<div dir="ltr"><br><div class="gmail_quote"><div dir="ltr">
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="CENTER">
<font face="Arial, sans-serif"><u><b>A CRISE NA SAÚDE DE CAMPINAS</b></u></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="CENTER">
<br>
</p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="RIGHT">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Campinas,
15 de Janeiro, de 2018.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Desde
o ano de 2017 e mais intensamente nesse começo de 2018 Conselhos
Locais, junto com trabalhadores de saúde, movimentos sociais e
igrejas, vêm fazendo diversas formas de manifestações em vários
bairros de Campinas, em protesto contra as condições de atendimento
nos serviços de saúde. Cada local que se manifesta contra as
condições do atendimento tem seus problemas específicos e também
questões gerais que afetam todos os serviços. Os problemas são
decorrentes de uma política de saúde que está sendo implementada
pela administração municipal e pelo modo como se faz a gestão da
rede de saúde na cidade. Compreender como essas questões gerais
está afetando cada serviço e esclarecer a população sobre isso é
fundamental para dar coesão e força ao movimento e fortalecer o
papel dos conselheiros. </font></font>
</p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Campinas
já foi uma cidade com um sistema público de saúde que era
referência em muitas áreas para outras regiões do país. Atraía
profissionais comprometidos com a construção do SUS que viam a
nossa rede de saúde como um lugar para exercer seu trabalho com
dignidade e esperança de construir serviços públicos de qualidade,
com participação, humanização e parceria com o usuário.  Os
usuários reconheciam que embora houvesse problemas e áreas
críticas, nossa rede de saúde estava sempre se expandindo tanto em
quantidade de atendimentos como em qualidade dos serviços prestados
e também no respeito por parte das gestões às instâncias do
controle social. Esse quadro mudou radicalmente nas últimas
administrações municipais e na atual gestão configura-se numa
verdadeira situação de GRAVE CRISE E RETROCESSO. Essa crise se
reflete no dia a dia da população através de dificuldade de acesso
ao atendimento por diminuição no quadro de pessoal, falta de
medicamentos e materiais essenciais, espaços de atendimento
deteriorados por falta de manutenção, atendimentos suspensos por
falta de abastecimento e de manutenção de equipamentos, redução
do horário de funcionamento de unidades.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="CENTER">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2"><u><b>OS
TRABALHADORES DA SAÚDE ESTÃO DESMOTIVADOS E TAMBÉM SOFREM</b></u></font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">A
rede de saúde vem perdendo profissionais e os que ficam desanimam e
perdem a esperança. Não há política de participação dos
trabalhadores na gestão. Ao contrário, os que querem se envolver e
lutar por melhorias são pressionados pela gestão a ficarem calados
e suas ações de defesa dos serviços são desqualificadas e
frequentemente atribuídas a posições político partidárias. Os
trabalhadores são proibidos de colocar cartazes alertando a
população sobre os medicamentos que estão em falta e sobre a
redução do pessoal na unidade. Não há concurso público sendo
preparado e a secretaria é impedida pela administração de chamar
os concursados já aprovados. A falta de pessoal diante de um aumento
das necessidades de atendimento, causada pelo desemprego,
sobrecarrega os trabalhadores e gera conflitos e tensão nas
unidades. A gestão técnica contribui para o desânimo, pois não se
formula novas políticas para enfrentamento dos problemas de saúde
com envolvimento dos trabalhadores. A decadência administrativa e
falta de recursos leva a um descompromisso cada vez maior. Ações
como visitas domiciliares aos acamados, atividades físicas
orientadas e atividades educativas são suspensas ou reduzidas. Os
coordenadores de serviços também fizeram uma manifestação e uma
carta aberta colocando suas críticas e apoiando o Conselho Municipal
em suas ações, mas não são apoiados pela gestão para exercer sua
difícil tarefa nessas condições. Tiveram redução no seu salário.
E para completar esse quadro estão recebendo seu salário com
atrasos. Agravando a situação o Sindicato que deveria defender os
trabalhadores é totalmente subjugado à administração e os
trabalhadores não o reconhecem como instância de representação de
seus interesses.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="CENTER">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2"><u><b>A
ÁREA ADMINISTRATIVA FOI DE MAL A PIOR</b></u></font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">A
Secretaria teve por vários anos um diretor administrativo que
causaram muitos males ao funcionamento dos serviços pela
incapacidade de resolver os problemas mais corriqueiros de sua área.
