[Ginga-argentina] TV Digital: governo perdeu as rédea do processo - Leitura recomendada!
Martín Olivera
martin.olivera at gmail.com
Tue Aug 16 17:53:15 CEST 2011
Gracias, Cesar!
lo retoque un poquito y lo publique en español en
http://comunidad.ginga.org.ar/?q=node/63
esta muy buena la nota!
2011/8/16 Cesar Böhrt <ccbohrt at gmail.com>
> Martin, ahi va, espero haber rescatado fielmente el texto
>
> saludos
>
> Cesar
>
> 2011/8/15 Martín Olivera <martin.olivera at gmail.com>
>
>> Que buena entrevista, habria q traducirla y publicarla en
>> comunidad.ginga.org.ar alguno puede traducirla y pasarla por aca? (Vale
>> google) la revisamos y publicamos en nuestro sitio en español. Me parece muy
>> importante difundir estas opiniones del creador de Ginga, Luiz Fernando
>> Gomes Soares
>>
>> -- desde el androide
>>
>> El ago 15, 2011 12:18 p.m., "Roberto Gerson" <rg.albuquerque at gmail.com>
>> escribió:
>>
>>
>>
>> Extraído do Blog do Dia a Dia, bit a bit.
>>
>> TV digital: governo perdeu as rédeas do processo<http://smeira.blog.terra.com.br/2011/08/15/tv-digital-governo-perdeu-as-rdeas-do-processo/>
>>
>> Esta entrevista é um marco. LF fala pouco mas, desta vez, diz muito. conta
>> a história do que rolou até agora nos bastidores da interação no SBTVD. Seja
>> lá qual for o futuro do padrão brasileiro de TV digital e de seus mecanismos
>> de interação, LF dá um testemunho marcante, daqueles que entram para a
>> história.
>>
>> (...)
>>
>>
>> 0. uma curta biografia: quem é você, em um parágrafo, quais são os
>> principais links pra seu trabalho, onde você pode ser achado?…
>>
>> Sou Professor Titular do Departamento de Informática da Pontifícia
>> Universidade Católica do Rio de Janeiro. Fui presidente da área de
>> computação na CAPES, membro do Conselho de Assessores de Ciência da
>> Computação (CA-CC) do CNPq, vice-presidente da Sociedade Brasileira de
>> Computação (SBC) e atual membro de seu Conselho, e vice-presidente do
>> Laboratório Nacional de Redes de Computadores (LARC). Fui representante da
>> comunidade científica no Comitê Gestor da Internet no Brasil e membro do seu
>> Conselho Administrativo. Fui o responsável pelo desenvolvimento do ambiente
>> Ginga-NCL do Sistema Brasileiro de TV Digital e Recomendação ITU-T para
>> serviços IPTV. Sou o atual representante da academia no Módulo Técnico da
>> Câmara Executiva do Fórum de TV Digital Brasileiro e de seu Conselho
>> Deliberativo. Sou coeditor da Recomendação H.761 no ITU-T e Coordenador do
>> GT de Middleware do Fórum SBTVD. Meu laboratório está neste link<http://www.telemidia.puc-rio.br/?q=pt-br/node/15> e
>> o e-mail neste outro<http://smeira.blog.terra.com.br/2011/08/15/tv-digital-governo-perdeu-as-rdeas-do-processo/[email protected]>
>> .
>>
>> 1. qual a história da interatividade no SBTVD até agora? quais foram os
>> percalços da partida, da definição do padrão?
>>
>> A história da linguagem NCL, e do middleware Ginga, começa em 1991, quando
>> seu modelo de dados, chamado NCM (Nested Context Model), resolveu um
>> problema em aberto na área de Sistemas Hipermídia. No ano de 1992, a solução
>> encontrada foi incorporada ao padrão MHEG da ISO, que veio a se tornar o
>> primeiro middleware para TV digital, sendo até hoje o middleware adotado no
>> Reino Unido. Em 2005 submetemos a máquina de apresentação de aplicações NCL
>> (o Ginga-NCL) como proposta para o SBTVD. Na época, o nome Ginga ainda não
>> existia; na proposta se chamava MAESTRO. O Nome Ginga surgiu quando a
>> proposta foi aceita como a única inovação, de fato, do SBTVD.
