<div dir="ltr"><br><div class="gmail_quote"><br><u></u>
<div text="#000000" bgcolor="#ffffff">
<br>
<br>
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0">
<tbody>
<tr>
<td style="font-family: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; font-size: inherit; line-height: inherit; font-size-adjust: inherit; font-stretch: inherit;" valign="top"><br>
<blockquote style="border-left: 2px solid rgb(16, 16, 255); margin-left: 5px; padding-left: 5px;">
<div>
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0">
<tbody>
<tr>
<td style="font-family: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; font-size: inherit; line-height: inherit; font-size-adjust: inherit; font-stretch: inherit;" valign="top">
<h3><a rel="nofollow" href="http://esquerdopata.blogspot.com/2011/07/ideologia-da-classe-dominante-incutida.html" target="_blank">A
ideologia da classe dominante incutida na classe dominadada�</a>
</h3>
<div>
</div>
<div>
<div style="clear: both; text-align: center;"><a rel="nofollow" href="http://4.bp.blogspot.com/-ShjFB67D7TM/ThXfuYVZNmI/AAAAAAAAG48/k6jGzL_FeFs/s1600/Burro_cenoura.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img src="http://4.bp.blogspot.com/-ShjFB67D7TM/ThXfuYVZNmI/AAAAAAAAG48/k6jGzL_FeFs/s200/Burro_cenoura.jpg" height="160" width="136" border="0"></a></div>
<div style="text-align: justify;"><b>Ideologia dominante�</b></div>
<div style="text-align: justify;">S�rio Possenti�</div>
<div style="text-align: justify;"><a rel="nofollow" href="http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5226697-EI8425,00-Ideologia+dominante.html" target="_blank">Terra
Magazine</a>�</div>
<div style="text-align: justify;">De Campinas (SP)�</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">Uma das teses mais
cl�ssicas do marxismo sobre ideologia tem forma de slogan: <b><i>a
ideologia dominante � a ideologia da classe dominante</i></b>. Os
estudiosos do funcionamento da sociedade que adotam teses marxistas
(n�o surgiu nada melhor para explicar nosso dia a dia, seja o da TV,
seja o dos mercados) conferem um lugar especial �s ideologias, embora
seu postulado fundamental seja o de que s�o as rela��es econ�micas que
comandam a hist�ria, <i>em �ltima inst�ncia</i>. Para que as
engrenagens econ�micas funcionem, � preciso que os cidad�os acreditem
que elas s�o as que devem ser (nada como ler Delfim Neto para
convencer-se de que os economistas s�o ide�logos, n�o cientistas).</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">Bourdieu e Passeron
produziram obra not�vel, na d�cada de 70 (<i>A reprodu��o</i>), cuja
tese � que a escola contribui fortemente para reproduzir a sociedade a
que serve. Faz isso reproduzindo sua ideologia. Invariavelmente a
escola "prova" que os mais pobres s�o tamb�m os mais incapazes. Como
ela faz isso? Analisando o desempenho escolar a partir de crit�rios (de
saberes) de classe, desigualmente distribu�dos.</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">Dou um exemplo
banal�ssimo, e antigo: no livro did�tico do meu segundo ano de escola,
no interior de Santa Catarina, em uma comunidade totalmente rural,
l�amos uma narrativa chamada "F�rias na ro�a". Meninos da cidade iam a
uma fazenda para apreciar a natureza e sentir o cheiro acre dos
est�bulos. Ora, cheiro acre dos est�bulos!! Nem vou mencionar os textos
que falam (falavam) da fam�lia: o pai provia o sustento, a m�e cuidava
do lar e os dois filhos, um menino e uma menina (nesta ordem),
brincavam e estudavam. A empregada, sempre negra, fazia o servi�o
pesado e umas comidinhas especiais. Tudo parecia natural.</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">A mesma coisa acontece
com o ensino de portugu�s: a l�ngua dos menos favorecidos (!!) �
considerada errada. E nem se deve falar dela na escola, segundo os
"s�bios". Imagine "defend�-la"! S� na universidade � que se pode saber
a "fala popular" segue regras. O povo n�o pode saber disso! Nem outros
intelectuais! S� os linguistas! Para o povo, ditados bobos, que provam
que n�o sabe nada. <b>Soletrando</b> neles! Um dos argumentos que
frequentaram algumas p�ginas que discutiram o<b style="font-style: italic;"> livro do MEC</b> era que o pr�prio povo
quer aprender l�ngua padr�o, o portugu�s correto. Qualquer pesquisa
mostraria isso, dizia-se. Supostamente, s� os linguistas quereriam
"ensinar errado".</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">N�o adiantou dizer-lhes
que nenhum linguista defende esta tese (e eles acham que sabem ler!).
