<table cellspacing="0" cellpadding="0" border="0" ><tr><td valign="top" style="font: inherit;"><P class=info><A class=commentlink title="Comentário para Provão dos temporários será realizado no dia&nbsp;5/12" href="http://apeoesp.wordpress.com/2010/11/24/provao-dos-temporarios-sera-realizada-no-dia-512/#respond"><FONT color=#6c8c37>Add comment</FONT></A> 24/11/2010<!-- at 13:33--> <!--<em class="author">apeoesp</em>--></DIV>
<DIV id=post-1011 class="post-1011 post type-post status-publish format-default hentry category-artigos entry">
<H2><A href="http://apeoesp.wordpress.com/2010/11/23/ataques-e-justificativas/">Ataques e&nbsp;justificativas</A></H2>
<DIV>Publico, a seguir, artigo da psicóloga Rosely Sayão publicado no jornal Folha de S. Paulo. Após o artigo você poderá ler uma&nbsp;breve análise sobre o tema em questão.</DIV>
<DIV><STRONG>Ataques e justificativas</STRONG></DIV>
<DIV>Rosely Sayão</DIV>
<DIV>Folha de S. Paulo – 23/11/2010</DIV>
<DIV><STRONG>As relações estão coisificadas. Não é qualquer um que é visto como ser humano</STRONG></DIV>
<DIV>FOMOS INFORMADOS de que cinco jovens de classe média, com comportamento violento, atacaram outros três na avenida Paulista, em São Paulo.<BR>O fato logo foi seguido por comentários e explicações por parte de pessoas próximas às envolvidas: justificativas que tentavam amenizar a situação.<BR>O acontecimento foi associado à homofobia, e essa relação está sob investigação. Mas, vejamos as declarações de pais de alguns dos agressores.<BR>Um afirmou a um jornal que tudo não passou de “uma grande confusão” e foi além: disse que não se tratava de um ato homofóbico, e sim de uma briga comum.<BR>Ah, bom! Se não há homofobia no meio, tudo fica menos sério, não é? Outro pai chamou os jovens agredidos de “supostas vítimas” e não aceita o fato de a versão deles ter sido apresentada à polícia sem a presença dos advogados dos que praticaram a agressão.<BR>Outro reconhece que o filho tem “pavio curto” e afirma que, por
 isso, o jovem teria reagido com briga a uma “cantada” um pouco agressiva da parte dos jovens que foram atacados.<BR>Ah, bom, se foi reação, não foi tão grave assim.<BR>A mãe de um deles afirmou que os encontrou chorando (eles estão, no momento em que escrevo este texto, recolhidos) e os chamou de “crianças”. Ela disse também que não sente vergonha, mas que está sensibilizada com o fato de os outros jovens estarem machucados.<BR>Um pai declarou a mesma coisa: que os garotos “estavam chorando” quando os viu. Ah, bom, se os agressores estão sofrendo, devemos nos preocupar com eles.<BR>Já temos o suficiente para refletir a respeito desse fato que nos remete a outros semelhantes já noticiados.<BR>O que a educação que praticamos em casa e nas escolas tem a ver com isso? Como o comportamento no mundo adulto estimula acontecimentos desse tipo?<BR>Educar tem sido cada vez mais difícil. Você deve ter considerado, caro leitor, como
 muitas pessoas e eu, que o avanço do conhecimento e das tecnologias facilitariam o processo educativo.<BR>Engano nosso: a cada dia, novos dispositivos, ideias e valores são incorporados à vida dos mais novos -e isso exige novas atitudes educativas de nossa parte.<BR>Educar na atualidade exige um conhecimento crítico e uma compreensão do mundo e da realidade para que os atos educativos possam conter, pelo menos em sua intenção, possibilidades de mudanças para os mais novos.<BR>O ocorrido aponta, entre outras coisas, que as relações com os outros estão “coisificadas”, desumanizadas. Não é qualquer outro que é visto como ser humano.<BR>Os que não são reconhecidos como parte do grupo ao qual a pessoa pertence, em geral bem pequeno, são vistos como estorvo, fonte de problemas e geradores de insegurança e, logo, de desconfiança. Isso impede a solidariedade, a colaboração e estimula a xenofobia. Índios, empregadas domésticas,
 prostitutas e homossexuais já foram tratados por jovens como “coisas” e não como seres humanos, em um passado recente.<BR>Enquanto as escolas se preocuparem com a competição nos diversos “rankings” publicados, enquanto as famílias se preocuparem apenas com o futuro pessoal de seus filhos, e enquanto ambas as instituições não apostarem na recuperação da vida coletiva e social, nossos filhos terão poucas chances de uma existência digna.<BR>Em tempo: mesmo que seu filho frequente uma escola privada renomada e conceituada, você não tem motivos para ficar tranquilo. Lá dentro também ocorrem exclusões, humilhações, enfrentamentos, furtos e abusos.</DIV>
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<HR SIZE=1 noShade>
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<DIV><STRONG>ROSELY SAYÃO </STRONG>é psicóloga e autora de “Como Educar Meu Filho?” (Publifolha)</DIV></DIV></td></tr></table><br>



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