[Macronoroeste-campinas] Velha mídia em campanha

PONTOS SP - Robson Sampaio reductio.ad.ethos em gmail.com
Quinta Setembro 23 16:35:03 CEST 2010


Para evitar vitória petista no primeiro turno, mídia age de forma articulada

publicada quarta-feira, 22/09/2010 às 09:14 e atualizada quarta-feira,
22/09/2010 às 12:59

Do Jornal Brasil de Fato <http://www.brasildefato.com.br/node/804>

*Por 2º turno, mídia age de forma articulada*

*Órgãos de imprensa e campanha de José Serra fazem “dueto” para tentar
evitar fracasso eleitoral *

*Renato Godoy de Toledo*

A menos de um mês das eleições presidenciais, a campanha de José Serra
(PSDB) realiza uma tabela com os principais órgãos de imprensa, numa
escalada de denúncias contra supostas irregularidades atribuídas a petistas.

De concreto, até o momento, sabe-se que o sigilo fiscal do vice-presidente
do PSDB, Eduardo Jorge, e da filha e do genro de José Serra, foram violados.
No entanto, o próprio candidato admitiu que sabia das violações desde
janeiro.

No final do ano passado, uma reportagem veiculada pelo SBT mostrava a venda
de dados sigilosos por camelôs no centro de São Paulo. A matéria repercutiu
com políticos o acontecimento. Entre eles, destacou-se a declaração de José
Serra, afirmando ter tomado conhecimento do assunto e que deveriam
investigar o caso. O tom das declarações da época são feitas de forma amena;
nem de perto se comparam à atual indignação do candidato.

Por outro lado, a revista Carta Capital apontou que uma ex-empresa da filha
de José Serra teria quebrado o sigilo de mais de 60 milhões de brasileiros.
A notícia, no entanto, não foi repercutida por nenhum órgão da grande
imprensa.

Após sucessivas rodadas de pesquisas de intenção de voto, foi constatado que
a candidatura Dilma Rousseff (PT) estabilizou-se na casa dos 50%, enquanto
Serra encontra-se mais perto dos 20% do que dos 30%. As constantes
investidas da campanha, portanto, não surtiram efeito.

Parece haver um caminho “natural” das notícias: a denúncia surge numa
revista semanal, é repercutida nos jornais impressos, ganha a manchete nos
telejornais e é martelada durante toda a semana na campanha de José Serra.
  *Conspiração, sim*

Para Venício Lima, professor de comunicação da Universidade de Brasília
(UnB), sempre que algum membro da academia aponta para uma ação articulada
dos meios de comunicações, alguém o critica por defender uma “teoria da
conspiração”. “Mas o fato é que conspirações existem, e às vezes funcionam.
No caso da cobertura do escândalo do mensalão, o [professor da USP] Bernardo
Kucinski comprovou que havia uma articulação e um comando. Hoje, não posso
dizer que exista algum dado concreto que comprove essa articulação, mas um
observador atento pode perceber que há um dueto: os ‘jornalões’ publicam uma
manchete e ela aparece no horário eleitoral”, explica.

Um exemplo dessa afirmação de Venício é a manchete da Folha de S. Paulo do
dia 5 de setembro de 2010: “Consumidor de luz pagou R$ 1 bi por falha de
Dilma”. A manchete foi criticada pela ombudsman do jornal, Suzana Singer, e
gerou uma sátira ao jornal no Twitter. A hashtag #DilmaFactsByFolha foi a
mais utilizada em todo o mundo e levou jornais como o inglês The Independent
a noticiarem o assunto.

O professor de Direito Constitucional da PUC de São Paulo, Luiz Tarcísio
Teixeira Ferreira, aponta que há motivação política na maneira como as
quebras de sigilo vêm sendo abordadas, ainda que estas representem uma
violação. “A mídia está certa em divulgar o fato, a população está certa em
exigir que sejam punidos os responsáveis. Agora, o que não se pode é
transformar esse fato em bandeira de luta eleitoral. O que eu vejo é que
determinados veículos de comunicação estão exacerbando essa questão por
conta dos interesses no candidato de oposição. A Veja e a Folha de S. Paulo
têm esse perfil, como se não houvesse mais nada importante para ser
divulgado em matéria de eleição, a não ser a violação do sigilo”, opina.

*Efeito 2006?*

Venício estudou os escândalos políticos midiáticos que pautaram os debates
nas eleições de 2006 e aponta que há algumas semelhanças entre o que foi
feito naquele momento com o atual cenário. “[O sociólogo John B.] Thompson,
da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, identifica várias situações em
que os escândalos políticos midiáticos surgem com o intuito de provocar um
estrago na reputação de pessoas que participam do processo. Não tenho
nenhuma hesitação em dizer que se trata de um escândalo político midiático,
mas não sei dizer se ele pode ter os mesmo efeitos de 2006”, aponta.

Em 2006, às vésperas da eleição presidencial, surgiu o chamado escândalo dos
“aloprados”, em que alguns agentes ligados ao PT foram presos tentando
comprar um dossiê contra o então candidato ao governo paulista José Serra. A
revista Carta Capital denunciou que o Jornal Nacional, da Rede Globo, optou
por se dedicar somente ao assunto e à divulgação da foto com o dinheiro dos
petistas em detrimento de anunciar o acidente aéreo da companhia Gol. A
vitória de Lula no primeiro turno era dada como certa, mas, após essa
notícia e a exploração da cadeira vazia do petista no debate da TV Globo, às
vésperas do pleito, Geraldo Alckmin (PSDB) conseguiu forçar um 2º turno.

“É muito difícil estabelecer uma comparação com 2006. Mas, pode-se dizer
que, hoje, a mídia não tem mais o mesmo poder de 2006. E temos esse
contrapoder que é a internet. Há muito mais informações políticas
disponíveis hoje, e a internet atinge um tecido social muito maior”, analisa
Venício.

O especialista comenta que o fato de as denúncias publicadas na mídia e
pautadas na campanha de Serra ainda não terem afetado o desempenho da
petista nas pesquisas pode estar relacionado com a falta de um apelo
imagético. “Há quem considere que esses escândalos carecem de imagens, como
no caso do dinheiro dos aloprados. Neste caso, não há uma imagem que confere
um poder muito maior”, comenta. (Colaborou Aline Scarso, da Radioagência NP)
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