[Macronoroeste-campinas] [Eureca Campinas] E-mail de compilação para eurecacampinas em googlegroups.com - 1 mensagem em 1 tópico

Terça Abril 9 00:31:02 CEST 2013

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Resumo do tópico de hoje
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  - Universidade Fed. X Instituto Fed em Campinas [1 atualização]
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Tópico: Universidade Fed. X Instituto Fed em Campinas
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---------- 1 de 1 ----------
De: Gerardo Melo <gerardommelo em gmail.com>
Data: Apr 07 06:59PM -0300
URL: http://groups.google.com/group/eurecacampinas/msg/4348c8ff2ea7022

*Assunto: Universidade Fed. X Instituto Fed. em Campinas
Data: 07/04/2013 13h29min07s UTC
*
Prezadas e prezados colegas,

Segue anexado a este e-mail, e colado logo abaixo, um artigo que publiquei
hoje no Correio Popular. O texto trata da polêmica presente no debate sobre
a instalação de um Inst. Federal de Educação e de uma Universidade Federal
em Campinas.
Um abraço!

Marquinhos

* *

*Correio Popular de Campinas, dia 07.04.2013, p. A-2, Caderno Opinião*

* *

*Universidade vs Instituto*

Na mais recente campanha eleitoral, candidatos a prefeito reivindicaram a
Universidade Federal de Campinas e o Ministro da Educação, em 16.10.12,
afirmou que esta seria uma prioridade no processo de expansão da rede
federal. Mas, de 2012 a 2013, novos elementos integraram a equação
sociopolítica a determinar a vinda ou não de uma universidade federal para
Campinas. Dois deles são: a construção do Instituto Fed. de Ed., Ciência e
Tecnologia de SP (IFSP) e o local onde este será instalado, bem como a
futura universidade federal.

O IFSP é uma autarquia federal de ensino fundada em 1909 e tem estrutura
multicampi (28 *campi* e 20 polos de educação a distância) distribuída no
Estado de SP, com 22 mil alunos. Em 2008, foi elevado ao *status* de
universidade, do que resultou a destinação de 20% das vagas para
licenciaturas em Ciências e Matemática. Integrante da rede federal de
educação técnica e tecnológica, o IFSP viveu recentemente forte expansão.
Seu objetivo é atender às demandas mais urgentes do desenvolvimento
econômico regional, com a destinação de 50% das vagas para cursos técnicos,
complementadas pela formação tecnológica nas engenharias. Ao IF de Campinas
foram previstas, em 2009, 1200 vagas (Automação, Química, Mecânica e
Informática) a serem disponibilizadas em área do Satélite Iris, com R$ 7
milhões em recursos previstos.

Assim, o IFSP não substitui a universidade federal, pois enquanto o IF
atende à formação técnica e tecnológica, as universidades articulam ensino
de graduação em diferentes áreas, pesquisa (produção de conhecimento) e
extensão (atividades que levam “saberes” e habilidades que circulam no
interior da universidade ao encontro das demandas da e em diálogo com a
comunidade). Há entre o IFSP e a futura universidade federal de Campinas
atribuições distintas, porém, complementares. Acreditar que um substitui o
outro poderá resultar em se ter em Campinas um arremedo da rede federal de
educação.

Se há distintas atribuições ao IF e à universidade, todavia, é preciso
reconhecer que entre eles há, também, identidades. A principal delas reside
no fato de que ambos são indutores do desenvolvimento econômico, social,
político e cultural. Assim, não é filigrana a discussão sobre o local em
que ambos serão instalados.

Nesse debate, há os que entendem como producente instalar o IF e a futura
universidade na região de Barão Geraldo, local com forte vocação ao
desenvolvimento científico e tecnológico, com universidades instaladas,
centros de desenvolvimento e de pesquisa. Tal posição se sustenta em uma
superada visão de cidade, pois a entende como configurada pela fragmentação
do território, no qual cada parte tem específicas atribuições. É essa visão
que dá fundamento para o desenvolvimento da cidade ocorrer por cizânias,
que colaboram para aprofundar as desigualdades e injustiças no território
local, como expressa a realidade das “Duas Campinas”: a “Campinas
desenvolvida, de universidades e centros de pesquisa” e a “Campinas
empobrecida, de miseráveis e de lixões”.

Todavia, ao conceber os IF e as universidades como indutores do
desenvolvimento, conclui-se que o melhor local para a instalação desses
equipamentos é a região do Campo Grande e do Ouro Verde, justamente porque
nela não há suficientes equipamentos públicos, muitos menos, os desse
gênero. A posição em favor da instalação da universidade e do IF na região
“para além da Anhanguera” se sustenta em outra visão de cidade, segundo a
qual Campinas deve se desenvolver com “novas centralidades”, uma vez que,
assim, melhor se enfrenta os problemas locais e se colabora para superar as
contradições dramáticas que se manifestam no território campineiro.

É significativo o papel que a Câmara Municipal está assumindo por meio da
articulação da “Comissão Especial de Estudos para a Instalação da
Universidade Federal de Campinas”, pois enfrenta a visão ultrapassada de
cidade que têm alguns do Executivo Municipal e setores sociais que insistem
em adotar posições nesse debate que reforçam as desigualdades históricas de
Campinas. Junto aos vereadores, as forças sociais progressistas da cidade,
mormente, as que sofrem os prejuízos da divisão que se verifica nas “Duas
Campinas”, devem se articular para lutarem pela construção de uma nova
cidade, em que todos possam ter acesso aos frutos do desenvolvimento.

*Marcos Francisco Martins*

Professor da UFSCar e pesquisador do CNPq

marcosfranciscomartins em gmail.com

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