<div dir="ltr">Descanso e politica conservadora em Campinas, pelo Prefeito e secretaria de cultura...<br><div class="gmail_quote"><div><div class="gmail_quote"><div bgcolor="#ffffff"><div><font face="Arial" size="2"></font> </div>


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<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: center; line-height: 130%;" class="MsoNormal" align="center"><b><span style="line-height: 130%; font-size: 14pt;">O MIS e o Palácio dos Azulejos</span></b></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal"> </p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Para além das querelas intestinas deste partido, estamos diante de mais uma medida arbitrária do Governo Hélio no campo das políticas culturais. Não é o umbigo do partido, perdido num passado remoto: é uma instituição de memória com 35 anos de idade e que há seis anos ocupa um imóvel tombado pelos Conselhos do Patrimônio Histórico, em suas instâncias municipal, estadual e federal. O processo municipal de destinação do Palácio dos Azulejos para abrigo do Museu da Imagem e do Som de Campinas, não foi uma decisão apressada de final do nosso governo – como nos faz crer<span>  </span>o texto do Ari -<span>  </span>mas um processo que envolveu todo o planejamento do restauro, coordenado pela pessoa que o Toninho indicou para ser o responsável pelo processo de revitalização do centro da cidade, o Prof. Marco do Valle. Aliás, a proposição de instalação do Museu no Palácio é anterior ao nosso governo, tendo sido iniciado ainda no governo do Chico Amaral algumas obras que visavam a implementação de uma sala de projeção de cinema na parte térrea do anexo que permanece inacabada até hoje.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Para além de todos os projetos que se apresentaram para o Palácio, o que lá está instalado significou investimento público nacional, com financiamento da Petrobrás, e investimento político-cultural de longo prazo com a construção de um Museu de fato, ativo em sua comunidade, e não um depósito de acervos. Cabe lembrar que o processo de revitalização do Centro da cidade envolveu ainda a reconfiguração do Calçadão da 13 de Maio,<span>  </span>a ocupação da Estação, a remodelação do camelódromo do Terminal Central e a retomada do Palácio do Palácio da Mogiana. Tal conjunto de ações foi respaldado pelas entidades representativas do comércio (ACIC, CDL e Associações de Camelôs). A captação de recursos para o restauro do Palácio foi encaminhada pelo CDL e gerenciada pelo mesmo. O restauro do Prédio ficou incompleto, restando inconclusa a parte de trás do andar térreo e o restauro dos afrescos do andar superior.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">A instalação do MIS no Palácio dos Azulejos foi um ato que envolveu a Câmara dos Vereadores, pois foi medida transformada em Lei Municipal, para que quaisquer intenção de despejá-lo, obrigasse a uma discussão mais ampla sobre as políticas culturais. O Museu, depois de ali instalado, teve sua equipe redimensionada para dar conta de publicizar seus acervos e de atender as demandas que se encontraram reprimidas ao longo de seus quase 30 anos de vida nômade. Quem quiser se informar das atividades públicas que o Museu da Imagem e do Som desenvolve, basta consultar suas páginas na internet, quer a vinculada ao Portal Municipal, menos informada pois seus editores não acompanham a dinâmica do Museu, quer as desenvolvidas pela equipe do Museu ou por seus aficcionados.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Nestes seis anos de estabilidade em sua sede, o Museu cresceu, ganhou projeção nacional e internacional, desenvolveu políticas de captação e de produção de acervos, implementou atividades de divulgação de seus acervos e tornou-se um centro de formação no trato das linguagens que lhe são próprias, abrigando iniciativas de parceiros, como o Núcleo de Animação de Campinas, o Coletivo de Educadores Populares, a Revista Negativo On Line, o Instituto dos Cegos de Campinas, ou de instituindo o programa Pedagogia da Imagem, de ação educativa, auferido com o Prêmio Darcy Ribeiro, em 2009, pelo Ministério da Cultura.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Isso tudo se realizou sem que a administração municipal fizesse qualquer gestão para que as dinâmicas se estabelecessem; pelo contrário, as ações administrativas da Gestão Municipal que principiou em 2005 se iniciou com a proibição das sessões de exibição de filmes de arte, sob equivocada alegação de que elas não recolhiam taxas de direito autoral (as sessões sempre foram de caráter educativo e gratuítas); em 2006 aconteceu um processo de intervenção da administração no Museu, que redundou no afastamento de funcionários qualificados (uma historiadora e uma museóloga) e de sua coordenadora, sem maiores justificativas, tendo sido indicado para assumir as responsabilidades da instituição uma pessoa sem qualquer domínio do expediente museológico e sem conhecimento das ações consolidadas no Museu; manteve-se o patrimônio museológico sem recursos disponíveis para sua manutenção e como medida radical da importância que atribui ao Patrimônio Histórico Restaurado, passou-se a permitir que suas cercanias se transformem em depósito de lixo reciclado a todo final de tarde: na ausência de um logradouro apropriado para acumulação do lixo recolhido no centro da cidade, os catadores depositam nas calçadas da Palácio dos Azulejos seu monturo diário. Os usuários das atividades vespertinas do Museu que se locupletem com a paisagem e com a tortuosidade do itinerário exíguo.