[Ginga-argentina] TV Digital: governo perdeu as rédea do processo - Leitura recomendada!

Cesar Böhrt ccbohrt at gmail.com
Tue Aug 16 16:25:36 CEST 2011


Martin, ahi va, espero haber rescatado fielmente el texto

saludos

Cesar

2011/8/15 Martín Olivera <martin.olivera at gmail.com>

> Que buena entrevista, habria q traducirla y publicarla en
> comunidad.ginga.org.ar alguno puede traducirla y pasarla por aca? (Vale
> google) la revisamos y publicamos en nuestro sitio en español. Me parece muy
> importante difundir estas opiniones del creador de Ginga, Luiz Fernando
> Gomes Soares
>
> -- desde el androide
>
> El ago 15, 2011 12:18 p.m., "Roberto Gerson" <rg.albuquerque at gmail.com>
> escribió:
>
>
>
> Extraído do Blog do Dia a Dia, bit a bit.
>
>  TV digital: governo perdeu as rédeas do processo<http://smeira.blog.terra.com.br/2011/08/15/tv-digital-governo-perdeu-as-rdeas-do-processo/>
>
> Esta entrevista é um marco. LF fala pouco mas, desta vez, diz muito. conta
> a história do que rolou até agora nos bastidores da interação no SBTVD. Seja
> lá qual for o futuro do padrão brasileiro de TV digital e de seus mecanismos
> de interação, LF dá um testemunho marcante, daqueles que entram para a
> história.
>
> (...)
>
>
> 0. uma curta biografia: quem é você, em um parágrafo, quais são os
> principais links pra seu trabalho, onde você pode ser achado?…
>
> Sou Professor Titular do Departamento de Informática da Pontifícia
> Universidade Católica do Rio de Janeiro. Fui presidente da área de
> computação na CAPES, membro do Conselho de Assessores de Ciência da
> Computação (CA-CC) do CNPq, vice-presidente da Sociedade Brasileira de
> Computação (SBC) e atual membro de seu Conselho, e vice-presidente do
> Laboratório Nacional de Redes de Computadores (LARC). Fui representante da
> comunidade científica no Comitê Gestor da Internet no Brasil e membro do seu
> Conselho Administrativo. Fui o responsável pelo desenvolvimento do ambiente
> Ginga-NCL do Sistema Brasileiro de TV Digital e Recomendação ITU-T para
> serviços IPTV. Sou o atual representante da academia no Módulo Técnico da
> Câmara Executiva do Fórum de TV Digital Brasileiro e de seu Conselho
> Deliberativo. Sou coeditor da Recomendação H.761 no ITU-T e Coordenador do
> GT de Middleware do Fórum SBTVD. Meu laboratório está neste link<http://www.telemidia.puc-rio.br/?q=pt-br/node/15> e
> o e-mail neste outro<http://smeira.blog.terra.com.br/2011/08/15/tv-digital-governo-perdeu-as-rdeas-do-processo/[email protected]>
> .
>
> 1. qual a história da interatividade no SBTVD até agora? quais foram os
> percalços da partida, da definição do padrão?
>
> A história da linguagem NCL, e do middleware Ginga, começa em 1991, quando
> seu modelo de dados, chamado NCM (Nested Context Model), resolveu um
> problema em aberto na área de Sistemas Hipermídia. No ano de 1992, a solução
> encontrada foi incorporada ao padrão MHEG da ISO, que veio a se tornar o
> primeiro middleware para TV digital, sendo até hoje o middleware adotado no
> Reino Unido. Em 2005 submetemos a máquina de apresentação de aplicações NCL
> (o Ginga-NCL) como proposta para o SBTVD. Na época, o nome Ginga ainda não
> existia; na proposta se chamava MAESTRO. O Nome Ginga surgiu quando a
> proposta foi aceita como a única inovação, de fato, do SBTVD.
>
> *O início da definição do padrão, no entanto, não foi fácil.* Muitos
> duvidavam que o Brasil pudesse ter feito uma tecnologia melhor da que a
> existente nos países ditos desenvolvidos. Cheguei a ouvir (em palestra na
> Câmara dos Deputados em Brasília) que o Brasil devia se preocupar com a
> exportação de frango e de laranja, e não com o desenvolvimento de
> tecnologia.