>>
>> *O início da definição do padrão, no entanto, não foi fácil.* Muitos
>> duvidavam que o Brasil pudesse ter feito uma tecnologia melhor da que a
>> existente nos países ditos desenvolvidos. Cheguei a ouvir (em palestra na
>> Câmara dos Deputados em Brasília) que o Brasil devia se preocupar com a
>> exportação de frango e de laranja, e não com o desenvolvimento de
>> tecnologia.
>>
>> Tendo sido comprovada como a melhor tecnologia, tivemos, felizmente, apoio
>> do Governo Federal na época, quando fui convidado a fazer o discurso de
>> lançamento do SBTVD, cerimônia na qual o Presidente Lula e o ministro das
>> Telecomunicações citaram o Ginga (passou a ser chamado assim poucos dias
>> antes do lançamento oficial) como a grande conquista brasileira.
>>
>> No entanto, ainda havia resistências no setor de radiodifusão e na
>> indústria de recepção. Apenas quando pesquisadores europeus, japoneses e
>> americanos começaram a elogiar a NCL como a melhor solução existente,
>> salientando que finalmente se tinha uma solução tecnológica adequada para a
>> TV digital, foi que a aceitação veio de fato. Ou seja, foi preciso sermos
>> primeiro reconhecidos lá fora. Para se ter uma ideia, *quem propôs a
>> discussão de NCL e Ginga-NCL como Recomendação ITU-T não foi o Brasil, e sim
>> o Japão*.
>>
>> 2. quais foram os principais problemas do caminho, do lançamento do padrão
>> em 2007 até agora?
>>
>> O primeiro problema foi que diziam, em 2007, que não havia implementação
>> comercial do Ginga-NCL e que o GEM (a parte imperativa escolhida, pela
>> compatibilidade com o padrão Europeu) tinha problemas de royalties. Quanto a
>> esse último ponto, ninguém atacava o Ginga-NCL, que incomodava justamente
>> pelo contrário, por ser software livre e sem qualquer royalty. Ou seja,
>> disponível para absolutamente todos.
>>
>> Por não necessitar pagamento de royalties e por sua simplicidade, várias
>> empresas de software foram criadas oferecendo a solução Ginga-NCL, ficando o
>> primeiro problema resolvido. Foi então que alguns fabricantes perceberam que
>> o Ginga-NCL fazia tudo o que o GEM fazia e melhor, de onde surgiu a proposta
>> que se lançasse receptores só com o Ginga-NCL; o que chamaram de Ginga 1.0
>> na época. A ideia foi contestada pelos radiodifusores, que diziam que a
>> presença do GEM era importante pela interoperabilidade com os outros
>> padrões.
>>
>> Em 2008, como já mencionei, a NCL e o Ginga-NCL foram propostos como
>> Recomendação ITU-T para serviços IPTV. Aprovada em abril de 2009, *pela
>> primeira vez na história das TICs o Brasil contribuiu com um padrão mundial,
>> na íntegra*. Um marco que a imprensa ignorou.*Como fato curioso, um
>> jornalista, muito renomado, que evito dizer o nome, até por vergonha, de um
>> dos veículos mais lidos do Rio de Janeiro, ao ser apresentado ao fato, disse
>> para seu repórter trazer uma notícia do Adriano (que acabava de ser
>> contratado pelo Flamengo) em alguma balada, pois era isso que trazia
>> leitores*.
>>
>> Vale ressaltar que até hoje o ambiente Ginga-NCL é o único ambiente de
>> middleware padrão para todas as plataformas IPTV, TV a cabo, TV broadband
>> (TV conectada) e TV terrestre (TV aberta). Mesmo dentro do SBTVD, é o único
>> padrão para todas as plataformas (receptores fixos, móveis e portáteis).
