[Musix-usuarios] Software Libre y ROCK en Brasil !

Marcos Guglielmetti marcospcmusica en gmail.com
Lun Sep 18 15:16:30 CEST 2006


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 Inclusão digital e rock’n roll
15 de agosto de 2006

A Associação Cultural Cearense do Rock mostra que nem todo “roqueiro 
brasileiro sempre teve cara de bandido”, como dizia a música “Ôrra meu!”, dos 
Mutantes.

Heitor Augusto

A imagem do rock, desde os anos 60, esteve ligada ao hedonismo, ou seja, viver 
intensamente, sem se importar com o dia seguinte e aproveitar todos os 
prazeres possíveis. Bandas internacionais, como Rolling Stones, Kiss e Guns 
and Roses – além das nacionais Barão Vermelho, Mutantes e Raimundos, por 
exemplo – cultuaram, em maior ou menor intensidade, o lema “sexo, drogas e 
rock’n roll”.

Foto: Karen Pedregal
O ABC Digital tem seis máquinas,
todas rodando software livre, além
de biblioteca com 700 títulos. Quem pensa que rock se resume a isso está 
enganado. É o que mostram os roqueiros da Associação Cultural Cearense de 
Rock (ACR), criada em 1998, e que, hoje, agrega 35 bandas. E mais: 
aproveitando a experiência de outras entidades, que seguiram a trilha da 
inclusão digital, a ACR montou, em 2004, um telecentro na periferia de 
Fortaleza, o ABC Digital. O espaço, hoje, conta com seis máquinas rodando 
software livre, além de uma biblioteca com cerca de 700 títulos, todos 
doados. São realizadas oficinas, uma vez por semana, para um primeiro contato 
com o computador e, nos outros quatro dias, os usuários podem acessar a 
internet.

O pontapé inicial para tirar o ABC Digital do papel foi a vitória no I 
Concurso Nacional de Inclusão Digital para Jovens, promovido pela OnG 
Comunitas, em 2002. Como prêmio, a ACR recebeu sete computadores e duas 
bolsas para monitores, no valor de R$ 300,00, pelo período de seis meses. 
Mas, havia a exigência de que o espaço estivesse localizado em uma 
comunidade, o que não era o caso da associação, situada em uma via com 
tráfego intenso de transportes coletivos.

Enquanto a nova sede não era construída – por falta de recursos –, os 
encontros ocorriam ao ar livre. “Passamos seis meses nos reunindo no bosque 
da Universidade Federal do Ceará, até sermos expulsos pela vigilância”, 
lembra Amaudson Ximenes, presidente da ACR. Passaram a se encontrar na praça 
da Gentilândia, mas não por muito tempo. O local é próximo do Estádio 
Presidente Vargas, do Treze F.C., e o perigo de confronto entre torcidas era 
constante. A associação se mudou para a nova sede, ainda em construção, à 
época, na Rua do Fogo.

Hoje, o ABC Digital está no bairro de Jacarecanga e já alfatetizou 
digitalmente cerca de mil pessoas. “A Rua do Fogo tem cerca de 1.500 
habitantes. A comunidade é grande, tem a favela do Pirambú, com 300 mil, e o 
Morro do Ouro, com cerca de 100 mil”, diz Ximenes sobre os entornos da ACR. 
Segundo pesquisas do presidente da Associação Cultural Cearense do Rock, a 
renda mensal da comunidade gira em torno de 2,5 salários mínimos – muitos 
trabalham informalmente.

