewall, Groupware e WebMail. Do total informado, 322 serviços são
processados em plataforma livre e 370 em plataforma proprietária.

Embora tenha se observado avanços, o item capacitação foi considerado ainda
o maior entrave ao processo de migração por 74% dos órgãos. O segundo
entrave citado por 69% dos órgãos é a existência do grande legado, que
atrasa o avanço da migração.

  OS AVANÇOS

 Um dos processos de migração quase finalizados é o do Ministério das
Cidades <http://www.cidades.gov.br/>. Segundo o Coordenador-Geral de
Modernização e Informática, Gustavo Noronha, o maior esforço empregado está
nas áreas de suporte e infra-estrutura, o que acarreta a elevação inicial
dos custos nesses quesitos e causa alguns transtornos temporários. O
resultado final, no entanto, é um serviço melhor. Além disso, a economia no
desktop foi significativa. Segundo Noronha, foram adquiridas no início deste
ano 150 máquinas novas sem software instalado. Se considerarmos apenas o
pacote de escritório proprietário, essa medida representou uma economia de
aproximadamente R$ 225.000,00, sem computar a inclusão de anti-vírus e
outras ferramentas necessárias. No campo dos servidores, o Ministério abriu
mão de um firewall que custava algumas centenas de milhares de reais e
adotou uma solução livre, informou Noronha.

Outro exemplo de iniciativa de migração que caminha a passos largos é o da
Dataprev, que já tem quase 500 servidores utilizando programas de código
livre. Nos últimos meses, foi feita a substituição por servidores de arquivo
livre na rede da Previdência. O gerenciador de fontes e objetos, além do
gerenciamento da própria rede, foram trocados por programas livres adaptados
às necessidades da empresa.

A Previdência <http://www.previdenciasocial.gov.br/> teve o cuidado de
adotar um programa de treinamento denominado “Programa de Software Livre”
para formar quadro de instrutores para atuar no auxílio aos usuários.

  SISTEMAS ESTRUTURADORES

Enquanto a implantação de software livre avança no ambiente de servidores de
serviços e nas estações de trabalho, reduzindo os custos com licenças em
pelo menos R$ 1.100 por computador, este avanço tem sido bem mais lento nos
sistemas estruturadores. O governo concentra seus sistemas, principalmente
nas empresas públicas que prestam esses serviços como Serpro e Dataprev.

A própria Previdência <http://www.previdenciasocial.gov.br/> é um exemplo
claro da maior dificuldade para que a adoção do paradigma do software livre
ocorra plenamente, em função do volume de dados que armazena. Para se ter
uma idéia, a Dataprev processa, mensalmente, a folha de pagamento de cerca
de 22,5 milhões de beneficiários, com a média de 5 milhões de impressões.
Recebe 2 milhões de acessos à internet por mês e administra o fluxo de 16
milhões de mensagens mensais de correio eletrônico. Atualmente, 89 serviços
estão disponíveis na internet, enquanto 120 são acessados pela intranet da
Dataprev.

O ambiente mainframe armazena 2,2 Tb de dados, utilizando banco de dados SQL
Server e Oracle. Existem 40.200 estações de trabalho ligadas em rede e 49
mil usuários cadastrados.

Os números falam por si. O Diretor do Serpro <http://www.serpro.gov.br/>,
Ségio Rosa, observa que a migração de sistemas deste porte não é simples. O
governo desenvolveu ao longo das últimas décadas sistemas que processam em
computadores de grande porte e, em alguns casos, reescrever todos esses
códigos seria muito complexo.

Na avaliação de Sérgio Rosa, o próximo passo é começar a identificar os
sistemas que podem ser redesenhados, de forma a deter o crescimento do
legado e permitir a migração total. Além disso, já há uma diretriz no Serpro
para que todas as interfaces dos sistemas estruturadores permitam que o
usuário utilize qualquer navegador de internet. Até o início deste ano, era
necessário possuir um navegador específico para conseguir acessar os dados
contidos nos sistemas.

