[Macronoroeste-campinas] E-mail de compilação para eurecacampinas em googlegroups.com - 1 mensagem em 1 tópico

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Sábado Dezembro 19 22:26:52 CET 2009


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Resumo do tópico de hoje
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Grupo: eurecacampinas em googlegroups.com
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  - Quanto vale a informação? [1 atualização]
    http://groups.google.com/group/eurecacampinas/t/4da760ff969112b5


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Tópico: Quanto vale a informação?
URL: http://groups.google.com/group/eurecacampinas/t/4da760ff969112b5
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---------- 1 de 1 ----------
De: Robson Sampaio <reductio.ad.ethos em gmail.com>
Data: Dec 19 04:22PM -0200
URL: http://groups.google.com/group/eurecacampinas/msg/100a1851a15d1c09

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/12/11/materia.2009-12-11.1554248764/view

"11 de Dezembro de 2009 - 13h00 - Última modificação em 11 de Dezembro de
2009 - 14h43

Quanto vale a informação?

Paulo Machado
Ouvidor Adjunto da EBC

Brasília - Na internet, o valor depende do local onde ela estiver
publicada. Se for na página da Agência Brasil ela é gratuita. Gratuita? Não
exatamente, pois a agência pública é mantida com o dinheiro do
contribuinte, logo, todos os cidadãos pagam pela sua produção, publicação e
manutenção na base de dados, podendo ser acessada livremente, por qualquer
leitor, a qualquer tempo.

No entanto, se exatamente a mesma informação, for copiada e colada em um
portal de notícias pertencente a uma empresa de comunicação privada, ela
passa a ter um outro preço a ser pago pelo leitor - que indiretamente já
pagou por aquela informação produzida pela agência pública. Esse preço
inclui a assinatura mensal do portal + o aluguel dos olhos do leitor que é
obrigado a ver dezenas de propagandas e chamadas publicitárias que ficam
piscando sobre a notícia quando você acessa a página. Ou seja, essas
empresas que vendem o olhar dos leitores para os anunciantes - tenho tantos
mil acessos por hora e portanto cada centímetro quadrado de minha página
custa tanto, dizem eles ao negociar com os anunciantes, tal como fazem com
o tempo na televisão, no rádio e em outras mídias, apropriam-se de algo que
não lhes pertence.

Aproveitando-se da "gratuidade" da informação produzida pela agência
pública, portais de notícias privados apropriam-se dela e a vendem como
conteúdo para seus leitores e anunciantes, ou seja, privatizam a informação
e ainda lucram com ela.

Indignado, o leitor Banto Palmarino escreveu para esta Ouvidoria: "
Curioso, estava eu procurando conteúdo sobre o Fórum Social Mundial em
Belém e encontrei um com o título "Fórum Social Mundial Pan-Amazônico deve
ser recriado" na folhaonline e eu não posso copiar o conteúdo porque no
rodapé está escrito: copyright Folha Online. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha
Online. Embora o mesmo conteúdo tenha sido copiado do site da Agência
Brasil que libera seu conteúdo com a licença Creative Commons Atribuição
2.5. Brasil, ou seja, a primeira não respeita os direitos autorais da
segunda, que feio!".

A Agência Brasil respondeu: "O leitor, no caso, pode usar a matéria da
Agência Brasil."

Não satisfeito o leitor pediu explicações ao ombudsman da Folha, que
respondeu: "Caro leitor.
Agradecemos por sua mensagem a respeito da Folha Online. Esclarecemos que
as atribuições do ombudsman se referem à sua versão impressa. Assim,
tomamos a liberdade de encaminhar suas considerações para conhecimento e
avaliação do editor da FOL, que responde: 'O copyright é evidentemente
sobre o conteúdo da Folha e da Folha Online. Se o material está assinado
pela Agência Brasil já significa de antemão que não é nosso. Mas mesmo
assim a página, a url () é de nossa propriedade". Ou seja, a informação uma
vez publicada na página eletrônica do Grupo Folha, passa a ser propriedade
deles por estar ocupando espaço em sua página eletrônica.

Banto, agradecendo à atenção da Ouvidoria da ABr, concluiu: "creio que
assim como esse artigo outros de vocês estão sendo violados. Se mandam
prender pessoas do MST por causa de violação de propriedade, creio que esse
é o mesmo crime".

Já a BBC, agência pública britânica, mantida com o dinheiro dos
contribuintes ingleses, tem outra postura quanto à reprodução de seu
conteúdo. No artigo 4 das regras de uso ela estabeleceu que: "Todos os
direitos de propriedade literária/artística, marcas, direitos de desenhos,
patentes e os demais direitos de propriedade intelectual (registrados e
não-registrados) dentro e no bbc.co.uk e todos os conteúdos (inclusive
todas as aplicações) localizados no site permanecerão empossados na BBC ou
nas entidades que lhe concedem autorizações (que incluem outros usuários).
Você não pode copiar, reproduzir, republicar, desmontar, descompilar,
executar engenharia reversa, baixar, postar, transmitir, comunicar, tornar
disponível ao público ou usar os conteúdos do bbc.co.uk de qualquer outra
maneira salvo para seu próprio uso não-comercial. Você também concorda em
não adaptar, modificar ou criar uma obra derivativa de qualquer conteúdo do
bbc.co.uk salvo para seu próprio uso não-comercial. Qualquer outra
utilização dos conteúdos do bbc.co.uk precisa da autorização prévia por
escrita da BBC." Ou seja, o seu conteúdo é livre para acesso e uso pessoal,
mas o uso comercial depende de autorização expressa, por escrito.