>>
>> Ainda em 2009, iniciou-se um movimento para substituição do GEM por uma
>> nova solução da Sun, que seria incorporada como Ginga-J, a princípio, livre
>> de royalties. O movimento cresceu e em uma reunião do Conselho Deliberativo
>> do Fórum foi dada a decisão final. Na época, o Ginga-NCL já pertencia à
>> comunidade de software livre, tendo recebido contribuições de mais de uma
>> dezena de universidades e outras instituições; várias empresas foram também
>> criadas sobre essa solução.
>>
>> A academia, por quase unanimidade (com exceção apenas do LSITec da USP,
>> entre as 17 instituições ligadas ao Fórum do SBTVD), votou por não adotar a
>> nova solução, proposta pela Sun e apadrinhada pelos radiodifusores, uma vez
>> que a NCL, com sua linguagem de script Lua, fazia absolutamente tudo o que
>> fazia a nova solução e com vantagens. A perda da interoperabilidade (tão
>> propalada) vinda pela não adoção do GEM, não justificava mais a presença do
>> Java nas estações clientes.
>>
>> Na época, a indústria de recepção concordava com a academia, *mas, devido
>> a um acordo feito nos bastidores, a academia ficou isolada e perdeu a
>> votação por 12 a 1* (só os radiodifusores mais a indústria de recepção
>> somam 8 votos no Fórum do SBTVD).
>>
>> Com o imbróglio do Ginga-J resolvido, começaram as reclamações que não
>> podia haver nenhum produto sem antes ter uma suíte de testes para o Ginga.
>> Deve ser ressaltado, no entanto, que a suíte de testes para o Ginga-NCL
>> existe e também já é hoje um projeto ITU-T. Mais ainda, pela primeira vez,
>> uma Questão ITU-T endossou oficialmente um trabalho colaborativo por meio de
>> serviços web para a concepção dessa suíte.
>>
>> Nesse meio tempo, o padrão brasileiro foi adotado em mais 10 países
>> latino-americanos e começa a ser adotado em alguns países da África, e tudo
>> tendo a interatividade do Ginga como carro chefe. Mais ainda, alguns desses
>> países, como é o caso da Argentina, resolveram começar só com o Ginga-NCL, o
>> que deveria ter sido feito no Brasil, na opinião derrotada da academia.
>>
>> É bom ressaltar, para melhor entendimento, que, para ser Ginga,
>> obrigatoriamente deve-se ter o Ginga-NCL. Outras partes opcionais podem ser
>> agregadas, como o Ginga-J (obrigatório apenas no caso do SBTVD para
>> receptores fixos), ou outros serviços, como aqueles oferecidos pelas TVs
>> conectadas.
>>
>> 3. na sua avaliação, qual é o atual estado de coisas? quais são as
>> perspectivas de uso prático, em escala comercial, de interatividade no
>> SBTVD? você acha que as emissoras "*deixaram interatividade pra lá*",
>> depois de ter conseguido vários de seus objetivos na transição do analógico
>> para o digital, inclusive evitando a fragmentação do espectro para entrada
>> de mais estações de TV?
>>
>> *Pois é, eu ainda não quero acreditar que as emissoras tinham apenas como
>> objetivo impedir a entrada de mais estações de TV*. Ainda sonho que haja
>> algum compromisso público por parte daqueles que ganharam concessões
>> públicas. Talvez seja apenas um sonho…. Mas não pensem que a academia foi
>> ingênua.
>>
>> O ideal da inclusão digital, da democratização não só do acesso à
>> informação, mas também do processo de produção de conteúdo, nos levou ao
>> projeto da NCL e sua linguagem de script Lua. Sabíamos da dificuldade da
>> transmissão, a terceira perna do processo de democratização, mas contávamos
>> com o sucesso da TV pública e, principalmente, com a entrada futura dos
>> serviços de IPTV.