>
> Tendo sido comprovada como a melhor tecnologia, tivemos, felizmente, apoio
> do Governo Federal na época, quando fui convidado a fazer o discurso de
> lançamento do SBTVD, cerimônia na qual o Presidente Lula e o ministro das
> Telecomunicações citaram o Ginga (passou a ser chamado assim poucos dias
> antes do lançamento oficial) como a grande conquista brasileira.
>
> No entanto, ainda havia resistências no setor de radiodifusão e na
> indústria de recepção. Apenas quando pesquisadores europeus, japoneses e
> americanos começaram a elogiar a NCL como a melhor solução existente,
> salientando que finalmente se tinha uma solução tecnológica adequada para a
> TV digital, foi que a aceitação veio de fato. Ou seja, foi preciso sermos
> primeiro reconhecidos lá fora. Para se ter uma ideia, *quem propôs a
> discussão de NCL e Ginga-NCL como Recomendação ITU-T não foi o Brasil, e sim
> o Japão*.
>
> 2. quais foram os principais problemas do caminho, do lançamento do padrão
> em 2007 até agora?
>
> O primeiro problema foi que diziam, em 2007, que não havia implementação
> comercial do Ginga-NCL e que o GEM (a parte imperativa escolhida, pela
> compatibilidade com o padrão Europeu) tinha problemas de royalties. Quanto a
> esse último ponto, ninguém atacava o Ginga-NCL, que incomodava justamente
> pelo contrário, por ser software livre e sem qualquer royalty. Ou seja,
> disponível para absolutamente todos.
>
> Por não necessitar pagamento de royalties e por sua simplicidade, várias
> empresas de software foram criadas oferecendo a solução Ginga-NCL, ficando o
> primeiro problema resolvido. Foi então que alguns fabricantes perceberam que
> o Ginga-NCL fazia tudo o que o GEM fazia e melhor, de onde surgiu a proposta
> que se lançasse receptores só com o Ginga-NCL; o que chamaram de Ginga 1.0
> na época. A ideia foi contestada pelos radiodifusores, que diziam que a
> presença do GEM era importante pela interoperabilidade com os outros
> padrões.
>
> Em 2008, como já mencionei, a NCL e o Ginga-NCL foram propostos como
> Recomendação ITU-T para serviços IPTV. Aprovada em abril de 2009, *pela
> primeira vez na história das TICs o Brasil contribuiu com um padrão mundial,
> na íntegra*. Um marco que a imprensa ignorou.*Como fato curioso, um
> jornalista, muito renomado, que evito dizer o nome, até por vergonha, de um
> dos veículos mais lidos do Rio de Janeiro, ao ser apresentado ao fato, disse
> para seu repórter trazer uma notícia do Adriano (que acabava de ser
> contratado pelo Flamengo) em alguma balada, pois era isso que trazia
> leitores*.
>
> Vale ressaltar que até hoje o ambiente Ginga-NCL é o único ambiente de
> middleware padrão para todas as plataformas IPTV, TV a cabo, TV broadband
> (TV conectada) e TV terrestre (TV aberta). Mesmo dentro do SBTVD, é o único
> padrão para todas as plataformas (receptores fixos, móveis e portáteis).
>
> Ainda em 2009, iniciou-se um movimento para substituição do GEM por uma
> nova solução da Sun, que seria incorporada como Ginga-J, a princípio, livre
> de royalties. O movimento cresceu e em uma reunião do Conselho Deliberativo
> do Fórum foi dada a decisão final. Na época, o Ginga-NCL já pertencia à
> comunidade de software livre, tendo recebido contribuições de mais de uma
> dezena de universidades e outras instituições; várias empresas foram também
> criadas sobre essa solução.
>
> A academia, por quase unanimidade (com exceção apenas do LSITec da USP,
> entre as 17 instituições ligadas ao Fórum do SBTVD), votou por não adotar a
> nova solução, proposta pela Sun e apadrinhada pelos radiodifusores, uma vez
> que a NCL, com sua linguagem de script Lua, fazia absolutamente tudo o que
> fazia a nova solução e com vantagens. A perda da interoperabilidade (tão
> propalada) vinda pela não adoção do GEM, não justificava mais a presença do
> Java nas estações clientes.
>
> Na época, a indústria de recepção concordava com a academia, *mas, devido
> a um acordo feito nos bastidores, a academia ficou isolada e perdeu a
> votação por 12 a 1* (só os radiodifusores mais a indústria de recepção
> somam 8 votos no Fórum do SBTVD).