Foto: Karen Pedregal
A única frustração com o ForCaos
deste ano foi o público pequeno
nos debates Em outubro de 2005, o projeto recebeu máquinas doadas pelo Banco 
do Brasil e as antigas, que haviam sido ganhas no concurso da Comunitas, 
transformaram-se no servidor. A distribuição que roda nos computadores é 
Debian-CE. “A gente tinha um amigo que trabalhava numa firma de telefonia. 
Ele conversou com o pessoal do Debian e eles fizeram a instalação para nós”, 
explica Ximenes. O suporte fica por conta da casa: o diretor financeiro da 
ACR e vocalista da Em telecomunicações, banda é uma faixa de freqüências 
dentro do espectro eletromagnético. Cada banda traz uma definição dos seus 
limites de freqüência mais alta e mais baixa, chamada de largura de banda.O 
uso de bandas exige regulamentação, para evitar a ocorrência de 
interferências. No Brasil, por exemplo, a Anatel definiu cinco bandas 
diferentes para o serviço de telefonia móvel: Banda A e Banda B, ocupam a 
faixa de freqüência de 800 MHz (a Banda B entrou em operação em 1997, com o 
objetivo de oferecer uma alternativa aos usuários de telefonia celular, até 
então atendidos pelas operadoras de Banda A, e assim estabelecer a competição 
nesse segmento); Bandas C, D e E, destinadas à prestação do Serviço Móvel 
Pessoal (SMP), dentro da faixa de freqüência de 1,8 GHz(ver SMP). banda 
Obskure, Luís Alberto, conhecido como Zool, faz a manutenção das estações. 
Mas, por conta dos poucos recursos financeiros, o espaço do ABC Digital só 
fica aberto na parte da tarde, das 14 às 18 horas. Os monitores são todos 
voluntários.

E por que usar software livre? “Ele é a maior expressão da imaginação 
dissidente de uma sociedade que busca mais do que a sua mercantilização. Além 
disso, é um movimento baseado no princípio do compartilhamento do 
conhecimento e na solidariedade praticados pela inteligência coletiva”, 
analisa o presidente da ACR.

O grupo ampliou os horizontes e tem procurado trocar experiências com outros 
movimentos de inclusão digital. Prova disso foi a participação da ACR na V 
Oficina de Inclusão Digital (saiba mais), ocorrida entre 5 e 9 de junho, em 
Porto Alegre. A viagem de Fortaleza ao sul do país foi financiada pelo Banco 
do Brasil e o material de divulgação do projeto cearense teve apoio do Banco 
do Nordeste.


“Roqueiro não gosta de discutir”

Image No calendário da associação, há sempre uma data do ano em que os 
integrantes de movimentos comunitários e as bandas de rock ocupam o mesmo 
espaço: é o ForCaos, realizado desde 1999, como alternativa ao Fortal, o 
carnaval fora de época.

Assim como em 2005, o festival deste ano dividiu-se em dois eixos: discussão e 
música. O pontapé inicial foi dado nos quatro debates, divididos entre os 
dias 14 e 15 de julho. Um dos temas foi economia solidária e a experiência de 
selos musiciais que trabalham com o sistema de cooperativa para produzir os 
discos. A ACR, por exemplo, lançou, em dezembro do ano passado, uma coletânea 
com músicas de 16 bandas. Cada grupo contribuiu com uma quantia para 
financiar a produção e os lucros são divididos entre todos. A Associação 
Cultural Brasiliense, entidade que inspirou a criação da ACR, também 
participou da discussão, contando sua experiência nesse tipo de produção 
independente.

Foto: Karen Pedregal
Durante os três dias de festival,
cerca de 9 mil pessoas assistiram
as 30 bandas que se apresentaram. A única frustração de Ximenes foi em relação 
ao público presente nos debates, que não passou de 30 pessoas por mesa. Ele 
conta que a edição deste ano foi a que mais teve divulgação, ganhando as 
páginas dos jornais, revistas e textos na internet. O retorno, todavia, não 
veio da forma esperada. “Acho que roqueiro não gosta muito de discutir”, 
brinca.

Depois de tanto papo, foi a hora do rock na veia. Entre os dias 21 a 23, 30 
bandas dividiram o palco e empolgaram o público da Rua José Avelino, 
tradicionalmente conhecida como Hey Ho, por conta dos agitos culturais. Tudo 
ao ar livre – e de graça. Pela primeira vez, desde a primeira edição do 
ForCaos, a prefeitura entrou como parceira, reservando, para o festival 
musical, um contingente de guardas civis metropolitanos e montando um esquema 
de trânsito diferenciado, além de enviar, para as discussões, alguns de seus 
representantes, entre os quais Afonso Sousa, assessor do gabinete da prefeita 
Luzziane Lins.


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Marcos Guglielmetti  
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