>>
>> Não acho que as emissoras tenham deixado a interatividade para lá.*Creio
>> apenas que, por incompetência ou lentidão, não encontraram um modelo de
>> negócio para a interatividade.* O que as emissoras fazem hoje de
>> interatividade é muito pobre. Não explora nem 10% do que o Ginga-NCL
>> possibilita. A produção ainda está nas mãos de engenheiros, que são bons
>> engenheiros, mas produtores de conteúdo sem qualquer criatividade. *Ainda
>> não deixaram a interatividade chegar às mãos de quem realmente poderia criar
>> as aplicações “campeãs”.*
>>
>> Ainda se pensa na interatividade como widgets acoplados a programas da TV
>> convencional. Nesse sentido, o Ginga acrescenta pouco a mais do que os
>> serviços das TVs conectadas, em termos de desempenho e expressividade. Só
>> ganha por ser padrão e de código aberto. Entretanto, isso é muito
>> importante. O grande problema das TVs conectadas atuais é que cada
>> fabricante adotou sua solução proprietária, desde a linguagem de
>> desenvolvimento dos widgets até a distribuição por meio de sua própria loja.
>> Mesmo que se queira padronizar uma dessas formas proprietárias, basta fazer
>> uma ponte com a NCL. Mais uma vez, NCL é uma linguagem cola, que não
>> substitui, mas agrega facilidades. Com NCL, os fabricantes de receptores
>> ainda poderiam controlar a distribuição de widgets, ainda controlariam
>> totalmente o negócio, mas com a vantagem adicional de permitir a quem cria o
>> conteúdo escrever um único código para todas as plataformas. Hoje, como
>> está, o código tem que ser portado de um fabricante para outro.
>>
>> A interatividade, no entanto, é muito mais do que widgets. *São
>> narrativas interativas, aplicações de interatividade geradas ao vivo,
>> exploração de múltiplos dispositivos de exibição, personalização de
>> conteúdo, etc., tudo o que a NCL pode oferecer a mais para complementar o
>> que existe nas TVs conectadas.*
>>
>> É bom repetir que NCL é uma linguagem de cola. Ela não substitui, mas
>> complementa o que pode ser oferecido nas TVs conectadas. O Ginga-NCL pode
>> conviver em completa harmonia com os serviços da TV conectada, agregando
>> outros serviços, como os de IPTV e TV terrestre (VoD, Vídeos interativos ao
>> vivo, narrativas interativas, etc.). Ginga-NCL é o ambiente escolhido pelo
>> ITU-T para possibilitar essa*interoperabilidade e convergência total*,
>> quando então pararemos de ficar classificando as TVs digitais pelos seus
>> modelos de negócio (TVs broadband, TVs broadcast, WebTV, IPTV), mas a
>> consideraremos apenas como TV digital, com todos os seus serviços oferecidos
>> agregados.
>>
>> *É muito preocupante a situação de hoje. Quem vai desenvolver conteúdo
>> interativo tem que usar N padrões diferentes nas N redes de distribuição
>> disponíveis?* NET, TVA, Telefônica, ViaEmbratel, Oi, Sky, SBTVD, Samsung,
>> LG, Sony, Philips, TOTVS… *Quem vai pagar pelo trabalho de portar o
>> conteúdo interativo para as múltiplas plataformas?*
>>
>> A solução para isso é o que se persegue hoje nos órgãos de padronização e
>> é nesse ponto que o Brasil está muito à frente e é invejado em todo o mundo,
>> por ser o único local onde esse modelo pode começar já.
>>
>> *Infelizmente, a falta de conhecimento dos dirigentes de nossas “filiais”
>> das indústrias de recepção e dos nossos radiodifusores os impedem de ver um
>> futuro diferenciado para o país e para seus negócios.*
>>
>> 4. o governo e os órgãos reguladores brasileiros poderiam ter feito mais
>> por interatividade no SBTVD? mais do que? se tivessem feito, e o que
>> deveriam ter feito, qual poderia ter sido o impacto?