>
> Com o imbróglio do Ginga-J resolvido, começaram as reclamações que não
> podia haver nenhum produto sem antes ter uma suíte de testes para o Ginga.
> Deve ser ressaltado, no entanto, que a suíte de testes para o Ginga-NCL
> existe e também já é hoje um projeto ITU-T. Mais ainda, pela primeira vez,
> uma Questão ITU-T endossou oficialmente um trabalho colaborativo por meio de
> serviços web para a concepção dessa suíte.
>
> Nesse meio tempo, o padrão brasileiro foi adotado em mais 10 países
> latino-americanos e começa a ser adotado em alguns países da África, e tudo
> tendo a interatividade do Ginga como carro chefe. Mais ainda, alguns desses
> países, como é o caso da Argentina, resolveram começar só com o Ginga-NCL, o
> que deveria ter sido feito no Brasil, na opinião derrotada da academia.
>
> É bom ressaltar, para melhor entendimento, que, para ser Ginga,
> obrigatoriamente deve-se ter o Ginga-NCL. Outras partes opcionais podem ser
> agregadas, como o Ginga-J (obrigatório apenas no caso do SBTVD para
> receptores fixos), ou outros serviços, como aqueles oferecidos pelas TVs
> conectadas.
>
> 3. na sua avaliação, qual é o atual estado de coisas? quais são as
> perspectivas de uso prático, em escala comercial, de interatividade no
> SBTVD? você acha que as emissoras "*deixaram interatividade pra lá*",
> depois de ter conseguido vários de seus objetivos na transição do analógico
> para o digital, inclusive evitando a fragmentação do espectro para entrada
> de mais estações de TV?
>
> *Pois é, eu ainda não quero acreditar que as emissoras tinham apenas como
> objetivo impedir a entrada de mais estações de TV*. Ainda sonho que haja
> algum compromisso público por parte daqueles que ganharam concessões
> públicas. Talvez seja apenas um sonho…. Mas não pensem que a academia foi
> ingênua.
>
> O ideal da inclusão digital, da democratização não só do acesso à
> informação, mas também do processo de produção de conteúdo, nos levou ao
> projeto da NCL e sua linguagem de script Lua. Sabíamos da dificuldade da
> transmissão, a terceira perna do processo de democratização, mas contávamos
> com o sucesso da TV pública e, principalmente, com a entrada futura dos
> serviços de IPTV.
>
> Não acho que as emissoras tenham deixado a interatividade para lá.*Creio
> apenas que, por incompetência ou lentidão, não encontraram um modelo de
> negócio para a interatividade.* O que as emissoras fazem hoje de
> interatividade é muito pobre. Não explora nem 10% do que o Ginga-NCL
> possibilita. A produção ainda está nas mãos de engenheiros, que são bons
> engenheiros, mas produtores de conteúdo sem qualquer criatividade. *Ainda
> não deixaram a interatividade chegar às mãos de quem realmente poderia criar
> as aplicações “campeãs”.*
>
> Ainda se pensa na interatividade como widgets acoplados a programas da TV
> convencional. Nesse sentido, o Ginga acrescenta pouco a mais do que os
> serviços das TVs conectadas, em termos de desempenho e expressividade. Só
> ganha por ser padrão e de código aberto. Entretanto, isso é muito
> importante. O grande problema das TVs conectadas atuais é que cada
> fabricante adotou sua solução proprietária, desde a linguagem de
> desenvolvimento dos widgets até a distribuição por meio de sua própria loja.
> Mesmo que se queira padronizar uma dessas formas proprietárias, basta fazer
> uma ponte com a NCL. Mais uma vez, NCL é uma linguagem cola, que não
> substitui, mas agrega facilidades. Com NCL, os fabricantes de receptores
> ainda poderiam controlar a distribuição de widgets, ainda controlariam
> totalmente o negócio, mas com a vantagem adicional de permitir a quem cria o
> conteúdo escrever um único código para todas as plataformas. Hoje, como
> está, o código tem que ser portado de um fabricante para outro.