Parece ser mesmo verdade que "o povo" quer aprender a falar e escrever
corretamente. Por qu�? Pelas mesmas raz�es que o levam a querer comer
melhor, vestir-se melhor, morar melhor, viajar mais, comprar computador
e TV de tela plana. E, eventualmente, a votar contra a reforma agr�ria
e pelo endurecimento da pol�tica de seguran�a. � a ideologia da classe
dominante incutida na classe dominada. Parece t�o antigo! Mas � t�o
verdadeiro! S� saiu de moda. At� porque muitos mudaram de lado.</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">Quando os ricos s�o
defendidos pelos pobres, conseguiram sua maior fa�anha: convenc�-los de
que eles n�o s�o apenas ricos; tamb�m s�o os �nicos que est�o certos!
Em rela��o a tudo: da ortografia � quantidade de mata que pode eliminar.</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">O ensino de l�ngua �
ideol�gico, sim senhor.</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">Ideologia dominante</div>
<div style="text-align: justify;">Getty Images</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<br>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;"><b>Uma analogia</b></div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">No Caderno <b><i>Ilustr�ssima
</i></b>(que nome!), da Folha de S.Paulo de domingo, dia
26/06, Joel Rufino dos Santos conta uma hist�ria que hoje parece
engra�ada. Estava preso, em 1965, suspeito de subvers�o. Um dia, foi
tirado da cela para ter seu cabelo cortado (cabeludos n�o eram bem
vistos!). O barbeiro quis saber do tenente que tomava conta de Rufino o
que ele tinha feito. O militar lhe disse que Rufino tinha sido
convencido por um general comunista a reescrever a hist�ria do Brasil.
"Como assim?", perguntou o barbeiro. "Eles escreveram, por exemplo, que
Pedro �lvares Cabral era viado!" respondeu o tenente.</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">Assim que li o
par�grafo, pensei: "Imaginem se um Fulano como esse tenente decide
explicar a um barbeiro c�tico o que professores de portugu�s e est�o
escrevendo nos livros do MEC". Talvez o castigo n�o ficasse no corte de
cabelos, como n�o ficou para muitos, naqueles tempos. Houve censores
que quiseram prender S�focles, outros que queriam saber do paradeiro de
Immanuel Kant. Qualquer livro de capa vermelha era suspeito, mesmo que
tratasse de culin�ria.</div>
<div style="text-align: justify;"><br>
</div>
<div style="text-align: justify;">O obscurantismo � de
doer.</div>
</div>
<br>
Leia mais em: <br>
Under Creative Commons License: <br>
</td>
</tr>
</tbody>
</table>
</div>
</blockquote>
</td>
</tr>
</tbody>
</table>
<br>
</div>
</div><br><br clear="all"><br>-- <br><div dir="ltr">Robson Bomfim*** <br><br>Tuxaua:N�s na Interse��o Digital<br>GNU/LINUX user # 489500<br>e-mail: <a href="mailto:reductio.ad.ethos@gmail.com" target="_blank">reductio.ad.ethos@gmail.com</a><br>
skype: rbscamba1<br>gtalk: reductio.ad.ethos<br>twitter: @rbscamba<br>-<br>-----� � --- eSPA�o LivRe dE ArTe---� � ----<br>*** *Free Art CiberNeticA�� --- Gimp---� � Inkscape<br>XiluGraVida�� @!---���#---� � � /Debian/ /linux/GNU<br>
/Linux--#$ 00101101010010 love bits***.*<br><br><a href="http://lattes.cnpq.br/7461730442638498" target="_blank">http://lattes.cnpq.br/7461730442638498</a><br><a href="http://mocambos.net" target="_blank">http://mocambos.net</a><br>
<a href="http://www.noscaminhosdesaopaulo.org/" target="_blank">http://www.noscaminhosdesaopaulo.org/</a><br><a href="http://robsonsampaio.batemacumba.net/" target="_blank">http://robsonsampaio.batemacumba.net/</a><br><a href="http://www.trilhasdaserra.org.br/ponto_de_cultura.asp" target="_blank">http://www.trilhasdaserra.org.br/ponto_de_cultura.asp</a><br>
<br>"A mente que se abre a uma nova id�ia jamais voltar� ao seu tamanho
original."
Albert Einstein<br></div><br>
</div>