[Macronoroeste-campinas] [Eli dos Santos Fernandes] Rebeca Linhares: Do passeio à cabeça do cachorro
Eli Fernandes
fernandeseli em gmail.com
Quinta Outubro 25 01:23:56 CEST 2012
Simbiose na combinação de seres humanos e animais domésticos
A profissão é a de uma passeadora de cães. Ou condutora de cães. É quem
ensina as coisas básicas: O cachorro andar sem te puxar, você sair primeiro
na frente, evitar brigas na ruas, coisas assim. Esta profissão é difundida
no mundo do trabalho como dog walker. A outra é babá de animais ou pet
sitter.
A entrevistada nesta matéria é Rebeca Linhares, que já fez um site:
http://animalbemcuidado.wix.com/campinas , onde ela explica sobre a
importância do trabalho. "Mas o básico é que ao passear todos os dias, o
cão fica menos ansioso, mais sociável. Mantém o estímulo físico e até
mental, por causa do faro. No caminhar ele fareja coisas diferentes",
explica.
Rebeca conta que anda lendo sobre cães, como os livros de Cesar
Millan, "meu mestre... esse cara é demais", disse. "Conhece?". Ela pergunta
e manda outra autora: Alexandra Horowitz ("A Cabeça do Cachorro"). "Muito
bom também. Falo com adestradores, quando preciso de ajuda. Enfim, estou me
inteirando nesse mundo canino", brinca.
Mas ela leva a profissão bem a sério e adverte: "O cachorro é animal de
matilha, né? Então, precisa caminhar, conviver com pessoas, outros animais
etc.".
Ela foca nas informações sobre animais domésticos porque é o seu trabalho.
Está disponível para dúvidas ou mais perguntas.
1 - O que é mais importante hoje na sua profissão e quais as pessoas que te
procuram?
O mais importante hoje na minha profissão é satisfazer as necessidades dos
animais, e consequentemente, dos seus donos.
A minha preocupação é o bem estar do cachorro, gato ou o qualquer animal
que eu venha a cuidar.
O passeio, como já te expliquei é muito bom para suprir o instinto do
animal de matilha (caminhar e se socializar), e para estimulá-lo física e
mentalmente. Um cachorro que passeia com regularidade, tende a ser mais
saudável e menos ansioso. Mesmo que você tenha um grande espaço em sua
casa, eles precisam conhecer outros lugares e farejar outros cheiros. Sua
casa, por maior que seja, não passará de um canil.
Como consequência, seu dono fica mais feliz quando tem um cachorro mais
feliz. Sua relação de amizade pode se intensificar mais se o seu animal for
mais calmo e tranquilo. Faz bem aos dois.
No caso do trabalho de pet sitter é a mesma coisa, procuro não fugir da
rotina em que o animal está acostumado para que ele não sinta mais a falta
de seu dono. Nesse caso, posso cuidar também de gatos ou outro animal (que
não seja feroz...rs), que a pessoa tenha. Muita gente não gosta de
deixa-los em hotéis, pois além da maior parte deles ser formado com baias e
gaiolas, o animal fica num ambiente estranho. É fato que em seu lar, o cão
e, principalmente, o gato sente-se mais seguro.
Os "donos dos meus clientes", pois os verdadeiros são os bichos;
normalmente são pessoas que amam seu animal e se preocupam com o bem estar
deles. Quando viajam se encontram num dilema de com quem ficará a
responsabilidade dos cuidados do seu animal e acabam por preferir pagar
alguém que supra as necessidades da rotina deles do que pedir que um
vizinho ou amigo faça-lhe um favor (normalmente a pessoa não tem obrigação
e talvez cuide deles de acordo com sua rotina e não a do cão). Os hotéis,
exceto os que os donos já conhecem, não são muito bem vistos, pelo que
percebo. As pessoas têm medo de alguma coisa aconteça com seu bichinho ou
que eles fiquem presos demais. Nesse trabalho eu passo em média uma hora
cada visita (nada cronometrado), e passeio, brinco, limpo os dejetos e dou
a alimentação.
No caso dos passeios são pessoas que tem a consciência de que seu cão
precisa de uma atividade, ou porque está obeso, ou é muito agitado, ou
mesmo por conhecer o instinto do cachorro. Normalmente elas trabalham
demais e ficam pouco em casa ou são mais idosas, ou fragilizadas e não
conseguem passear com seu cão.
Nos dois casos, os clientes dispõe uma certa condição financeira. Não sei
se isso existe ainda, mas classes média e alta.
2 - O que você vê nas ruas hoje, com relação ao que fazem com os animais?
