[Macronoroeste-campinas] Guinada à direita custou votos a Serra

PONTOS SP - Robson Sampaio reductio.ad.ethos em gmail.com
Quinta Agosto 26 04:41:23 CEST 2010


Agora Vamos levar o Mercadante em SP para segundo turno, companheir em s para
termos um projeto cultura coerente com o Programa Cultura Viva temos que
eleger o Célio Turino e Mercadante, Marta, Netinho aqui em SP, para podemos
consolidar as politicas publica de Cultura que começou com o nosso querido
presidente Lula, mais interessante o PV esta abandonado o Serra de uma
possível segundo turno de Dilma e Serra, PV vem com Dilma, agora é SAMPA
fora TUCANADEMO, não aguento mais privatização da vida aqui...

 Abs e boa noite ate a vitoria


Robson


19 de agosto de 2010 às 11:47
*Guinada à direita custou votos a Serra*

*O efeito colateral do discurso neo-udenista *

Maria Inês Nassif, no *Valor Econômico* <http://www.valoronline.com.br/>

19/08/2010

Na campanha, o PT consegue reunir de volta sua antiga militância e o PSDB
tem perdido a sua

A excessiva fixação do PSDB e do DEM no eleitorado de centro e de direita,
com correspondente radicalização do discurso, tem estreitado as margens de
manobra dos dois maiores partidos de oposição. A agressividade de um
discurso tomado da direita ideológica produziu, em 2006, um fenômeno que
deve se repetir em 2010. É esse discurso que, em ano eleitoral, têm trazido
os movimentos sociais que atuam à esquerda do PT – e que beberam da mesma
fonte no passado – de volta à sua órbita.

No primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), houve um
gradativo afastamento de setores sociais que, na origem petista, eram a
militância mais aguerrida do partido. Era ininteligível para os movimentos
um acordo de governo tão amplo que abrigava interesses do mercado financeiro
e do agronegócio, ao mesmo tempo em que investia em programas sociais de
transferência de renda, no microcrédito e no apoio à agricultura familiar.
Quando o Bolsa Família começou a produzir, de fato, efeitos de distribuição
de riqueza, os movimentos sociais viram-se com um grande abacaxi nas mãos.
Não era possível se contrapor a um programa de complementação de renda, que
atacava cidadãos expostos à miséria absoluta, mas, se o Bolsa Família
produzia o efeito de tirar os miseráveis da órbita de influência da política
tradicional, tinha também um efeito desmobilizador na base desses
movimentos. A luta reivindicatória, que se iniciava pela educação para a
cidadania, também foi neutralizada.

O episódio do chamado mensalão, em 2005, levou o PT e os movimentos sociais
ao quase rompimento. Do lado institucional, houve o racha do PSOL. Quando os
dissidentes saíram, em meio a um Fórum Social Mundial, a impressão que se
tinha era a de que levariam consigo boa parte da esquerda do PT, além da
militância ligada à igreja progressista e que foi responsável pela
capilarização do partido, na sua origem. A ação da oposição legislativa,
amplificada e em processo de retroalimentação com a mídia, acabou revertendo
esse processo. O PSOL ficou pequeno. Os movimentos sociais tomaram rumo
próprio, sem a ligação umbilical que tinha com o PT na origem do partido,
mas evitaram um confronto direto com o governo. A maior parte da esquerda
petista permaneceu. O clima pré-64 preservou os quadros de esquerda do PT e
impediu uma ofensiva dos movimentos sociais mais à esquerda contra o governo
Lula.

Nas vésperas das eleições de 2010, os movimentos sociais se alinharam a
Lula, por duas razões. Primeiro, porque não tinham condições de se contrapor
às suas bases, seduzidas pelos programas de transferência de renda e com
alto grau de satisfação com o governo. Mais do que isso: é uma população
atraída pelo carisma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é muito
difícil andar na contramão de um líder carismático cujo governo, ao fim e ao
cabo, produz satisfatórios resultados sociais. Por fim, por medo de uma
radicalização à direita que comprometesse os avanços que tinham ocorrido no
governo Lula. O maior temor do Movimento Sem Terra em 2006, por exemplo, era
a hipótese de vitória de um governo tucano, que no período FHC havia
assumido uma política radical de criminalização do movimento.

Para as esquerdas e os movimentos sociais, o retorno à órbita de influência
do PT, em 2006, foi algo como “ruim com Lula, pior sem ele”. De lá para cá,
o processo de direitização do PSDB e do DEM se acelerou e os resultados do
governo na promoção da distribuição de renda tornaram-se mais claros. Às
vésperas das eleições, a reincorporação das esquerdas e dos movimentos
sociais à órbita petista ocorre novamente. Se o discurso neo-udenista da
oposição teve o efeito, nos setores conservadores, de acirrar o antipetismo,
em setores progressistas teve o efeito colateral de tornar mais acirrado o
antitucanismo e o antidemismo.

A estabilidade do segundo governo de um presidente que foi ameaçado de
impeachment no primeiro mandato não é, portanto, um produto exclusivo de seu
carisma. Ao mesmo tempo em que o governo incorporava ao mercado de consumo
enormes levas de excluídos – e alienados – brasileiros, Lula e o PT
reincorporavam movimentos sociais que haviam se descolado ao longo dos
primeiros anos do primeiro mandato.

A aritmética desse processo político se expressa nos resultados das últimas
pesquisas de opinião, amplamente favoráveis à candidata do PT à sucessão de
Lula, a ex-ministra Dilma Rousseff. O discurso udenista estreitou o espectro
político da oposição, ao mesmo tempo em que provocou uma reunificação numa
esquerda divida por um governo excessivamente amplo, que contemplou
interesses muito diversos aos defendidos originalmente pelo PT. O partido de
Lula, que desde a derrota de 1998 ampliou o seu discurso em direção também
ao centro ideológico, acabou sendo avalizado pelos próprios setores
conservadores por cumprir as promessas de campanha feitas com a espada do
mercado financeiro no pescoço. Não houve quebra de contrato.

Não é uma situação fácil para um candidato oposicionista. Em especial porque
o primeiro governo de Lula, marcado por políticas econômicas ortodoxas,
rachou também uma base de apoio que era originalmente tucana. O candidato do
PSDB, José Serra, não pode acenar com mudanças nem à direita, nem à esquerda
– à direita, afugenta a base tradicional tucana; à esquerda, provoca efeito
de aproximação maior da base tradicional da esquerda com o PT.

Enquanto, pelo menos em período eleitoral, o PT consegue reunir sua antiga
militância, o PSDB, ao se aproximar do discurso do DEM, tem perdido a sua.
Alguns setores intelectuais de perfil social-democrata que estiveram na
origem do partido até embarcam no discurso antipetista, principalmente em
São Paulo, onde há uma polarização que está se tornando histórica, mas
dificilmente se incorporam novamente à militância, ou voltam a ser quadros
partidários.


-- 
Robson Bomfim***

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