Um exemplo muito conhecido dos usuários é a questão de manutenção
de equipamentos (autoclave, eletrocardiógrafo, colposcópio,
geladeiras, ar condicionado, etc.) que se arrasta por mais de quatro
anos. Há um ano o diretor administrativo foi substituído e muitos
conselhos locais foram até o novo encarregado pela área pedir
soluções para seus problemas. Depois de quase um ano de mais
inoperância e enrolação ficamos sabendo pela imprensa que esse
diretor, para quem fomos várias vezes encaminhadas pelo secretário,
foi exonerado por envolvimento com a investigação do Ministério
Público do Estado no caso da Vitale, que é a O. S. que ganhou uma
licitação suspeita, para gerenciar o Hospital Ouro Verde. Nas
escutas que foram divulgadas pelo MP ele aparece como um
intermediário entre a administração municipal e a Vitale. Ficamos
sabendo pela imprensa ainda, que ele havia trabalhado em Osasco, e
que também lá estava envolvido em investigações por
irregularidades na gestão. Ele era Diretor de um departamento
estratégico na saúde, um cargo de segundo escalão, mas ninguém se
responsabiliza agora pela sua indicação! Esse era o homem para quem
fomos várias vezes encaminhados para resolver os problemas
administrativos dos serviços!!! Ele era o responsável pelo
Departamento que faz as compras, os contratos de manutenção e o
abastecimento da rede!</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Sobre
o que a falta de medicamentos e materiais causa aos usuários, os
conselheiros sabem muito bem como a situação é dramática. Houve
suspensão de exames várias vezes, pacientes ficam sem medicamentos
essenciais como antibióticos medicamentos para hipertensão,
diabetes, asma, convulsões. Ninguém pode ter a dimensão do
sofrimento que isso vem causando! Citamos só para exemplificar a
falta de sondas uretrais, que são frequentemente usadas por
pacientes com várias patologias, entre elas paralisias. A falta de
sondas para troca pode levar a infecções urinárias graves e
comprometimento do rim. Uma das principais causas de internação em
Campinas é justamente infecção urinária, uma condição que
deveria ser cuidada principalmente na rede básica e não precisar de
internação. Em Campinas as internações por causas que poderiam
ser cuidadas na rede básica é o dobro de Curitiba, por exemplo.
Esse é certamente um reflexo da má gestão da saúde e da falta de
capacidade de a rede básica resolver os problemas no momento certo.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Os
conselheiros locais têm denunciado problemas de manutenção
prediais constantes e em grande número de unidades. Goteiras,
infiltrações, banheiros inutilizados, mato alto, salas fechadas,
telhados caídos, etc. Todos esses problemas são consequência de
uma área administrativa totalmente incapaz na Secretaria de Saúde.
E isso é problema que dura muitos anos!!! E é problema do
Secretário e do Prefeito. Eles não podem se eximir de resolver
isso, pois já estão aí há muitos anos e sabem disso!  </font></font>
</p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">A
área Administrativa da Secretaria de Saúde é a pior que Campinas
já teve em muitos anos e é responsável por muitas das dificuldades
que os serviços encontram para atender a população.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="CENTER">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2"><u><b>AS
PROPOSTAS DA GESTÃO NÃO REFLETEM AS PRIORIDADES DOS USUÁRIOS</b></u></font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Com
um quadro de falta de pessoal sem perspectiva de contratações, de
atraso de salário, de revolta dos trabalhadores e gestores com as
condições de trabalho a Secretaria resolve priorizar na Atenção
Básica uma “mudança de modelo” que se traduz em contratar
prioritariamente médicos de saúde de família e generalistas e não
mais pediatras e ginecologistas. Essa prioridade nessas condições
fica totalmente fora de lugar. A população quer prioridade para a
questão do acesso. Consultas na rede básica estão sendo agendadas
em grande parte das unidades com três a quatro meses de espera. Isso
é inadmissível em qualquer rede básica que se prese. Grande parte
dos usuários com doenças crônicas não tem acompanhamento com
retorno garantido.  A saúde da mulher está precária nas questões
de prevenção do Câncer, no atendimento às mulheres que querem
acesso aos métodos contraceptivos e às mulheres no climatério. 
