<div dir="ltr">Muito interessante analise de Castells, sobre a importância da internet no nosso dia-a-dia. Existi vários de pensadores contemporaneo, como Castells, apresentando a potencia da internet na democracia direta de qualquer pais, da participação da da população na gestão do bem publico e na elaboração de politica publica, como temos vivido neste ultimo momento com o governo Lula, este espaço poderá se ampliar com o acesso a internet de banda larga e uma politica profunda de inclusão digital para todos brasileiros, no próximo período este debate esta na arenas do Congresso, neste momento.<br>
<br>Sds Socialista<br><div class="gmail_quote"><div dir="ltr"><font size="4"><b>
<font><br>Manuel Castells: "O poder tem medo da internet" </font></b></font><br>
<br><p><span>
</span><span> </span></p>
<p></p>
<p>Segundo o <b><a href="http://www.lib.umich.edu/govdocs/ssci.html" target="_blank">Social Sciences Citation Index</a></b><b> </b>o sociólogo espanhol <b>Manuel Castells</b>
foi o quarto cientista social mais citado no mundo no período
2000-2006 e o mais citado acadêmico da área de comunicação, no mesmo
período.</p>
<p><b><span style="font-weight: normal;">Poucos pensadores em
todo o mundo estudaram a sociedade da informação com tanta
profundidade quanto Castells. A sua trilogia A era da informação já
foi traduzida para 23 línguas, e já se transformou numa obra de
leitura obrigatória nas faculdades de comunicação social em todo o
mundo.</span></b></p>
<p><b><span style="font-weight: normal;">Ano passado (Janeiro de 2008), Castells concedeu uma entrevista à jornalista</span><span style="font-weight: normal;"> Milagros Pérez Oliva</span><span style="font-weight: normal;">, do periódico espanhol </span><span style="font-weight: normal;">El País</span><span style="font-weight: normal;">, onde ele fala sobre uma das pesquisas mais recentes desenvolvidas por ele. O </span><span style="font-weight: normal;">Projeto Internet Cataluña</span><span style="font-weight: normal;">,
em que durante seis anos analisou, com 15 mil entrevistas pessoais e
40 mil pela internet, as mudanças que a Internet introduz na cultura e
na organização social.</span></b></p>
<p><b> </b></p>
<p><span style="font-weight: normal;">Na entrevista que se segue ele sustenta, com sua genialidade costumeira, que o poder tem medo da internet e mostra ainda como </span><span style="font-weight: normal;">as novas tecnologias da web social distanciam cada vez mais a política da cidadania</span><span style="font-weight: normal;">.</span></p>
<p><span style="font-weight: normal;">Eis a entrevista.</span></p>
<blockquote>
<p><b>ENTREVISTA COM MANUEL CASTELLS</b></p>
<p><b> </b></p>
<div style="width: 298px;">MANUEL CASTELLS</div>
<p><b>El País -</b> <span style="font-weight: normal;">Esta
pesquisa mostra que a Internet não favorece o isolamento, como muitos
acreditam, mas que as pessoas que mais usam o chat são as mais sociais.</span></p>
<p><b>Castells – </b><span style="font-weight: normal;">Sim.
Para nós não é nenhuma surpresa. A surpresa é que esse resultado tenho
sido uma surpresa. Há pelo menos 15 estudos importantes no mundo que
dão esse mesmo resultado.</span></p>
<p><span style="font-weight: normal;"><br>
</span><b>El País – </b>Por que acredita que a idéia contrária se estendeu com tanto sucesso?</p>
<p><b>Castells -</b> Os meios de comunicação tem muito a ver.
Todos sabermos que as más notícias são mais notícia. Você utiliza a
Internet e seus filhos, também. Mas é mais interessante acreditar que
ela está cheia de terroristas, de pornografia… Pensar que é um fator de
alienação é mais interessante do que dizer: A Internet é a extensão da
sua vida. Se você é sociável, será mais sociável; se não é, a
Internet lhe ajudará um pouquinho, mas não muito. Os meios são um
certo modo de expressão do que pensa a sociedade: a questão é por que a
sociedade pensa isso.</p>
<p><b>El País -</b> Porque tem medo do novo?</p>
<p><b>Castells -</b> Exatamente. Mas medo de quem? A velha
sociedade tem medo da nova, os pais dos seus filhos, as pessoas que têm o
poder ancorado num mundo tecnológico, social e culturalmente antigo
do poder que lhes abalroa, que não entendem nem controlam e que
percebem como um perigo. E no fundo é mesmo um perigo. Porque a
Internete é um instrumento de liberdade e de autonomia, quando o poder
sempre foi baseado no controle das pessoas por meio do controle da
informação e da comunicação. Mas isto acaba. Porque a Internet não
pode ser controlada.</p>
<p><b>El País -</b> Vivemos numa sociedade onde a gestão da
visibilidade na esfera pública midiática, como a define John J.
