[Macronoroeste-campinas] CARTA / PV FRANCÊS APOIA DILMA
JOSÉ ROBERTO VALINE
jrvaline em yahoo.com.br
Sexta Outubro 29 17:24:40 CEST 2010
Pessoal
Bom Dia !
Â
Segue mais informações para todos e todas ter mais elementos para exercer de
forma plena a sua cidadania.
um forte abraço
Valine / OP
Ãntegra da carta do Partido Verde francês em apoio a Dilma Rousseff
A candidatura de Marina Silva trouxe para o eleitorado de Dilma, a pupila de
Lula, a grande surpresa do primeiro turno. É preciso saudar a novidade que
representa a candidatura de Marina Silva que já lutava, desde o perÃodo de sete
anos em que foi ministra do governo Lula, para fazer entrar verdadeiramente as
questões ecológicas na pauta de preocupações do governo brasileiro de esquerda.
Com sua presença no escrutÃnio, a diversidade de lutas sociais, de todas as
minorias (sexuais, religiosas) encontrou uma voz.
O placar de 19% do total de votos para uma candidata independente, sem apoio de
partidos poderosos, representa a segunda grande surpresa. Ele prova que o Brasil
se transforma muito mais profundamente do que apenas no plano do crescimento
econômico. Para a democracia e a
cultura, este já é um passo considerável.
Na América Latina, da Colômbia ao Chile, e agora também no Brasil, para além dos
diferentes contextos, as questões ecológicas entram definitivamente na pauta das
eleições presidenciais, o que não é mais.
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de avançar debate ecológico no paÃs
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o caso na Europa. O Brasil é a sétima potência mundial. Nenhum europeu em sã
consciência pode se desinteressar pelo que está em jogo para os destinos
ecológicos e sociais do planeta.
Esta é a razão pela qual desejamos, através deste manifesto, expressar nossa
inquietação. A batalha do segundo turno se anuncia bastante cerrada e, algo
impensável até ontem, uma vitória da direita não está mais excluÃda. Na
configuração de hoje, o partido verde está longe de ter a dimensão popular de
Marina Silva. Algumas personalidades como Gilberto Gil, ele mesmo afiliado a
este partido, conclamam a que se vote em Dilma sem ambiguidade. E nós
compartilhamos desta posição. Prestemos bastante atenção ao seguinte: José Serra
não é um social democrata de centro. Por trás dele, a direita brasileira vem
mobilizando tudo o que há de pior em nossas sociedades: preconceitos sexistas,
machistas e homofóbicos, junto com interesses econômicos os mais escusos e
mÃopes. A direita sai do porão.
Contra as mulheres, as facções mais reacionárias das igrejas cristãs – incluindo
aquela da mulher do candidato da direita que declarou publicamente que Dilma
quer assassinar criancinhas – acusam a candidata de ser favorável ao aborto,
mesmo que esta questão não faça
parte de seu programa de governo, tampouco do programa do Partido dos
Trabalhadores.
Contra os homossexuais: o vice de Serra sustenta um discurso abertamente sexista
e homofóbico.
Contra os pobres: acusados de votar na esquerda por ignorância.
A esta panóplia, bem conhecida em toda parte, vem se juntar uma criminilização
particularmente ignóbil por parte da direita das lutas de resistência contra a
ditadura. Dilma tem sido alvo de campanhas anônimas na internet que acusam de
terrorismo e de bandidagem por ter participado na luta contra o regime militar,
ela que foi por este motivo presa e barbaramente torturada.
A mobilização da direita está completamente ligada aos interesses do
agro-negócio, um vÃnculo sobre o qual o governo Lula tem sido ambÃguo em alguns
momentos. No entanto, uma vitória da direita representaria o triunfo do complexo
agro-industrial e dos céticos em matéria de aquecimento global. Seria uma
guinada à direita em direção à revisão
do estatuto da floresta que começou a limitar a devastação na Amazônia e no Mato
Grosso, e no asseguramento dos direitos indÃgenas sobre suas reservas, que no
ano passado obtiveram uma importante vitória (Raposa Serra do Sol) referendada
pela Corte Suprema do paÃs, que reconheceu esses direitos. Vinte e duas reservas
indÃgenas podem seguir este caminho de enfrentamento com o agro negócio da soja
e do arroz transgênico.
Não permitamos que o voto libertário em Marina Silva paradoxalmente se
transforme em uma catástrofe para as mulheres, para os direitos humanos e para
os direitos da natureza!
No plano internacional, os aspectos mais inovadores da polÃtica Sul-Sul de Lula
(certamente pelo fato de seu apoio a Ahamdinejad), seriam condenados ao
ostracismo com um realinhamento com os Estados Unidos. Além de representar uma
alternativa à fixação estéril em uma
polÃtica de confronto entre Estados Unidos e China, esta polÃtica Sul-Sul se
opõe à s estratégias dos paÃses do Norte de multiplicar as medidas de defesa dos
direitos da propriedade intelectual em detrimento do acesso aos saberes, Ã
internet (especialmente no âmbito da ACTA ).
Marina Silva recusou-se a manifestar apoio ao voto em Dilma. Pode-se compreender
que seja um pouco difÃcil para ela se alinhar imediatamente com Dilma, com quem
ela entrou em conflito enquanto no governo, e neste momento ela luta para evitar
o alinhamento do partido verde com a direita, apesar da campanha virulenta
contra ela por parte do PT.
Com efeito, os ecologistas estão travando, não só na Europa, como em vários
paÃses do mundo, um sério debate com os socialistas sobre a questão nuclear,
sobre a OMC e o produtivismo agrÃcola e industrial, bem como o problema do
aquecimento climático. No Brasil, agrega-se a
todas essas questões uma dimensão – amplificada por sua urgência crucial – da
luta contra as desigualdades. Pode-se compreender,portanto, a reserva de alguns
ambientalistas em se alinharem com a candidata da esquerda.
Mas nossa experiência como força polÃtica e de oposição e governo na Europa nos
permite afirmar a nossos companheiros brasileiros que, nas atuais circunstâncias
do Brasil, a ancoragem na esquerda é a única possibilidade real de fazer avançar
a causa ecológica: já vimos no que se tornou a 'Grenelle" – Ministério do Meio
Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Energia e Transportes – na França com a
direita.
Quanto às mulheres, às minorias étnicas, religiosas, sexuais, elas sabem aonde
têm que se bater. A xenofobia, o racismo, a mobilização reacionária da religião
são os perigosos instrumentos que a direita populista utiliza alegremente na
Europa. É impossÃvel acreditar que a esperança suscitada pelos dois mandatos
presidenciais de Lula acabe terminando no segundo turno com a eleição do
candidato da direita.
Dany Cohn Bendit (Alemanha) - co-presidente do grupo de deputados do Partido
Verde no Parlamento europeu
Monica Frassoni (Itália) co-presidente do Partido Verde europeu
Philippe Lamberts (Bélgica)co-presidente do Partido Verde europeu
Dominique Voynet (França) Senadora, Prefeita da Cidade de Montreuil ,
ex-Ministra do Meio Ambiente
Yves Cochet – ( França) Deputado Nacional, ex-MInistro do Meio Ambiente (Gov.
Jospin)
Noël Mamère (França) – Deputado Nacional e Prefeito de Bègles (Bordeaux)
José Bové (França) – Deputado europeu
Alain Lipietz (França) – dirigente dos Verdes e ex-deputado europeu
Jérôme Gleizes (França) – Dirigente da comissão internacional dos Verdes
Yann Moulier Boutang (França) Co-diretor da Revista Multitudes (Paris)
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