Não há perspectiva de crescimento das equipes, pois não há
concursos em vista. A “mudança de modelo” requer profissionais
motivados além de recursos adicionais. Priorizar isso agora nos
parece uma atitude alienada das reais necessidades da população e
das condições de trabalho na rede. A prioridade para a Atenção
Básica devia ser a garantia do acesso e a humanização. Não somos
contrários a “mudança de modelo”. Os usuários sabem pelas boas
experiências que têm com os médicos cubanos, com os verdadeiros
médicos de família, com o bom trabalho dos agentes comunitários e
pelo trabalho conjunto da equipe de enfermagem realmente envolvida
com os usuários, que a Atenção Básica deve caminhar por essa
trilha. Porém em Campinas, no momento atual, temos que garantir
acesso com urgência lutando por contratações imediatas. Se
Campinas terá pediatras e ginecologistas ou só Médicos de Família
que atendam a todos com qualidade, não é um problema central para
os usuários. Central é conseguir ser atendido. Entendemos que
mudança de modelo nas unidades básicas hoje é criar condições de
trabalho com equipes de tamanho compatível com a população a ser
atendida, com responsabilização pelos usuários, com atividades
diversificadas, com atuação no território, com agentes de saúde
em número suficiente e não desviados de suas funções, e com
Conselhos de Saúde funcionando plenamente e construindo parcerias
com os trabalhadores para qualificar os serviços.  </font></font>
</p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">A
questão das retaguardas de especialidades e serviços de referência
também sofre dos problemas de filas imensas (especialidades com mais
de um ano de espera) e de sucateamento. Também estão com
equipamentos quebrados, prédios deteriorados. O Serviço de DST-AIDS
tem falta de profissionais, prédios sem manutenção e falta de
materiais. A Saúde Mental tem sérios problemas tanto na relação
com o Cândido Ferreira, onde recursos têm sido cortados afetando
seriamente a qualidade da atenção, quanto nos serviços próprios
que se encontram ainda em pior situação. Citamos essas duas áreas
porque elas já foram consideradas de excelência, referência para
construção de propostas em outras cidades e seus profissionais era
requisitados para formação de equipes em outros municípios. Hoje
estão sucateadas.  </font></font>
</p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">A
Secretaria não tem dados precisos do número de atendimentos feitos
na rede básica nos últimos anos o que nos impede, e impede a gestão
se ela quisesse, de fazer uma avaliação mais precisa das
consequências desses retrocessos no atendimento oferecido à
população.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">A
situação tende a piorar com a reforma de 12 unidades de saúde nas
quais as equipes deverão ser deslocadas para locais improvisados.
Essas reformas que serão feitas através de um projeto financiado
pelo BID, através do governo do Estado, ocorrerão todas ao mesmo
tempo e afetarão unidades de população numerosa. Os prazos dados
para o início das obras não estão sendo cumpridos e sabe-se lá o
que acontecerá durante as construções. A Secretaria não planejou
recursos para aluguel nesses casos. Os espaços onde funcionarão
“provisoriamente” as unidades são cedidos por igrejas e
entidades. A Secretaria sequer se compromete com o pagamento de água
e luz desses locais. Algumas equipes terão de ser fragmentadas em
vários serviços. Isso tudo levará a piora do atendimento com mais
dificuldade de acesso dos usuários.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="CENTER">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2"><u><b>OS
SERVIÇOS DE URGÊNCIA E OS HOSPITAIS</b></u></font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Um
dos reflexos de uma rede básica que não funciona bem é a
superlotação dos serviços de urgência. Em Campinas as UPAs e os
Prontos Socorros estão lotados, cheios de macas e tempo de espera
para atendimento muito grande. Um serviço de urgência foi
construído (a UPA Carlos Lourenço) e mesmo diante de tamanha
necessidade da população a prefeitura não consegue colocá-lo em
funcionamento.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">A
Secretaria fechou um serviço de atendimento de urgência no centro
da cidade que fazia grande número de atendimentos, alegando más
condições do prédio alugado há mais de dois anos e até hoje nada
fez para substituir o atendimento que era prestado.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">A
incapacidade da Secretaria para viabilizar projetos é assustadora.