Segundo o coordenador do Comitê de Implementação de Software Livre, Sérgio
Amadeu, está ocorrendo o esperado. “Optamos pelo caminho inverso ao que se
faz normalmente em uma migração, porque sabemos do imenso universo de dados
e informações que o governo federal armazena em seus sistemas e da
dificuldade que é romper com o aprisionamento a sistemas proprietários
cultivados por tanto tempo”. Para ele, o fundamental é que haverá uma
paulatina redução desses custos à medida em que se liberte o governo das
soluções proprietárias.

  AÇÕES DO COMITÊ

Ao longo do último ano, além da migração propriamente dita, outras
atividades foram desenvolvidas para dar suporte ao processo. Pode-se
destacar a 1ª Semana de Capacitação e Treinamento em Software Livre que, no
mês de abril, treinou mais de 2.500 servidores públicos distribuídos entre
150 cursos oferecidos.

Ao longo deste ano também foi colocado à disposição da sociedade o sítio
http://www.softwarelivre.gov.br. Esse sítio reúne informações, documentos e
notícias sobre softwares não-proprietários e migrações no Governo. Ao sítio
principal foram associadas duas ferramentas, uma para dar suporte a fóruns
virtuais, que permite o debate via rede de forma segura com a utilização de
certificados digitais
(interagir.softwarelivre.gov.br)<http://interagir.softwarelivre.gov.br/>.
A outra, um source-fourge, para tornar disponíveis códigos fontes que
poderão ser baixados, utilizados e melhorados por interessados
(colaborar.softwarelivre.gov.br) <http://colaborar.softwarelivre.gov.br/>.

Em dezembro de 2003, o Comitê lançou a licença CC/Gnu/GPL, que reúne as
características de duas entidades distintas. A primeira é uma das mais
populares licenças para software livre, a GPL (General Public License) da Free
Software Foundation <http://www.fsf.org/>, caracterizada por assegurar as
quatro liberdades básicas (usar, estudar, melhorar e redistribuir o código).
Essa licença alinhou-se às premissas da Creative
Commons<http://creativecommons.org/license/>,
entidade sem fins lucrativos que defende o equilíbrio entre a propriedade
intelectual e a garantia de que essa prerrogativa não se transforme em
inibidor para a criatividade e a inovação. A união das duas entidades
permitiu que fosse anexada à licença GPL uma cartilha em linguagem menos
técnica e uma versão portuguesa adequada às normas brasileiras. Essa
iniciativa deu aos softwares brasileiros desenvolvidos pelo governo federal
a oportunidade de adotar esse modelo de licenciamento.

Uma das ações prioritárias do Governo para orientar a migração para Software
Livre nos órgãos públicos foi o desenvolvimento do Guia de Referências para
Migração, o Guia Livre, que teve a versão Ipiranga, lançada no dia 7 de
setembro de 2004 pelo grupo de trabalho Migração para Software Livre do
Governo Federal. Nessa versão estão várias contribuições feitas pela
comunidade SL do Brasil e técnicos do setor público durante as sessões de
Audiência Pública realizadas em Salvador (08/08), Brasília (12/08), Belo
Horizonte (16/08), Curitiba (27/08), Recife (30/08) e Rio de Janeiro (02/09.


Na área de certificação digital o ITI, em parceria com o CASNAV, está
trabalhando no desenvolvimento do Projeto João-de-Barro, que visa criar um
módulo criptográfico, software e hardware, para a emissão das chaves
públicas e privadas da Autoridade Certificadora-Raiz. Por ser a AC Raiz, o
ITI está na base da ICP-Brasil (Infra-estrutura de Chaves Públicas
brasileira). Atualmente, a plataforma que produz e viabiliza toda a cadeia
de certificação brasileira pertence a uma empresa multinacional, com
software proprietário o que inviabiliza sua auditoria plena





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Robson Bomfim***

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