[Macronoroeste-campinas] Fwd: Carta do presidente da Petrobras ao blog de Miriam Leitão

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Sábado Outubro 16 03:43:47 CEST 2010


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Paulo Edison Oliveira <peoindio em gmail.com>
Data: 15 de outubro de 2010 19:09
Assunto: Carta do presidente da Petrobras ao blog de Miriam Leitão
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 Carta do presidente da Petrobras ao blog de Miriam Leitão


Veja abaixo a carta enviada pelo presidente da Petrobras, José Sergio
Gabrielli de Azevedo, à Miriam Leitão.  Leia o post Gabrielli em carta que
me mandou: “Afirmo e reafirmo”, publicado no blog da colunista.
Miriam,
Respeito profundamente o direito de opinião, divergências e controvérsias.
Justamente por isso, em relação à sua coluna de hoje, em que sou chamado de
lunático e negligente com as funções de Presidente da Petrobras, acusando-me
de atuar exclusivamente de forma política eleitoral, gostaria de convidá-la
para um debate dos méritos de minhas afirmações, além dos adjetivos.
Vamos aos fatos:
Afirmei que a área exploratória da Petrobras estava sendo reduzida por
limitações na ação da empresa na aquisição de novos blocos de exploração e
que isso seria mortal para uma empresa que vive do crescimento orgânico de
suas reservas, principalmente através de novas descobertas. Disse e reafirmo
que isso mataria a Companhia por inanição se essa política não fosse
revertida, como o CA e a Diretoria da empresa assim o fizeram a partir de
2003.
Afirmei e reafirmo que os investimentos em refino estavam limitados por
decisões estratégicas à época do presidente FHC. Considerado negócio de
baixa rentabilidade, o refino no governo FHC teve estímulo para parcerias
para ser desmembrado para potencial venda de suas partes. Essa visão foi
revertida com o presidente Lula. Consideramos que a integração da produção
de petróleo e o refino é fundamental para o fortalecimento da Petrobras, que
tem mais de 85% de suas receitas provenientes das vendas de derivados de
petróleo ao mercado brasileiro. No sistema integrado, a maior parte do
refino pertence à Petrobras e, portanto, o crescimento desse mercado é
estratégico para o desenvolvimento e sustentabilidade da própria Companhia.
Revertemos o ciclo de estagnação do investimento em refino e planejamos
construir cinco novas refinarias nos próximo s anos.
Afirmei e reafirmo que a Engenharia e o sistema de Pesquisa e
Desenvolvimento da empresa (principalmente o Cenpes) estavam inibidos no seu
crescimento por uma falsa ilusão de que o mercado poderia fornecer as
soluções tecnológicas necessárias para enfrentar os desafios de uma
atividade como a nossa, na qual o conhecimento é vital para a
sustentabilidade do crescimento. Felizmente, essa política também foi
revertida desde os tempos de José Eduardo Dutra na Presidência da Petrobras,
com o reerguimento da importância da engenharia e da pesquisa desenvolvidos
internamente, o que impediu a continuidade de mais um elemento da morte por
inanição que a orientação da DE anterior levaria a empresa.
Afirmei e reafirmo que parte dos programas de termoelétricas era
extremamente nocivo à Petrobras. Inquestionável que todos os ônus ficavam
com a Petrobras e os benefícios eram repassados para os sócios privados. A
Diretoria dos últimos oito anos reverteu esse processo e as termoelétricas
hoje apresentam riscos e benefícios justos para a empresa que investiu na
construção de um importante parque gerador no País.
Afirmei e reafirmo a ausência da Petrobras na área dos biocombustíveis. A
Petrobras Biocombustível é a prova do sucesso da reversão dessa política.
Afirmei e reafirmo que a exacerbação do conceito de unidades de negócio,
como forma básica de organização da empresa, levaria a uma perda de sinergia
do sistema corporativo, fragmentando sua ação, criando condições para a
repartição do sistema em unidades isoladas mais facilmente privatizáveis. A
Diretoria da Petrobras nos últimos oito anos fortaleceu o sistema, em lugar
das partes, enfatizou a atuação sistêmica e agora avança na separação das
unidades de operação dos ativos em relação às unidades que são responsáveis
pela implantação dos novos projetos, uma vez que a empresa aumentou
exponencialmente seus investimentos.
Afirmei e reafirmo que o regime de concessões aplicado a áreas de baixo
risco exploratório, como é o Pré-Sal brasileiro, implica maior parcela da
renda petroleira às empresas que aí investirem. Defendo que o regime de
partilha de produção para esses casos permite uma melhor repartição dessa
renda futura com o Estado e, portanto, é socialmente mais justa. Nesse
sentido, a defesa do regime atual para as áreas do Pré-Sal é, em certa
medida, a defesa de sua privatização sim.
Esses foram meus argumentos. Poderia ter falado da preparação para a
privatização das fábricas de fertilizantes (Fafens), da política ofensiva
aos movimentos sindicais dos petroleiros, da internacionalização equivocada,
das políticas de patrocínios sociais, culturais e ambientais sem critérios e
sem transparência, e outras ações que indicavam a orientação do governo do
presidente FHC para preparar a privatização da empresa.
Você pode discordar de cada ponto por mim tratado, mas não pode
desqualificar apenas com adjetivos e contextualização exclusivamente
eleitoral. O que discuti foram pontos relevantes para a gestão da maior
empresa brasileira e uma das maiores do mundo, que tem desafios gigantescos
para implementar um dos maiores programas de investimento do planeta.
Miriam, a defesa do fortalecimento da Petrobras não pode ser classificado
como negligência em relação às tarefas do seu presidente. Ao contrário,
defender esses princípios é parte inerente e importante da função que
exerço.
Muito obrigado.
Jose Sergio Gabrielli de Azevedo



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