Os projetos do Pronto Socorro Metropolitano e do Instituto da Mulher
não deram nenhum passo, embora já tenham recursos, ao menos em
parte, destinados a eles.   </font></font>
</p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Na
Atenção Hospitalar a crise também é grande. O Ouro Verde,
hospital público municipal de grande porte, fundamental para o
atendimento da cidade, que está sob gestão privada da O.S. Vitale
está sendo investigado pelo Ministério Público por suspeita de
desvios de recursos que implicam também a administração municipal.
Três funcionários da secretaria já foram afastados do serviço,
entre eles o Diretor do Departamento Administrativo. Dirigentes da
Vitale foram presos e a organização está sendo investigada por sua
atuação também em outros municípios. O hospital está sob
intervenção do Hospital Municipal Mário Gatti, mas uma série de
incertezas permanece sobre o seu futuro. Seus 1600 trabalhadores
conseguiram no Ministério Público que a Secretaria de Saúde se
responsabilize pelo pagamento de seus salários e garanta seus
direitos trabalhistas, mas seu futuro é incerto. O funcionamento do
hospital está prejudicado e ele não consegue atuar no seu
potencial.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Um
convênio importante para Campinas que é o do Hospital da PUCC, que
deveria ser renovado em dezembro foi prorrogado por três meses
porque as partes não chegaram num acordo. O Hospital da PUCC como
forma de pressão para conseguir melhores condições vem
chantageando os usuários do SUS dizendo que seus retornos ou
procedimentos só serão agendados depois que o acordo for feito com
a Secretaria. Isso ocorre em áreas como: atendimento de pacientes
com insuficiência renal, pacientes com necessidade de cirurgias
cardíacas, e pacientes em tratamento de câncer. Como sempre quem
mais sofre é o usuário que já fragilizado pela doença fica
inseguro quanto a continuidade de seu tratamento.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">O
Hospital Mário Gatti diante dessa situação acaba sofrendo uma
superlotação ficando frequentemente com inúmeros pacientes em
macas no Pronto Socorro. Além disso, sofre também das restrições
de contratações, particularmente na área de enfermagem onde o
pessoal trabalha sob tensão e com sobrecarga.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">O
SAMU vive em crise com um número grande de ambulâncias quebradas.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">O
Prefeito faz propaganda do “Hospital do Amor”, até na capa do
carnê do IPTU, como se fosse obra da sua administração. Mentira
deslavada. Esse serviço que não se caracteriza como um hospital de
fato, mas como um centro de diagnóstico apenas, não contou com um
único real do orçamento municipal. O prédio foi construído com
recursos de indenização da Ação Civil pública promovida pelo
Ministério Público do Trabalho, Sindicato dos Químicos Unificados
e ATESP contra a de Shell e Basf. Para completar a enganação até
hoje não existe nenhum instrumento legal oficial (contrato ou
convênio) nem informal que estabeleça uma relação desse serviço
com a rede SUS Campinas.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="CENTER">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2"><u><b>A
POLÍTICA DELIBERADA DE RESTRINGIR RECURSOS PARA A SAÚDE</b></u></font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Grande
parte desses problemas decorre das restrições que são
implementadas pelo governo municipal nos gastos com saúde. O
Prefeito e o Secretário atribuem a crise da saúde ao aumento de
demanda nos serviços do SUS ocasionado pela crise econômica que
teria levado a população desempregada a depender mais do SUS. Esse
argumento, entretanto, não se sustenta uma vez que em 2017 a
prefeitura gastou MENOS E NÃO MAIS com saúde em Campinas. </font></font><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Receitas
da Prefeitura: em 2016 a Prefeitura arrecadou 2.014.227.683,10 as
despesas com Saúde foram 579.842.958,49.  Aplicação na saúde
29.31%%. Em 2017 a Prefeitura arrecadou 2.040.371.662,02 as despesas
foram 577.669.485,51. Aplicação na saúde 28.31%.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Também
não houve contratações nos últimos dois anos. Sabemos que uma
rede do tamanho de Campinas, com necessidade de ampliação, com as
aposentadorias, mortes, demissões deveria ter contratado mesmo que
fosse só para manter o que já tinha. Mas a saúde teve vários
pedidos de contratações e de concursos negados.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">O
município não arrecadou menos, na verdade ao contrário do que a
administração argumenta teve um pequeno aumento de arrecadação
acima da inflação. Esse ano com aumento absurdo do IPTU deverá
arrecadar muito mais, o que já vem ocorrendo.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Na
compra de medicamentos e materiais essenciais de enfermagem os cortes
nos pedidos são frequentes, feitos por um Comitê Gestor, ligado
diretamente ao prefeito, sem participação de nenhum técnico da
saúde, o que impede que se implemente o que foi planejado e acarreta