>>
>> *O governo começou muito bem quando viu na TV digital não apenas um
>> negócio para a indústria de recepção, que no país ainda não passa de
>> montadoras, e para o setor de radiodifusão*.
>>
>> A inclusão social pelo acesso e geração de conteúdo, o fortalecimento das
>> TVs Públicas, a criação de empresas, de software e outras, a geração de
>> empregos de qualidade, tanto na área tecnológica quanto nas artes e cultura,
>> foram o carro chefe inicial do SBTVD.
>>
>> Foi com esse enfoque que a NCL foi projetada: uma linguagem simples e
>> fácil de ser usada por não especialistas. Uma linguagem simples, a ponto de
>> permitir receptores de baixo custo sem, no entanto, perder sua
>> expressividade, sem limitar em nada a criatividade. Uma linguagem simples,
>> mas muito mais expressiva do que todas as outras linguagens declarativas
>> usadas em qualquer middleware para TV digital existente até os dias de hoje.
>> Também com essa concepção, foram criadas as bibliotecas NCLua. *Lua é
>> hoje a linguagem mais usada no mundo na área de jogos e entretenimento, mas
>> parte de nossa indústria de conteúdos parece ainda ignorar isso.*
>>
>> Ginga-NCL foi desenvolvido como software livre, e desse software mais de
>> uma dezena de pequenas empresas foram criadas, empresas de médio a grande
>> porte, e centenas ou talvez milhares de empregos de alto nível tecnológico.
>>
>> *Mas o governo parou nesse primeiro momento, perdendo as rédeas do
>> processo, que passou para os radiodifusores e mais recentemente para a
>> indústria de recepção.*
>>
>> Ao não incentivar set-top boxes com o Ginga-NCL (e no primeiro momento era
>> só o que poderia ser feito, pois a discussão do Java permanecia) e deixar o
>> aparecimento de “zappers” (set-top boxes sem interatividade Ginga); ao
>> permitir que a indústria de recepção se concentrasse apenas nas classes A e
>> B com suas TVs de alta definição com conversores embutidos, impediu o acesso
>> das classes menos privilegiadas a essa nova tecnologia.
>>
>> *A TV Pública ainda está patinando*, e o incentivo ao desenvolvimento de
>> aplicações (narrativas) interativas esbarrou na falta de capacidade dessas
>> emissoras (na verdade, as emissoras privadas também não têm tal
>> conhecimento).
>>
>> *De fato, faltou uma política para geração e distribuição de conteúdo.*
>>
>> A academia vem fazendo sua parte, o Programa Ginga Brasil<http://gingabrasil.ginga.org.br/> é
>> mais um exemplo, formando produtores de conteúdo, apoiando e incentivando a
>> criação de empregos e empresas (inclusive de grande porte), apoiando órgãos
>> do governo, como DATAPREV e PRODERJ no desenvolvimento de conteúdos de
>> inclusão social.
>>
>> *Entretanto, produzir para ser transmitido por quem?* Sem essa perna de
>> inclusão, as duas outras (acesso e produção de informação) não operam. Temos
>> que operacionalizar a TV pública.
>>
>> O Plano Nacional de Banda Larga traz nova esperança. É mais uma chance que
>> temos de levar tudo adiante. Temos de ver o plano também como propiciador de
>> serviços. E a TV digital é um dos mais importantes, principalmente no que
>> tange à inclusão social. Temos de tratar a IPTV, Web TV, broadband e
>> broadcast TV não como soluções antagônicas (porque não são nem no modelo de
>> negócios), mas complementares. O Brasil lidera esse processo mundialmente,
>> reconhecidamente, no ITU-T. Todos esperam e vigiam nossos movimentos. O
>> Ginga-NCL é visto como a *ferramenta de* *integração* (e aí vai um recado
>> para a indústria de recepção mal informada: ferramenta de integração e não
>> de substituição de suas aplicações residentes, como as que conferem acesso a
>> suas lojas de widgets).