Thompson, se converteu na principal preocupação de qualquer instituição,
empresa ou organismo. Mas o controle da imagem pública requer meios
que sejam controláveis, e se a Internet não é …</p>
<p><b>Castells – </b>Não é, e isso explica porque os poderes
tem medo da Internet. Estive em várias comissões de assessoria de
governos e instituições internacionais nos últimos 15 anos, e a primeira
pergunta que os governos sempre fazem é: como podemos controlar a
Internet? A resposta é sempre a mesma: não se pode. Pode se vigiar, mas
não controlar.</p>
<p><b>El País -</b> Se a Internet é tão determinante da vida social e econômica, seu acesso pode ser o principal fator de exclusão?</p>
<p><b>Castells </b>- Não. O mais importante segue sendo o
acesso ao trabalho e à carreira profissional e, ainda anteriormente, ao
nível educativo, porque sem educação, a tecnologia não serve para
nada. Na Espanha, a chamada exclusão digital é por questão de idade.
Os dados estão muito claros: entre os maiores de 55 anos, somente 9%
são usuários da Internete, mas entre os menores de 25 anos, são 90%.</p>
<p><b>El País -</b> É, portanto, uma questão de tempo?</p>
<p><b>Castells -</b> Quando minha geração desaparecer, não
haverá mais esta exclusão digital no que diz respeito ao acesso. Mas na
sociedade da Internet, o complicado não é saber navegar, mas saber
onde ir, onde buscar o que se quer encontrar e o que fazer com o que
se encontra. Isso requer educação. Na realidade, a Internet amplifica a
velha exclusão social da história, que é o nível de educação. O fato
de que 555 dos adultos não tenha completado, na Espanha, a educação
secundária, essa é a verdadeira exclusão digital.</p>
<p><b>El País -</b> Nesta sociedade que tende a ser tão
líquida, na expressão de Zygmunt Bauman, em que tudo muda constantemente
e que é cada vez mais globalizada, aumenta a sensação de
insegurança, de que o mundo se move debaixo dos nossos pés?</p>
<p><b>Castells – </b>Há uma nova sociedade que eu busquei
definir teoricamente com o conceito de sociedade-rede e que não está
distante da que define Bauman. Eu creio que, mais que líquida, é uma
sociedade em que tudo está articulado de forma transversal e onde menos
controle das instituições tradicionais.</p>
<p><b>El País – </b>Em que sentido?</p>
<p><b>Castells – </b>Estende-se a idéia de que as instituições
centrais da sociedade, o Estado e a família tradicional, já não
funcionam. Então, o chão se move sob os nossos pés. Primeiro, as pessoas
pensam que seus governos não as representam e que não são confiáveis.
Começamos mal. Segundo, elas pensam que o mercado é bom para os que
ganham e mau para os que perdem. Como a maioria perde, há uma
desconfiança para o que a lógica pura e dura do mercado pode
proporcionar às pessoas. Terceiro, estamos globalizados; isso significa
que nosso dinheiro está no fluxo global que não controlamos, que a
população está submetida ás pressões migratórias muito fortes, de modo
que cada vez mais é difícil encerrar as pessoas numa cultura ou nas
fronteiras nacionais.</p>
<p><b>El País -</b> Qual é o papel da Internet neste processo?</p>
<p><b>Castells -</b> Por um lado, ao nos permitir aceder à
toda informação, aumenta a incerteza, mas ao mesmo tempo é um
instrumento chave para a autonomia das pessoas, e isto é algo que
demonstramos pela primeira vez na nossa pesquisa. Quanto mais autônoma é
uma pessoa, mas ela utiliza a Internet. Em nosso trabalho definimos
seis dimensões da autonomia e comprovamos que quando uma pessoa tem um
forte projeto de autonomia, em qualquer uma dessas dimensões, ela
utiliza Internet com muito mais freqüência e intensidade. E o uso da
Internet reforça, por sua vez, a sua autonomia. Mas, claro, quanto mais
uma pessoa controla a sua vida, menos ela se fia das instituições.</p>
<p><b>El País – </b>E maior pode ser sua frustração pela
distância que há entre as possibilidades teóricas de participação e as
que exerce na prática, que se limitam a votar a cada quatro anos?</p>
<p><b>Castells -</b> Sim, há um descompasso entre a capacidade
tecnológica e a cultura política. Muitos municípios colocaram Wi-Fi
de acesso, mas se ao mesmo não são capazes de articular um sistema de
participação, servem para que as pessoas organizem melhor as suas
próprias redes, mas não para participar na vida política. O problema é
que o sistema político não está aberto à participação, ao diálogo
constante com os cidadãos, à cultura da autonomia e, portanto, estas
tecnologias contribuem para distanciar ainda mais a política da
cidadania.</p>
</blockquote><a href="http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1722" target="_blank">http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1722</a><br>
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