[Macronoroeste-campinas] FW: [interconselhoscps] Evento no Salão Vermelho

Isabel Barbosa issil em hotmail.com
Quinta Abril 23 14:02:33 CEST 2009



 


From: interconselhos em campinas.sp.gov.br
To: interconselhoscps em grupos.com.br
Subject: [interconselhoscps] Evento no Salão Vermelho
Date: Wed, 22 Apr 2009 18:00:50 -0300


 




Como não sei se todos leram no portal da Prefeitura, estou repassando a notícia que julgo muito importante.Vale a pena prestigiar o evento...
Livro sobre histórias de racismo será lançado no dia 24 - 19 horas - no Salão Vermelho
Em uma tarde de sábado de 1988 - ano em que a abolição da escravatura no Brasil completava 100 anos e período em que a campanha para libertação de Nelson Mandela estava com força total, João andava por Berlim, próximo ao extinto muro que separava as Alemanhas ocidental e oriental. Geraldo, um amigo brasileiro, o acompanhava. Quando cruzaram com um grupo de soldados americanos, todos negros, os cumprimentos foram todos para Geraldo - também negro - e João, o branco, foi sumariamente ignorado.

A discriminação sofrida por João, mesmo sendo gratuita e sem grandes conseqüências, gerou um novo sentimento no funcionário da Unicamp, hoje com 49 anos. “Nunca tinha passado por esse tipo de situação, mas depois desse fato, ficou mais fácil me colocar no lugar de uma pessoa que sofre algum tipo de discriminação. Por mais boba que seja. Acredito que todo brasileiro já tenha passado por algo parecido”, concluiu.

A história de João Pereira Góes Filho foi uma das 120 selecionadas para compor o livro “Racismo: São Paulo Fala”, que reúne relatos dos mais diferentes tipos de discriminação racial. Além de João Filho, outros dois campineiros tiveram suas histórias selecionadas: Alexandre Tarlei Ferreira e Débora Raquel dos Santos Alves. Eles tiveram a coragem e ousadia de escrever sobre experiências de vida com diferentes opiniões e que compõem a história da luta pela igualdade racial e contra preconceitos.

Conforme João Filho, a idéia de participar da campanha surgiu ao ouvir a chamada para o concurso no rádio. “Imediatamente lembrei de quando fui discriminado em 1988 e quis contribuir com a campanha, lembrando que datas e nomes são reais em meu depoimento”, explicou, afirmando que a notícia sobre a escolha de sua história para compor o livro trouxe surpresa e orgulho.

“Tive duas grandes surpresas: a primeira ao receber a notícia da seleção, e a segunda foi quando percebi que o evento teve um nível elevado e seriedade, gerando inclusive informação para pesquisa acadêmica, um trabalho que será continuado”,concluiu. A escolha dos 120 melhores relatos foi feita por professores da USP, entre cerca de 13 mil enviados durante a campanha realizada no estado de São Paulo.



Campanha e livro
O livro “Racismo: São Paulo Fala” será lançado no dia 24 de abril, às 19h no Salão Vermelho do Paço Municipal em Campinas. A publicação é composta por 120 histórias selecionadas através de um concurso lançado em 2008 com o tema: “ Racismo: se você não fala, quem vai falar?”. A idéia foi mobilizar e incentivar a população das cidades paulistanas, para que por cartas depositadas em urnas estrategicamente espalhadas pelos municípios ou por e-mail, relatassem histórias que denunciassem o racismo por que passaram em algum momento da vida.

Durante a cerimônia de lançamento do livro em Campinas, os autores selecionados serão homenageados. A campanha e o livro são uma iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo que marcam os 120 anos da abolição da escravatura no Brasil. A publicação foi lançada inicialmente no dia 20 de novembro do ano passado, Dia da Consciência Negra, na capital paulista.

Trabalho continuado
Em Campinas, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), e a Secretaria de Cidadania, Assistência e Inclusão Social foi parceira do governo do estado para a divulgação da campanha “Racismo: se você não fala, quem vai falar?”. Mas a participação da Administração Municipal irá além da divulgação da campanha e do lançamento do livro: ela chegará também às escolas municipais de Ensino Fundamental (Emefs).

Conforme a coordenadora do Programa de Memória e Identidade: Promoção da Igualdade na Diversidade (Mipid) , Sueli Gonçalves, serão distribuídos exemplares da publicação para cada uma das escolas de ensino fundamental. “Os professores poderão conhecer diferentes linguagens sobre o mesmo tema e assim terão mais um instrumento para trabalharem a questão afrobrasileira e a história africana em sala de aula”, explicou.

Questões étnicas
O Mipid foi criado na rede municipal em 2001, com a preocupação de gestores em trabalhar em sala de aula com as questões étnicoraciais e o objetivo de diminuir a evasão escolar. Em 2003, foi publicada a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 e alterada pela lei 10.639/03, que tornou obrigatório no currículo escolar o tema: História e Cultura Africana e Afrobrasileira nos currículos escolares, principalmente nas disciplinas de Português, História e Artes.

Em 2004, para intensificar a discussão do tema nas escolas, a Secretaria Municipal de Educação criou a formação continuada de professores por meio do Mipid. Em 2009, três cursos sobre o tema étnicoracial estão sendo oferecidos a 200 professores da rede municipal. 

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