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">A estruturação dos projetos que se desenvolvem no MIS se devem à sua equipe, que foi se especializando ao longo dos anos e a seus parceiros que suprem o Museu com o debate cultural que não vemos acontecer em outros espaços.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">A intenção do Prefeito Municipal não encontra abrigo em nenhuma das proposições que tem sido objeto de polêmica ao longo desses últimos anos no meio cultural, quer nos debates do Conselho Municipal de Cultura, quer no Fórum Municipal de Cultura, quer na Conferência Municipal de Cultura, realizada ne final do ano de 2009. A proposição se apresenta, no entanto, como mais um dos capítulos do atropelo que as políticas e instituições culturais que o Prefeito foi eleito para administrar, mas que se abstem de tomar medidas cabíveis: o fechamento do Museu Dinâmico de Ciências e do Museu do Café, o esvaziamento da Estação Cultura e do Centro de Convivência, a precarização da Biblioteca Monteiro Lobato, a interminável reforma do Teatro Castro Mendes, fechado há já quatro anos, o desmonte da EMCEA (Escola Municipal de Cultura e Arte) e o esvaziamento da oferta de cursos e oficinas de educação artística e cultural.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">A proposição de fazer uma salada museológica na Estação Cultura é representativa do emaranhado de arbitrariedades que vão compondo o cenário cultural de uma Secretaria que em grande parte de sua existência funcionou integrada com as áreas de Esportes e Turismo, e que destes foi extirpada ao longo do mandato 2005-2008, e posteriormente mutilada com a retirada da produção dos grandes eventos culturais de sua Coordenadoria de Ação Cultural, tornados expediente do setor de marketing do governo. O modelo que talvez se queira implementar para a política museológica municipal, deve estar naquilo que foi implementado como Centro Campineiro de Memória<span>  </span>Afro-Brasileira, no Palácio da Mogiana: uma instituição sem projeto, sem acervo, sem parceiros e sem equipe gestora.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Quanto aos comentários do Excelentíssimo Senhor Presidente desse nosso combalido partido, só tenho a dizer que as impressões que eu externei na reunião do Diretório Municipal de março passado se acentuaram: - Quanta servidão! E, pasmem, totalmente voluntária!</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">O Brasil possui mais de trinta Museus de Imagem e Som; de quais o Ari estaria falando?</p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Os primeiros MIS foram criados, no Brasil, no período da ditadura, mas não por obra e graça dela e nem daqueles que a ela resistiram; os MIS são criados nessa época, pois é aí que a produção audio visual ganha contornos culturais relevantes, enquando prática que se disseminava pela sociedade.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">A preocupação com a memória histórica e cultural tem relação direta com as ações dos grupos de poder constituídos na sociedade, de cujos interesses se declinam os campos documentais que são priorizados para preservação. Toda instituição de preservação de memória possui políticas de restrição de acesso a seus acervos, quer por perigo de deterioração do material sob guarda, quer por restrição estabelecida por seus doadores. </p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Às instituições museológicas que prezam o caráter público das informações que estão sob sua guarda, desenvolvem atividades de publicação de seu material, quer na forma de livros, ou como no caso dos MIS, na forma de exposições e edições audio-visuais, com o intuito de democratizar o acesso às suas fontes, e tornar a memória social um elemento ativo da sociedade em que está inserido.<span>  </span></p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Quanto à confusão entre cultura popular e cultura de resistência política, temo não ser aqui o local para tratar desses equívocos. O Brasil ainda deve à sua população uma maior atenção aos produtos de sua cultura popular. A política do governo Lula de investimento nos Pontos de Cultura talvez tenha sido um primeiro passo no sentido de desfazer a confusão entre cultura popular e folclore.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Espero ter contribuido para o entendimento dos impasses em torno dos devaneios do Prefeito Municipal com relação ao Palácio dos Azulejos.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Que os projetos sejam elaborados e trazidos a público para que a sociedade possa ter visibilidade daquilo que se trama nos espaços exíguos do poder municipal.</p>



<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal">Saudações culturais e democráticas,</p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 130%; text-indent: 3cm;" class="MsoNormal"> </p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: right; line-height: 130%;" class="MsoNormal" align="right"><b>Batata</b></p></div></div>
<p></p>-- <br></div></div></div>-- <br>Robson Bomfim*** <br><br>Tuxaua:Nós na Interseção Digital<br>GNU/LINUX user # 489500<br>e-mail: <a href="mailto:reductio.ad.ethos@gmail.com">reductio.ad.ethos@gmail.com</a><br>skype: rbscamba1<br>

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