<div dir="ltr"><br><div class="gmail_quote"><div bgcolor="#ffffff" text="#000000">
<br>
<div style="text-align: left;"><font size="4">Para
evitar vitória petista no primeiro turno, mídia age de forma articulada</font></div>
<div class="gmail_quote">
<div link="blue" vlink="purple" lang="EN-US">
<div>
<div></div>
<p style="text-align: center;">publicada quarta-feira, 22/09/2010 às
09:14 e atualizada
quarta-feira, 22/09/2010 às 12:59</p>
<p style="text-align: center;">Do Jornal <a href="http://www.brasildefato.com.br/node/804" target="_blank">Brasil
de Fato</a></p>
<div></div>
<p style="text-align: center;"><font size="6"><b>Por 2º turno, mídia
age de forma articulada</b></font></p>
<div style="text-align: center;"></div>
<p style="text-align: center;"><i>Órgãos de imprensa e campanha de José
Serra fazem “dueto”
para tentar evitar fracasso eleitoral </i></p>
<div style="text-align: center;"></div>
<p style="text-align: center;"><b><i><span style="color: red;">Renato
Godoy de Toledo</span></i></b></p>
<p><span style="font-size: 14pt;">A menos de um mês das eleições
presidenciais,
a campanha de José Serra (PSDB) realiza uma tabela com os principais
órgãos de
imprensa, numa escalada de denúncias contra supostas irregularidades
atribuídas
a petistas.</span></p>
<p><span style="font-size: 14pt;">De concreto, até o momento, sabe-se
que o
sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e da filha e
do genro
de José Serra, foram violados. No entanto, o próprio candidato admitiu
que
sabia das violações desde janeiro.</span></p>
<p><span style="font-size: 14pt;">No final do ano passado, uma
reportagem
veiculada pelo SBT mostrava a venda de dados sigilosos por camelôs no
centro de
São Paulo. A matéria repercutiu com políticos o acontecimento. Entre
eles,
destacou-se a declaração de José Serra, afirmando ter tomado
conhecimento do
assunto e que deveriam investigar o caso. O tom das declarações da
época são
feitas de forma amena; nem de perto se comparam à atual indignação do
candidato.</span></p>
<p><span style="font-size: 14pt;">Por outro lado, a revista Carta
Capital
apontou que uma ex-empresa da filha de José Serra teria quebrado o
sigilo de
mais de 60 milhões de brasileiros. A notícia, no entanto, não foi
repercutida
por nenhum órgão da grande imprensa.</span></p>
<p><span style="font-size: 14pt;">Após sucessivas rodadas de pesquisas
de
intenção de voto, foi constatado que a candidatura Dilma Rousseff (PT)
estabilizou-se na casa dos 50%, enquanto Serra encontra-se mais perto
dos 20%
do que dos 30%. As constantes investidas da campanha, portanto, não
surtiram
efeito.</span></p>
<p><span style="font-size: 14pt;">Parece haver um caminho “natural”
das notícias: a denúncia surge numa revista semanal, é repercutida nos
jornais
impressos, ganha a manchete nos telejornais e é martelada durante toda
a semana
na campanha de José Serra.</span></p>
</div>
</div>
</div>
<font size="4"><b>Conspiração, sim</b><br>
<br>
Para Venício Lima, professor de comunicação da Universidade de Brasília
(UnB), sempre que algum membro da academia aponta para uma ação
articulada dos meios de comunicações, alguém o critica por defender uma
“teoria da conspiração”. “Mas o fato é que conspirações existem, e às
vezes funcionam. No caso da cobertura do escândalo do mensalão, o
[professor da USP] Bernardo Kucinski comprovou que havia uma
articulação e um comando. Hoje, não posso dizer que exista algum dado
concreto que comprove essa articulação, mas um observador atento pode
perceber que há um dueto: os ‘jornalões’ publicam uma manchete e ela
aparece no horário eleitoral”, explica.</font>
<p><font size="4">Um exemplo dessa afirmação de Venício é a manchete da
Folha de S. Paulo do dia 5 de setembro de 2010: “Consumidor de luz
pagou R$ 1 bi por falha de Dilma”. A manchete foi criticada pela
ombudsman do jornal, Suzana Singer, e gerou uma sátira ao jornal no
Twitter. A hashtag #DilmaFactsByFolha foi a mais utilizada em todo o
mundo e levou jornais como o inglês The Independent a noticiarem o
assunto.</font></p>
<p><font size="4">O professor de Direito Constitucional da PUC de São
Paulo, Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira, aponta que há motivação
política na maneira como as quebras de sigilo vêm sendo abordadas,
ainda que estas representem uma violação. “A mídia está certa em
divulgar o fato, a população está certa em exigir que sejam punidos os
responsáveis. Agora, o que não se pode é transformar esse fato em
bandeira de luta eleitoral. O que eu vejo é que determinados veículos
de comunicação estão exacerbando essa questão por conta dos interesses
no candidato de oposição. A Veja e a Folha de S. Paulo têm esse perfil,
como se não houvesse mais nada importante para ser divulgado em matéria
de eleição, a não ser a violação do sigilo”, opina.</font></p>
<p><font size="4"><b>Efeito 2006?</b></font></p>
<p><font size="4">Venício estudou os escândalos políticos midiáticos
que pautaram os debates nas eleições de 2006 e aponta que há algumas
semelhanças entre o que foi feito naquele momento com o atual cenário.
“[O sociólogo John B.] Thompson, da Universidade de Cambridge, na
Inglaterra, identifica várias situações em que os escândalos políticos
midiáticos surgem com o intuito de provocar um estrago na reputação de
pessoas que participam do processo. Não tenho nenhuma hesitação em
dizer que se trata de um escândalo político midiático, mas não sei
dizer se ele pode ter os mesmo efeitos de 2006”, aponta.</font></p>
<p><font size="4">Em 2006, às vésperas da eleição presidencial, surgiu
o chamado escândalo dos “aloprados”, em que alguns agentes ligados ao
PT foram presos tentando comprar um dossiê contra o então candidato ao
governo paulista José Serra. A revista Carta Capital denunciou que o
Jornal Nacional, da Rede Globo, optou por se dedicar somente ao assunto
e à divulgação da foto com o dinheiro dos petistas em detrimento de
anunciar o acidente aéreo da companhia Gol. A vitória de Lula no
primeiro turno era dada como certa, mas, após essa notícia e a
exploração da cadeira vazia do petista no debate da TV Globo, às
vésperas do pleito, Geraldo Alckmin (PSDB) conseguiu forçar um 2º turno.</font></p>
<p><font size="4">“É muito difícil estabelecer uma comparação com 2006.
Mas, pode-se dizer que, hoje, a mídia não tem mais o mesmo poder de
2006. E temos esse contrapoder que é a internet. Há muito mais
informações políticas disponíveis hoje, e a internet atinge um tecido
social muito maior”, analisa Venício.</font></p>
<p><font size="4">O especialista comenta que o fato de as denúncias
publicadas na mídia e pautadas na campanha de Serra ainda não terem
afetado o desempenho da petista nas pesquisas pode estar relacionado
com a falta de um apelo imagético. “Há quem considere que esses
escândalos carecem de imagens, como no caso do dinheiro dos aloprados.
Neste caso, não há uma imagem que confere um poder muito maior”,
comenta. (Colaborou Aline Scarso, da Radioagência NP)</font></p>
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