Preocupados com a queda nos lucros, empresas de comunicação dos Estados
Unidos da América, proprietárias de grandes veículos que geram conteúdos,
criaram o Fair Syndication Consortium (consórcio por uma republicação
justa, em tradução livre), em abril, que reúne mais de 1.500 empresas
jornalísticas e tem como meta defender "uma economia de conteúdo on-line
justo e aberto".

Tal consórcio realizou um estudo que acompanhou 101 mil textos publicados
por 157 jornais ao longo de 30 dias, entre 15 de outubro e 15 de novembro.
Essa massa noticiosa deu origem a 112 mil reproduções na íntegra e 520 mil
reproduções parciais em 75 mil sites que não tinham autorização para tal.
Quem mais lucrou com a prática foi o Google, empresa que administrou 53%
dos anúncios encontrados nas páginas com noticiário não autorizado, seguido
de Yahoo!, com 19%, e Microsoft e Audience Science, com 5% cada uma. Embora
o levantamento não calcule quanto as companhias noticiosas deixaram de
ganhar com essa prática, outro estudo, feito em janeiro entre as 25 maiores
empresas de mídia dos EUA, estima que esse grupo tenha deixado de faturar
US$ 250 milhões com o uso indevido de conteúdo, diz o "Financial Times".

Segundo matéria publicada pela própria Folha Online "Esse estudo vem a
público num momento em que os grupos de mídia começam a se mexer contra o
uso de conteúdo noticioso original, que tem custo alto e leva tempo para
ser produzido, por sites que nada pagam por isso e lucram com anúncios
veiculados junto das reportagens reproduzidas sem autorização. A ideia do
Fair Syndication não é tanto impedir a reprodução dos artigos, e sim cobrar
uma porcentagem de empresas como o Google, que lucram com ela. Isso
ajudaria a pagar pela operação da apuração de notícias, que, no 'New York
Times', por exemplo, custa mais de US$ 200 milhões por ano."

Essa é a lógica do mercado: quando essas empresas, que vivem da venda de
informação, são vítimas da reprodução de seus conteúdos, sem receber por
eles, se organizam para dar um jeito e faturar algum em cima de quem os
reproduziu, mas quando são elas que reproduzem conteúdos de outros, nada
precisam pagar. Chamam isso de "uma economia de conteúdo on-line justo e
aberto".

Em face do exposto, caberia perguntarmos: "quem ajuda a pagar pela
operação da apuração de notícias da EBC que custa mais de R$350 milhões por
ano? O Sistema Único de Saúde, por exemplo, arrumou um jeito de ser
ressarcido pelas empresas privadas quando presta atendimento médico a
pessoas que pagam planos de saúde particulares.

Enquanto a EBC, empresa pública de comunicação, matem o conteúdo da
Agência Brasil licenciado para reprodução gratuita, desde que citada a
fonte, a indústria que explora a venda da informação, associada à
autoridades reguladoras nacionais e internacionais como o Conselho Europeu
de Publishers, lançaram em junho a "Declaração de Hamburgo", para pedir
leis que protejam o conteúdo dos textos jornalísticos. O documento foi
endossado pela Folha e por outros jornais brasileiros.

Trazendo esse debate para suas páginas (*), com nítidos interesses na
questão, a Folha ouviu a comissária da União Europeia para Sociedade de
Informação e Mídia, Viviane Reding, responsável pela política de mídia do
bloco, que declarou "Uma das questões mais complexas da sociedade da
informação pelo mundo é como garantir modelos de negócios bem-sucedidos
para a mídia em uma época de mudanças tremendas na tecnologia e no
comportamento dos consumidores".

Assim os leitores, referidos no debate apenas em sua dimensão de
consumidores, são tratados como objeto a ser explorado por um "modelo de
negócios". Em nenhum momento os "especialistas" e interessados, agentes do
mercado da informação, levam em consideração o direito dos cidadãos de
acesso universal, livre e gratuito à informação e ao conhecimento como bens
imateriais da humanidade, concepção que justifica a existência dos veículos
públicos de comunicação. Fazer valer esses direitos e tornar esses bens
propriedade coletiva da humanidade é o grande desafio que se coloca neste
momento histórico em que vivemos, pois só assim eles podem cumprir sua
função social de nos levar a uma nova sociedade mais justa e igualitária.

Tratá-los como mercadoria de um comércio altamente lucrativo para um
pequeno grupo de pessoas, pode ser um "modelo de negócios" que está com os
dias contados pois o valor da informação pode estar muito acima do que os
"negociantes" imaginam e podem pagar. Basta que os seus legítimos donos
reivindiquem sua propriedade após séculos de expropriação. O comércio de
escravos também foi um negócio legal e legítimo dos escravocratas, enquanto
durou. Precisamos todos nos engajar em um novo movimento abolicionista que
liberte a comunicação do trafico de informações e de conhecimento.

Até a próxima semana.

-- 
Robson Bomfim (Articulador Cultura Digital SP)
CNPQ/Ministério da Cultura
CNPC
CPPC
GNU/LINUX user # 489500
e-mail: reductio.ad.ethos em gmail.com
skype: rbscamba1

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