>>
>> *Tomara que o governo retome as rédeas do processo.*
>>
>> Mas a sociedade civil não está parada. Através das TVs Comunitárias, TVs
>> Universitárias, Pontos de Cultura e outros coletivos audiovisuais, ela não
>> vai deixar a peteca cair. Quem viver verá. Não subestimem esse movimento.
>>
>> 5. você acha que a TV digital interativa aberta está perdendo espaço para
>> interatividade via IP e padrões globais propostos por forças há tempos
>> dominantes no mercado mundial, como mostrado neste link<http://bit.ly/qhenYv>?
>> pensando bem… era possível prever isso há uma ou meia década, nos estágios
>> de discussão e desenho e, depois, de lançamento do SBTVD?
>>
>> *Tudo era previsível desde o início. A academia presente no processo
>> nunca foi ingênua.* O Brasil se destaca na pesquisa na área há mais de 20
>> anos. O que acontece é que tudo está sendo visto de forma errada.
>> Felizmente, lá fora isso está mudando, basta ver os esforços do ITU-T nos
>> vários eventos de interoperabilidade e também os esforços do W3C. Aliás, o
>> último evento de interoperabilidade foi conjunto e no Brasil (…e a imprensa
>> nem noticiou, não é?).
>>
>> Mas vamos lá. Os radiodifusores europeus se basearam em uma tecnologia
>> ruim, o MHP, que nunca pegou e nunca foi padrão. A Europa era uma bagunça
>> com várias implementações não compatíveis. Com isso, e por falta de
>> escalabilidade, fizeram pouca coisa de interessante (tirando o Reino Unido,
>> que usava outro padrão, o já mencionado MHEG). Por falta de escala, não
>> conseguiram definir um modelo de negócios. O Brasil, ou melhor, a América
>> Latina, é vista como a grande chance de se ter um padrão de fato. Na
>> PUC-Rio, somos constantemente assediados por consórcios europeus querendo
>> fazer testes no Brasil, pois não se vê chance de executá-los em uma Europa
>> fragmentada.
>>
>> Enquanto isso, a indústria de recepção conseguiu encontrar seu “negócio de
>> interatividade” através de lojas, proprietárias, de widgets. Nesse momento a
>> TV broadband (ou TV Conectada) passou a chamar atenção.
>>
>> Já os serviços de IPTV eram oferecidos sempre como proprietários, e
>> corriam, e ainda correm, por fora dessa briga.
>>
>> Acontece que tudo vai se unir, quer queiram quer não. É só uma questão de
>> tempo. *Forças retrógradas podem atrasar o processo, mas não vão
>> pará-lo. *Quanto mais cedo perceberem que as coisas são complementares,
>> todos vão ganhar, os negócios e a inclusão social, que foi o motor do SBTVD.
>>
>> *A TV* *híbrida (como gostam de chamar os europeus) vai chegar.* Aliás,
>> mencionando os europeus, o principal fabricante do principal padrão híbrido
>> lá proposto incorpora o Ginga-NCL interoperando com sua solução. Mais um
>> exemplo…, soluções interoperando o Ginga-NCL e LIME (padrão japonês) já
>> estão prontas nos fabricantes de set-top boxes híbridos. Note que sempre com
>> o Ginga-NCL. *Por que só nós brasileiros é que não vemos nosso potencial?
>> *
>>
>> 6. considerando uma penetração cada vez maior de conectividade móvel, por
>> um lado, e TV a cabo, por outro, qual é, na sua opinião, o futuro do SBTVD?
>> vê o futuro da interatividade, na TV digital, dentro do SBTVD, como uma
>> opção economicamente viável? em que termos?…
>>
>> Bem a resposta a essa pergunta resume todas as outras.
