<div dir="ltr"><div align="justify"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8nGlV2FuxVA/TI4MUjIb32I/AAAAAAAACI4/MeyUHlnEhUw/s1600/folha.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5516360140742975330" style="margin: 0px auto 10px; display: block; width: 400px; height: 364px; text-align: center;" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_8nGlV2FuxVA/TI4MUjIb32I/AAAAAAAACI4/MeyUHlnEhUw/s400/folha.jpg" border="0"></a><span style="font-family: arial; font-size: 130%;">A
safadeza da mídia na cobertura das eleições presidenciais é vergonhosa
e passou dos limites. Hoje, sou um homem constrangido por ser
jornalista. E duvido que qualquer profissional ético não se sinta assim
diante da enxurrada de matérias levianas ou capciosas veiculadas quase
que diariamente nos jornalões, principalmente na Folha de S. Paulo. A
cara-de-pau é tanta que até o ombudsman do jornal tem vindo a público <a href="http://noticias.r7.com/eleicoes-2010/noticias/ombudsman-da-folha-de-s-paulo-acusa-jornal-de-ser-parcial-na-cobertura-eleitoral-20100912.html"><span style="color: rgb(153, 0, 0);">criticar a parcialidade</span></a> do veículo.<br>

<span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br>Ontem,
a Folha se superou: na tentativa de criar uma imagem assustadora da
candidata do PT, Dilma Rousseff, deu voz a um ex-coronel da Brigada
Militar, que teria sido o encarregado de espioná-la durante a ditadura.
Lamentável que um homem sem qualquer autoridade moral seja tratado com
deferência por jornalistas e ganhe espaço na imprensa para dar palpites
sobre a personalidade de uma mulher que lutou contra o regime
sanguinário que ele defendia. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br>Num
determinado momento da reportagem diz o espiãozinho Sílvio Carriço
Ribeiro sobre Dilma: “Pessoas desse tipo são duras, amargas. Ela é uma
mulher amarga. Não é aquilo que está aparecendo na televisão. É lobo em
pele de cordeiro. Lula vai se enganar com ela”. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br>Brizola Neto, em seu <a href="http://www.tijolaco.com/"><span style="color: rgb(153, 0, 0);">Tijolaço</span></a>,
lembrou muito bem: desde quando araponga, espião, torturador, agente da
repressão tem o direito de fazer análises psicológicas sobre quem quer
que seja? Ao que sabemos, as únicas técnicas de “psicologia” usadas por
eles eram “bordoadas, choques elétricos, chicotadas, sufocamento e
outras barbaridades”. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br>Engraçado:
eles legitimam as palavras de um canalha da ditadura e nós somos os
radicais quando usamos o termo Partido da Imprensa Golpista (PIG) para
definí-los. Se estão do lado de torturadores e agentes da ditadura, o
que são então? </span></div><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: 130%; color: rgb(255, 255, 255);">.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: 130%;">A matéria, para quem tiver assinatura da Folha e estômago para ler, </span><a href="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1209201041.htm" target="_blank"><span style="font-family: arial; font-size: 130%;">está aqui</span></a><span style="font-family: arial; font-size: 130%;">.<br>

<span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br>Leiam também o ótimo texto da companheira Flávia, publicado no site <a href="http://www.culturaebarbarie.org/mundoabrigo/2010/09/de-volta-sobre-o-espiao-de-dil.html"><span style="color: rgb(153, 0, 0);">Cultura e Barbárie</span></a> com o título Sobre o espião de Dilma, que reproduzo abaixo:<br>