a desassistência que descrevemos acima. Fornecedores tiveram seus
pagamentos atrasados por vários meses. Essas são as principais
causas de falta de medicamentos e da falência da manutenção de
equipamentos.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Isso
configura claramente uma opção política deliberada de restrições
de gastos numa área tão sensível como a da saúde. É essa a
política de cortes de recursos na saúde que trouxe como
consequência a crise que estamos descrevendo. Quanto sofrimento essa
política vem causando, quantas vidas foram afetadas ou perdidas por
essa política?</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="CENTER">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2"><u><b>PAPEL
DOS CONSELHEIROS DIANTE DA CRISE</b></u></font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">O
papel fundamental de um conselheiro de saúde é defender o direito
constitucional à saúde dos usuários e cidadãos. Para isso o
conselheiro fiscaliza, participa, constrói a política, denuncia
desmandos, esclarece a população e busca parcerias para fortalecer
sua luta. Tudo isso sem perder de vista que o que estamos querendo é
garantir o direito à saúde através da construção de um SUS 100%
público e democrático, com serviços de qualidade, humanizados e
resolutivos. Essa luta é do nosso país como um todo. Mas começa na
nossa cidade.</font></font></p>
<p class="m_-8466006458932830458gmail-western" style="text-indent:1.25cm;margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY">
<font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Em
Campinas temos um grande enfrentamento a fazer nesse sentido. Nossa
luta começa por organizar Conselhos fortes e legitimados pela
população. Temos também que buscar fortalecer a luta com a
sociedade e os aliados. Por isso estamos buscando as organizações
da sociedade como os sindicatos, os movimentos sociais, as igrejas e,
sobretudo os trabalhadores de saúde que sofrem de perto as
consequências da crise. Algumas reivindicações devem ser levadas
por todos para que possamos reverter à situação. Se quisermos que
nossa luta tenha efeito em cada local temos que entender o tamanho da
crise e as posições políticas que estão levando às restrições
do acesso e dos direitos dos usuários. Para construir uma plataforma
de luta apresentamos alguns pontos para serem debatidos e modificados
através das discussões.</font></font></p>
<ol><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Fim
        dos cortes de recursos na saúde nas compras de medicamentos e
        materiais essenciais para o atendimento. Que se cumpra o
        planejamento técnico feito na saúde sem cortes.</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Reformulação
        da área administrativa da secretaria tornando-a mais ágil,
        transparente e autônoma para viabilizar em curto prazo a manutenção
        de equipamentos e dos problemas emergenciais dos prédios. Mudanças
        imediatas nos contratos de manutenção de equipamentos e manutenção
        predial. Caso não se resolva devemos pedir uma auditoria externa
        nesse departamento.</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Abertura
        de concursos públicos para ampliar as equipes da rede básica
        prioritariamente, e recompor todos os serviços de referência e
        especialidade que perderam profissionais.</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Contratação
        imediata de pessoal da equipe de enfermagem para o Hospital Mário
        Gatti.</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><a name="m_-8466006458932830458__GoBack"></a>
        <font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Nenhum
        serviço a menos – nenhuma redução de horário, nenhum
        atendimento diminuído, nenhum serviço fechado sem substituição.</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Abertura
        imediata da UPA Carlos Lourenço</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Priorização
        do aumento do acesso do usuário ao atendimento na rede básica
        (consulta com espera máxima de 15 dias).</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Plano
        de redução das filas nas especialidades.</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Gestão
        pública do Hospital Ouro Verde e integrada com a rede.</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Democratização
        da gestão com maior participação dos trabalhadores, fim do
        assédio e das pressões. Liberdade para informar a população com
        cartazes sobre a falta de medicamentos e materiais e redução das
        equipes.</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2">Maior
        participação da gestão nos Conselhos. Presença do Secretário
        nas reuniões plenárias.</font></font></p>
        </li><li><p style="margin-bottom:0cm;line-height:150%" align="JUSTIFY"><font face="Arial, sans-serif"><font style="font-size:11pt" size="2"><b>CPI
        da Vitale já!</b></font></font></p>
</li></ol>
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