>
> A interatividade, no entanto, é muito mais do que widgets. *São narrativas
> interativas, aplicações de interatividade geradas ao vivo, exploração de
> múltiplos dispositivos de exibição, personalização de conteúdo, etc., tudo o
> que a NCL pode oferecer a mais para complementar o que existe nas TVs
> conectadas.*
>
> É bom repetir que NCL é uma linguagem de cola. Ela não substitui, mas
> complementa o que pode ser oferecido nas TVs conectadas. O Ginga-NCL pode
> conviver em completa harmonia com os serviços da TV conectada, agregando
> outros serviços, como os de IPTV e TV terrestre (VoD, Vídeos interativos ao
> vivo, narrativas interativas, etc.). Ginga-NCL é o ambiente escolhido pelo
> ITU-T para possibilitar essa*interoperabilidade e convergência total*,
> quando então pararemos de ficar classificando as TVs digitais pelos seus
> modelos de negócio (TVs broadband, TVs broadcast, WebTV, IPTV), mas a
> consideraremos apenas como TV digital, com todos os seus serviços oferecidos
> agregados.
>
> *É muito preocupante a situação de hoje. Quem vai desenvolver conteúdo
> interativo tem que usar N padrões diferentes nas N redes de distribuição
> disponíveis?* NET, TVA, Telefônica, ViaEmbratel, Oi, Sky, SBTVD, Samsung,
> LG, Sony, Philips, TOTVS… *Quem vai pagar pelo trabalho de portar o
> conteúdo interativo para as múltiplas plataformas?*
>
> A solução para isso é o que se persegue hoje nos órgãos de padronização e é
> nesse ponto que o Brasil está muito à frente e é invejado em todo o mundo,
> por ser o único local onde esse modelo pode começar já.
>
> *Infelizmente, a falta de conhecimento dos dirigentes de nossas “filiais”
> das indústrias de recepção e dos nossos radiodifusores os impedem de ver um
> futuro diferenciado para o país e para seus negócios.*
>
> 4. o governo e os órgãos reguladores brasileiros poderiam ter feito mais
> por interatividade no SBTVD? mais do que? se tivessem feito, e o que
> deveriam ter feito, qual poderia ter sido o impacto?
>
> *O governo começou muito bem quando viu na TV digital não apenas um
> negócio para a indústria de recepção, que no país ainda não passa de
> montadoras, e para o setor de radiodifusão*.
>
> A inclusão social pelo acesso e geração de conteúdo, o fortalecimento das
> TVs Públicas, a criação de empresas, de software e outras, a geração de
> empregos de qualidade, tanto na área tecnológica quanto nas artes e cultura,
> foram o carro chefe inicial do SBTVD.
>
> Foi com esse enfoque que a NCL foi projetada: uma linguagem simples e fácil
> de ser usada por não especialistas. Uma linguagem simples, a ponto de
> permitir receptores de baixo custo sem, no entanto, perder sua
> expressividade, sem limitar em nada a criatividade. Uma linguagem simples,
> mas muito mais expressiva do que todas as outras linguagens declarativas
> usadas em qualquer middleware para TV digital existente até os dias de hoje.
> Também com essa concepção, foram criadas as bibliotecas NCLua. *Lua é hoje
> a linguagem mais usada no mundo na área de jogos e entretenimento, mas parte
> de nossa indústria de conteúdos parece ainda ignorar isso.*
>
> Ginga-NCL foi desenvolvido como software livre, e desse software mais de
> uma dezena de pequenas empresas foram criadas, empresas de médio a grande
> porte, e centenas ou talvez milhares de empregos de alto nível tecnológico.
>
> *Mas o governo parou nesse primeiro momento, perdendo as rédeas do
> processo, que passou para os radiodifusores e mais recentemente para a
> indústria de recepção.*
>
> Ao não incentivar set-top boxes com o Ginga-NCL (e no primeiro momento era
> só o que poderia ser feito, pois a discussão do Java permanecia) e deixar o
> aparecimento de “zappers” (set-top boxes sem interatividade Ginga); ao
> permitir que a indústria de recepção se concentrasse apenas nas classes A e
> B com suas TVs de alta definição com conversores embutidos, impediu o acesso
> das classes menos privilegiadas a essa nova tecnologia.
>
> *A TV Pública ainda está patinando*, e o incentivo ao desenvolvimento de
> aplicações (narrativas) interativas esbarrou na falta de capacidade dessas
> emissoras (na verdade, as emissoras privadas também não têm tal
> conhecimento).