>>
>> No SBTVD, o Ginga-NCL é o único ambiente obrigatório tanto para
>> dispositivos fixos, quanto para os móveis e portáteis da TV terrestre. No
>> ITU-T é o ambiente padronizado para serviços IPTV. O ITU-T também trata de
>> widgets e, embora ainda não definitivamente aprovado, o Ginga-NCL é visto
>> como a solução para interoperar com as várias soluções proprietárias
>> existentes.
>>
>> Partindo do pressuposto que todos os serviços são complementares, o
>> middleware brasileiro (adotado hoje já em 13 países), ou pelo menos o
>> Ginga-NCL, tem um enorme potencial de suporte global, e isso pode muito bem
>> ser explorado.
>>
>> O setor de radiodifusão deve procurar seu nicho. As emissoras precisam
>> começar a fazer aplicações reais de TV interativa terrestre, e não só de
>> widgets incorporados a seus programas. Isso eles podem até fazer também, e
>> vender nas diversas lojas de fabricantes de receptores.* Mas será que aí
>> está seu negócio?*
>>
>> Que tal explorar as narrativas interativas, os programas ao vivo, como
>> eventos esportivos com a interatividade (a aplicação) gerada ao vivo?
>> Propagandas personalizadas com narrativas interativas (vejam que começam a
>> aparecer várias muito interessantes no YouTube) são sensacionais…
>>
>> *A TV Pública também tem de ocupar o seu lugar.* O conteúdo gerado pelos
>> vários coletivos de audiovisual só vão encontrar nelas os seus transmissores
>> (*e hoje posso garantir que tais coletivos já têm uma interatividade
>> muito, mas muito mais interessante do que a produzida nas grandes emissoras
>> *). Os serviços de IPTV (e WebTV) devem ser vistos como complementares,
>> bem como os da TV conectadas. Assim teremos, de fato, uma solução invejável,
>> e o SBTVD poderá ser visto como um todo (e a Argentina já está fazendo
>> isso).
>>
>> Temos dois problemas: *será que o pessoal do setor de radiodifusão e da
>> “nossa” indústria (montadora) de recepção vai conseguir enxergar tão longe
>> * e pensar um pouco também na sua missão para o país? *Será que o governo
>> vai reassumir as rédeas do processo e propor uma política para o setor e
>> para o país*, como é seu papel, ou vai deixar as coisas acontecerem ao
>> acaso?
>>
>> Neste último parágrafo, LF deixa no ar a grande pergunta sobre o SBTVD:*será
>> que vamos ter uma política, de novo** *[como o brasil queria ter no
>> começo...] *para TV digital?*
>>
>> TV, desta vez, não era simplesmente definir como a imagem era montada e
>> transmitida, e como deveriam ser os sistemas de codificação, transmissão,
>> recepção, decodificação e apresentação. Depois que tudo isso foi decidido, o
>> país resolveu [?] inovar e incluiu um padrão para interação.
>>
>> Depois, como bem diz LF, o brasil "perdeu as rédeas do processo". A
>> dúvida, agora, é se há coesão e energia para dar direção e sentido a um
>> esforço que vem, por mais que seus principais atores tentem, se arrastando
>> há quase quatro anos e mostrando, como quase sempre, como é que se inova no
>> brasil. *Ou, a bem dizer, como é que não se inova no brasil.*
>> *
>> *
>>
>>
>>
>>
>> --
>> sds/
>> Roberto Gerson de Albuquerque Azevedo (http://laws.deinf.ufma.br/~roberto
>> )
>> ----------
>> PhD. Student - PUC-Rio
>> Master in Informatics, PUC-RIO
>> B.Sc. in Computer Science, UFMA
>>
>> Multimedia Researcher - Telemídia Lab (http://www.telemidia.puc-rio.br)
>> Research Collaborator - Laws Lab (http://laws.deinf.ufma.br)
>> ----------
>> Clube NCL: The freedom to develop and share interactive content! (*MailScanner
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