<span style="color: rgb(255, 255, 255);">.<br></span><em>Há dias tenho pensando em voltar. Tinha jurado para mim mesma que não escreveria sobre política. </em></span><a href="http://www.linearclipping.com.br/fecomerciodf/detalhe_noticia.asp?cd_sistema=7&amp;codnot=1308521"><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><em>Mas
o que posso fazer diante de uma matéria repulsiva que tenta, pela
milésima vez, banalizar a ditadura brasileira e colocar no mesmo
patamar torturadores e torturados</em></span></a><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><em>?<br><br>Mas
não vou falar aqui do vínculo da Folha com a Ditadura no passado. Vou
falar do vínculo da Folha com a Ditadura no presente; sobre a
perpetuação da barbárie promovida por um jornal e pelos seus
jornalistas; sobre esse absurdo de matéria publicada com o espião da
Dilma, que leva esse mesmo nome, sem pudor nem respeito: &quot;Espião de
Dilma&quot;. A Folha largou mão dos eufemismos e imprime em suas páginas,
com visível comoção dos que fizeram a matéria, a naturalização do
horror.<br><br>E tudo começa com a comparação mais esdrúxula que já li na minha vida:<br><br>&quot;Filha
de imigrante, líder de grupos de resistência à ditadura, ministra e
candidata a presidente, Dilma Rousseff pode dizer que foi longe.&quot;<br><br>&quot;Não
se pode dizer o mesmo de Sílvio Carriço Ribeiro, 69, ex-agente da
chamada &#39;comunidade de informações&#39; na ditadura (1964-1985) e
ex-coronel da Brigada Militar: continua morando perto da casa em que
Dilma viveu, na Vila Assunção, na zona sul de Porto Alegre, região onde
mantinha campana para investigar a &#39;subversiva&#39;.&quot;<br><br>Não, não se
pode, e nem jamais poderia, dizer o mesmo do espião da ditadura. Não se
pode dizer o mesmo de uma pessoa cuja crítica máxima que consegue fazer
de Dilma Rousseff, e que ganha os negritos do resumo da matéria, é que
ela &quot;nasceu para mandar, não para ser mandada&quot; e que alimenta a mesma
angústia da Folha: &quot;Lula vai se enganar com ela&quot;.<br><br>A perversão é
tanta que conseguem intitular a segunda parte da matéria como &quot;Lobo&quot;,
referindo-se a super-elaborada impressão do espião da ditadura de que
Dilma não passa de um &quot;lobo em pele de cordeiro&quot;. O ex-coronel,
refere-se a Folha ao espião (porque é preciso manter a autoridade e o
respeito com seus ex-chefes), afirma com todo o seu histórico de ter
mandado para a prisão e tortura sabe-se lá quantos, que pessoas como
Dilma são amargas e duras. Sim, ex-coronel, amarga e dura como era a
realidade da qual o senhor foi cúmplice e que até hoje defende.<br><br>A
falta de qualquer sensibilidade da Folha que endossa uma opinião dessas
é indescritível (sem contar o episódio, que é de conhecimento de todos,
da Ditabranda). Tudo bem que a Folha queira parar a Dilma, é legítimo
que um jornal se oponha. Não é legítimo que ele invente coisas, mas
disso ainda podemos fazer piada como o achincalhamento realizado com o </em></span><a href="http://twitter.com/#search?q=dilmafactsbyfolha"><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><em>#dilmafactsbyfolha</em></span></a><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><em> no twitter (que Idelber arremata </em></span><a href="http://www.idelberavelar.com/archives/2010/09/dilmafactsbyfolha_cronica_da_desmoralizacao_de_um_jornal.php"><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><em>aqui</em></span></a><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><em>).
Mas com a ditadura, só a Folha consegue fazer piada. Nesse sentido, a
Folha será, para sempre, insuperável. E, infelizmente, o jornal do
futuro, como ela se anuncia porque não dá para imaginar outro futuro
para o Brasil enquanto a ditadura não for revista.<br><br>É imperdoável
que a Lei da Anistia não tenha sido revista (e, para maior desespero,
Serra, Marina e Dilma foram contra a revisão). O mínimo que se ganharia
com isso seria coibir e levar ao mais alto constrangimento uma matéria
como essa do &quot;Espião da Dilma&quot;. Como isso não acontece (porque &quot;todo
mundo é igual&quot;, porque todos foram anistiados) abre-se espaço para a
Folha igualar o inigualável: colocar mais de 20 anos depois do fim da
Ditadura, a opinião de um espião como fonte de revelações sobre a
personalidade da candidata a presidência que foi presa e torturada pelo
regime. É o cúmulo do absurdo, mas é a violência mais atroz que se pode
cometer.<br><br>E, na verdade, eu nem precisaria escrever esse post,
porque a banalização do mal está nas palavras do espião publicadas na
Folha como última tentativa de nomear Dilma como terrorista: &quot;atual
candidata a presidente nega que tenha atuado diretamente nessas ações,
mas são correntes afirmações de que ela tinha conhecimento, ordenou ou
planejou várias delas. &#39;Você determinar ou saber quem fez uma coisa
dessas não diminui sua responsabilidade. A responsabilidade é até
maior&#39;, declara Ribeiro.&quot; Ninguém precisa ter lido Hannah Arendt para
entender o que esse monstrinho está falando. Enquanto essa afirmação
deveria ser anunciada com todos os auto-falantes do mundo na orelha do
espião, na orelha dessa corja da Folha, e de todos aqueles que
torturaram, espionaram, mataram, é ele, o ex-coronel espião da Dilma,
quem fala com a voz soberana de quem detém a verdade, responsabilizando
os outros enquanto deveria ser responsabilizado.<br><br>Terão os que
pensam que bater na Folha é chutar cachorro morto. Pode ser mesmo. Mas
eu, na minha singela insignificância, não queria deixar de revidar o
chute no estômago que levei hoje ao ler essa matéria. Eu nasci quando a
ditadura já se desfazia, mas fico &quot;dura e amarga&quot; quando evocam o
período banalizando a barbárie, naturalizando os crimes cometidos,
querendo nos submeter a esse horror que sempre retorna com esse jornal
desprezível, mas ativo e lido no Brasil, que é a Folha de S. Paulo.<br><br>Para
terminar, um desvio: a psicanálise diz que é sempre o analisando que dá
a resposta. Pois foi isso que encontrei nessa sintomática </em></span><a href="http://www1.folha.uol.com.br/poder/797052-folha-retoma-filme-premiado-em-nova-campanha-na-tv.shtml"><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><em>retomada de &quot;filme premiado em nova campanha na TV&quot; na própria Folha</em></span></a><span style="font-family: arial; font-size: 130%;"><em>.
Deixo-lhes com ele e com a frase que se encaixa à prática dessa merda
de jornal: &quot;É possível contar um monte de mentiras dizendo só a
verdade&quot;. Não existe melhor definição para essa matéria: a perpetuação
do passado mais sombrio com o sorriso safado e perverso de quem
constrói o presente.</em> </span></div><br clear="all"><br>-- <br>Robson Bomfim*** <br><br>Tuxaua:Nós na Interseção Digital<br>GNU/LINUX user # 489500<br>e-mail: <a href="mailto:reductio.ad.ethos@gmail.com">reductio.ad.ethos@gmail.com</a><br>

skype: rbscamba1<br>gtalk: reductio.ad.ethos<br>twitter: @rbscamba<br>-<br>-----    --- eSPAço LivRe dE ArTe---    ----<br>*** *Free Art CiberNeticA   --- Gimp---    Inkscape<br>XiluGraVida   @!---§§§#---      /Debian/ /linux/GNU<br>

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</div>