>
> *De fato, faltou uma política para geração e distribuição de conteúdo.*
>
> A academia vem fazendo sua parte, o Programa Ginga Brasil<http://gingabrasil.ginga.org.br/> é
> mais um exemplo, formando produtores de conteúdo, apoiando e incentivando a
> criação de empregos e empresas (inclusive de grande porte), apoiando órgãos
> do governo, como DATAPREV e PRODERJ no desenvolvimento de conteúdos de
> inclusão social.
>
> *Entretanto, produzir para ser transmitido por quem?* Sem essa perna de
> inclusão, as duas outras (acesso e produção de informação) não operam. Temos
> que operacionalizar a TV pública.
>
> O Plano Nacional de Banda Larga traz nova esperança. É mais uma chance que
> temos de levar tudo adiante. Temos de ver o plano também como propiciador de
> serviços. E a TV digital é um dos mais importantes, principalmente no que
> tange à inclusão social. Temos de tratar a IPTV, Web TV, broadband e
> broadcast TV não como soluções antagônicas (porque não são nem no modelo de
> negócios), mas complementares. O Brasil lidera esse processo mundialmente,
> reconhecidamente, no ITU-T. Todos esperam e vigiam nossos movimentos. O
> Ginga-NCL é visto como a *ferramenta de* *integração* (e aí vai um recado
> para a indústria de recepção mal informada: ferramenta de integração e não
> de substituição de suas aplicações residentes, como as que conferem acesso a
> suas lojas de widgets).
>
> *Tomara que o governo retome as rédeas do processo.*
>
> Mas a sociedade civil não está parada. Através das TVs Comunitárias, TVs
> Universitárias, Pontos de Cultura e outros coletivos audiovisuais, ela não
> vai deixar a peteca cair. Quem viver verá. Não subestimem esse movimento.
>
> 5. você acha que a TV digital interativa aberta está perdendo espaço para
> interatividade via IP e padrões globais propostos por forças há tempos
> dominantes no mercado mundial, como mostrado neste link<http://bit.ly/qhenYv>?
> pensando bem… era possível prever isso há uma ou meia década, nos estágios
> de discussão e desenho e, depois, de lançamento do SBTVD?
>
> *Tudo era previsível desde o início. A academia presente no processo nunca
> foi ingênua.* O Brasil se destaca na pesquisa na área há mais de 20 anos.
> O que acontece é que tudo está sendo visto de forma errada. Felizmente, lá
> fora isso está mudando, basta ver os esforços do ITU-T nos vários eventos de
> interoperabilidade e também os esforços do W3C. Aliás, o último evento de
> interoperabilidade foi conjunto e no Brasil (…e a imprensa nem noticiou, não
> é?).
>
> Mas vamos lá. Os radiodifusores europeus se basearam em uma tecnologia
> ruim, o MHP, que nunca pegou e nunca foi padrão. A Europa era uma bagunça
> com várias implementações não compatíveis. Com isso, e por falta de
> escalabilidade, fizeram pouca coisa de interessante (tirando o Reino Unido,
> que usava outro padrão, o já mencionado MHEG). Por falta de escala, não
> conseguiram definir um modelo de negócios. O Brasil, ou melhor, a América
> Latina, é vista como a grande chance de se ter um padrão de fato. Na
> PUC-Rio, somos constantemente assediados por consórcios europeus querendo
> fazer testes no Brasil, pois não se vê chance de executá-los em uma Europa
> fragmentada.
>
> Enquanto isso, a indústria de recepção conseguiu encontrar seu “negócio de
> interatividade” através de lojas, proprietárias, de widgets. Nesse momento a
> TV broadband (ou TV Conectada) passou a chamar atenção.
>
> Já os serviços de IPTV eram oferecidos sempre como proprietários, e
> corriam, e ainda correm, por fora dessa briga.
>
> Acontece que tudo vai se unir, quer queiram quer não. É só uma questão de
> tempo. *Forças retrógradas podem atrasar o processo, mas não vão pará-lo.
> *Quanto mais cedo perceberem que as coisas são complementares, todos vão
> ganhar, os negócios e a inclusão social, que foi o motor do SBTVD.
>
> *A TV* *híbrida (como gostam de chamar os europeus) vai chegar.* Aliás,
> mencionando os europeus, o principal fabricante do principal padrão híbrido
> lá proposto incorpora o Ginga-NCL interoperando com sua solução. Mais um
> exemplo…, soluções interoperando o Ginga-NCL e LIME (padrão japonês) já
> estão prontas nos fabricantes de set-top boxes híbridos. Note que sempre com
> o Ginga-NCL. *Por que só nós brasileiros é que não vemos nosso potencial?*
>
> 6. considerando uma penetração cada vez maior de conectividade móvel, por
> um lado, e TV a cabo, por outro, qual é, na sua opinião, o futuro do SBTVD?