Eu vejo dois extremos. Pessoas que tratam seus animais como coisas. Se me
faz bem eu fico, senão jogo fora. E pessoas que amam seus animais e fazem
qualquer coisa por eles. Já vi gente abrindo a porta do carro e jogando o
cachorro pra fora. Já ouvi pessoas dizendo que perderam seus animais porque
fugiram (Minha opinião nesse caso é a falta de cuidado). Já vi pessoas que
quando veem um cachorro ou gato atravessando uma rua, aceleram o carro,
espantam, jogam coisas. Outras que têm dó, mas não fazem nada...
Olha, já vi muita coisa que me deixou arrasada, triste mesmo. Indignada
como que pode ter um coração tão duro, ser tão maldoso. Teve dia que
cheguei em casa chorando ou chorei na rua mesmo...
Por outro lado, vejo pessoas que amam demais. Que "estocam" animais, que
recolhem tudo o que passa na rua, que passa a vida levando ração e água pra
cá e pra lá. Frequentam veterinários salvando a suas vidas. Fazem o que
podem eo que não podem por eles.
Acredito que estas existam menos do que as outras, ainda! Porém, observo um
aumento gradativo na conscientização das pessoas para o bem estar desses
animais. Tenho lido e visto muitas campanhas no facebook, sites,
propagandas que fazem mutirão em prol deles. A própria delegacia de animais
aqui em Campinas é um resultado disso.
3 - As cidades têm estrutura para comportar os melhores amigos do homem?
No momento acho que não. Acredito ser preciso fazer muita coisa, ainda.
Vejo muitos animais abandonados pelas ruas. Primeiro de tudo ea maior
verdade é essa descrita na pergunta: ensinar a todos que os animais são os
melhores amigos do homem. Que eles estão aqui, nesse mundo, junto com a
gente por algum propósito. Mas não é o de nós os exploramos. Quantas
histórias de amor e superação a gente vê por aí que envolvem os animais.
Bichos que salvam nossas vidas, que são nossos companheiros inseparáveis.
Ou mesmo que nos fazem bem só de observá-los.
Agora mesmo, minha mãe me grita...levanto, vou ver: meus 3 gatos em volta
de um pardalzinho filhote, no tapete da cozinha. Imóvel. Resultado, fui na
casa de um vizinho que conhece a espécie, já o analisou, sem machucados, só
assustado. Me emprestou uma gaiolinha com quirela e água; coloquei-o num
lugar seguro da casa, para que eu possa soltá-lo na hora em que ele esteja
preparado para a vida...rs
Sempre fui mais ou menos assim, quando posso salvar, nem pestanejo. Nem que
seja pra deixar uma água na praça, um pouco de ração, ajudar uma entidade
ou uma pessoa que os possui...tratar um cachorro muito doente da rua...
etc. Desde pequena sempre me comovi e lutei por essa causa. Por exemplo, se
eu tenho 50 reais no bolso pra me divertir e me deparo com um animal
precisando de alguma coisa que eu deva gastar os 50, eu nem penso...ajudo
esse animal na hora e volto pra casa feliz e gratificada por isso. Pena que
não posso fazer mais do que faço.
Mas voltando a resposta, para a cidade comportar todos esses animais, é
preciso fazer campanha de castração para o controle populacional,
conscientização do valor e do respeito que devemos ter com eles, e
principalmente a conscientização de que quando pegamos um animal para
criar, devemos pesar tudo: se temos condições financeira e psicológica para
cria-lo, espaço dedicado para cada espécie, paciência e saber que, no caso
de cães e gatos, teremos a responsabilidade por eles de 10, 12 e muitas
vezes mais anos de vida. E essencialmente, pegar um animal com o intuito de
suprir as necessidades deles e não as nossas.
Muitos pegam um cachorro porque querem companhia, porque querem que tomem
conta da casa, porque dão um brinquedinho para o filho... coisas assim.
Gostam deles, acham bonitinho, porém se der muito trabalho...eu doou ou
jogo fora. É triste, mas grande parte é assim.
Acho que deveriam criar um hospital público para animais, deveriam
dispender algum dinheiro da prefeitura para as Ongs (que estão lotadas de
bichos), deveriam fazer uma campanha com os profissionais em veterinária
para um certo número de castração gratuita por mês.
As pessoas deveriam fazer mais doações para quem precisa... seja em
dinheiro, seja um saco de ração, seja uma vaquinha para uma castração ou
tratamento de um animal perdido perto de suas casas, de alguém que você
conhece... enfim... mais ajuda e campanhas para a causa animal. A natureza
tem que ser valorizada, cuidada e respeitada. Todos os as animais! O
maltrato com os animais é covardia, prepotência e maldade. Pra mim, quem
machuca um animal, pode machucar uma pessoa.
Não gostar é direito de cada um, mas maltratar, ou usá-los para fins
lucrativos ... é crime.
--
Postado por Eli Fernandes no Eli dos Santos Fernandes em 10/24/2012
04:23:00 PM
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