> vê o futuro da interatividade, na TV digital, dentro do SBTVD, como uma
> opção economicamente viável? em que termos?…
>
> Bem a resposta a essa pergunta resume todas as outras.
>
> No SBTVD, o Ginga-NCL é o único ambiente obrigatório tanto para
> dispositivos fixos, quanto para os móveis e portáteis da TV terrestre. No
> ITU-T é o ambiente padronizado para serviços IPTV. O ITU-T também trata de
> widgets e, embora ainda não definitivamente aprovado, o Ginga-NCL é visto
> como a solução para interoperar com as várias soluções proprietárias
> existentes.
>
> Partindo do pressuposto que todos os serviços são complementares, o
> middleware brasileiro (adotado hoje já em 13 países), ou pelo menos o
> Ginga-NCL, tem um enorme potencial de suporte global, e isso pode muito bem
> ser explorado.
>
> O setor de radiodifusão deve procurar seu nicho. As emissoras precisam
> começar a fazer aplicações reais de TV interativa terrestre, e não só de
> widgets incorporados a seus programas. Isso eles podem até fazer também, e
> vender nas diversas lojas de fabricantes de receptores.* Mas será que aí
> está seu negócio?*
>
> Que tal explorar as narrativas interativas, os programas ao vivo, como
> eventos esportivos com a interatividade (a aplicação) gerada ao vivo?
> Propagandas personalizadas com narrativas interativas (vejam que começam a
> aparecer várias muito interessantes no YouTube) são sensacionais…
>
> *A TV Pública também tem de ocupar o seu lugar.* O conteúdo gerado pelos
> vários coletivos de audiovisual só vão encontrar nelas os seus transmissores
> (*e hoje posso garantir que tais coletivos já têm uma interatividade
> muito, mas muito mais interessante do que a produzida nas grandes emissoras
> *). Os serviços de IPTV (e WebTV) devem ser vistos como complementares,
> bem como os da TV conectadas. Assim teremos, de fato, uma solução invejável,
> e o SBTVD poderá ser visto como um todo (e a Argentina já está fazendo
> isso).
>
> Temos dois problemas: *será que o pessoal do setor de radiodifusão e da
> “nossa” indústria (montadora) de recepção vai conseguir enxergar tão longe
> * e pensar um pouco também na sua missão para o país? *Será que o governo
> vai reassumir as rédeas do processo e propor uma política para o setor e
> para o país*, como é seu papel, ou vai deixar as coisas acontecerem ao
> acaso?
>
> Neste último parágrafo, LF deixa no ar a grande pergunta sobre o SBTVD:*será
> que vamos ter uma política, de novo** *[como o brasil queria ter no
> começo...] *para TV digital?*
>
> TV, desta vez, não era simplesmente definir como a imagem era montada e
> transmitida, e como deveriam ser os sistemas de codificação, transmissão,
> recepção, decodificação e apresentação. Depois que tudo isso foi decidido, o
> país resolveu [?] inovar e incluiu um padrão para interação.
>
> Depois, como bem diz LF, o brasil "perdeu as rédeas do processo". A dúvida,
> agora, é se há coesão e energia para dar direção e sentido a um esforço que
> vem, por mais que seus principais atores tentem, se arrastando há quase
> quatro anos e mostrando, como quase sempre, como é que se inova no brasil.
> *Ou, a bem dizer, como é que não se inova no brasil.*
> *
> *
>
>
>
>
> --
> sds/
> Roberto Gerson de Albuquerque Azevedo (http://laws.deinf.ufma.br/~roberto)
> ----------
> PhD. Student - PUC-Rio
> Master in Informatics, PUC-RIO
> B.Sc. in Computer Science, UFMA
>
> Multimedia Researcher - Telemídia Lab (http://www.telemidia.puc-rio.br)
> Research Collaborator - Laws Lab (http://laws.deinf.ufma.br)
> ----------
> Clube NCL: The freedom to develop and share interactive content! (*MailScanner
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> * http://clube.ncl.org.br) <http://clube.ncl.org.br/>
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