[Macronoroeste-campinas] FW: [interconselhoscps] Carta Maior: A revolução feminista no Oriente Médio

Isabel Barbosa issil em hotmail.com
Sábado Março 26 03:00:14 CET 2011



 


To: interconselhoscps em grupos.com.br
Date: Sun, 13 Mar 2011 22:25:27 +0000
Subject: [interconselhoscps] Carta Maior: A revolução feminista no Oriente Médio
From: gerardomelo em terra.com.br



 
A revolução feminista no Oriente Médio
Boletim Carta Maior - 13 de Março de 2011  
 
O papel das mulheres no grande levante do Oriente Médio tem sido muito pouco analisado. As mulheres do Egito não só “se somam†aos protestos, mas tem sido uma força destacada da evolução cultural que as tornou indispensáveis. E o que vale para o caso do Egito, pode se dizer também, em maior ou menor medida, para todo o mundo árabe. Quando as mulheres mudam, tudo muda; e as mulheres do mundo muçulmano estão mudando radicalmente. O artigo é de Naomi Wolf.
 
Naomi Wolf - Al Jazeera
Entre os estereótipos dos países muçulmanos mais habituais no Ocidente encontram-se os relativos às mulheres muçulmanas: crédulas, cobertas com véus, submissas, exóticas e caladas, integrantes de haréns imaginários e encerradas em papéis de gênero muito rígidos. E então, onde estavam essas mulheres na Tunísia e no Egito.
Em ambos os países as manifestantes não se pareciam absolutamente com esse estereótipo ocidental: estava na primeira linha da luta e no centro, nas imagens das notícias e nos fóruns do Facebook, inclusive assumindo a liderança. Na praça Tahrir, no Egito, mulheres acompanhadas, algumas acompanhadas de crianças, trabalhavam sem descanso para apoiar os protestos, contribuindo em atividades de segurança, comunicações ou abrigo. Muitos comentaristas atribuíam o grande número de mulheres e crianças ao caráter pacífico dos manifestantes em geral diante de graves provocações.
Outros repórteres-cidadãos da Praça Tahrir – e praticamente qualquer um que tivesse um telefonema celular poderia sê-lo – assinalavam que as massas de mulheres implicadas nos protestos eram muito diversas do ponto de vista demográfico. Muitas levavam lenços na cabeça e outros sinais de conservadorismo religioso, enquanto outras se deleitavam com a liberdade de beijar um amigo ou fumar um cigarro em público.

Participantes, líderes
Mas as mulheres não só atuavam como trabalhadoras de apoio, o papel habitual a que ficam relegadas nos movimentos de protesto, desde os da década de 1960 até os recentes distúrbios estudantis no Reino Unido. As mulheres egípcias também organizavam, formulavam estratégias e informavam dos acontecimentos. Autoras de blogs como Leil Zahra Mortada assumiram graves riscos para manter o mundo informado diariamente sobre a situação na praça Tahrir e outros lugares.

O papel das mulheres no grande levante do Oriente Médio tem sido muito pouco analisado. As mulheres do Egito não só “se somam†aos protestos, mas tem sido uma força destacada da evolução cultural que as tornou indispensáveis. E o que vale para o caso do Egito, pode se dizer também, em maior ou menor medida, para todo o mundo árabe. Quando as mulheres mudam, tudo muda; e as mulheres do mundo muçulmano estão mudando radicalmente.

A transformação mais importante é educativa. Há duas gerações, somente uma reduzida minoria das filhas da elite recebia formação universitária. Hoje, as mulheres representam mais da metade do número de estudantes nas universidades egípcias. Elas estão se formando para exercer o poder de um modo que suas avós mal poderia imaginar: publicar jornais, como fez Sanaa el Seif desafiando um decreto governamental que exigia a interrupção da atividade; aspirando postos de liderança estudantil; arrecadando fundos para organizações de estudantes ou dirigindo reuniões.

De fato, uma minoria substancial de mulheres jovens do Egito e de outros países árabes passaram seus anos de formação refletindo criticamente em contextos mistos e questionando em público inclusive a professores homens nas aulas. É muito mais fácil tiranizar uma população quando a metade tem uma péssima educação e é trinada para a submissão. Mas, como os ocidentais deveriam saber por sua própria experiência histórica, quando se educa as mulheres é provável que agitação democrática acompanhe a transformação cultural generalizada que se produz.

A natureza dos meios de comunicação social também contribuiu para converter as mulheres em líderes do protesto. Por ter me dedicado durante mais de uma década a ensinar técnicas de liderança para mulheres, sei o quanto difícil é conseguir que se coloquem em pé e tomem a palavra em uma estrutura organizativa hierárquica. Deste modo, as mulheres costumam evitar a figura padrão que, no passado, os protestos tradicionais impuseram a determinados ativistas: quase sempre, a de um jovem exaltado com um megafone na mão. 

Projeção de poder
Em semelhantes contextos – um cenário, um foco e um porta-voz – as mulheres evitam os papéis de liderança. Mas os meios de comunicação social, pela própria natureza da tecnologia, modificaram o aspecto e a aparência da liderança atual. O Facebook imita o modo pelo qual muitas mulheres preferem viver a realidade social, onde as relações entre as pessoas são tão importantes quanto o predomínio ou o controle individual, se não mais.

Pode-se ser um líder poderoso no Facebook justamente forjando uma “primeira pessoa do plural†realmente fabulosa. Ou pode-se conservar o mesmo tamanho, conceitualmente, que qualquer outra pessoa em sua página; não é necessário reafirmar o domínio ou a autoridade. A estrutura da interface do Facebook cria o que – em que pese 30 anos de pressão feminista – as instituições de cimento e tijolo não conseguiram gerar: um contexto no qual a capacidade das mulheres para forjar um “nós†poderoso e envolver-se na liderança a serviço dos demais possa promover a causa da liberdade e da justiça em todo o mundo.

Logicamente, o Facebook não pode reduzir os riscos dos protestos. Mas, por mais violento que possa ser o futuro no Oriente Médio, o registro histórico do que ocorre quando as mulheres que receberam educação participam de movimentos libertadores faz pensar que chegou ao fim a era daqueles que gostariam de manter um regime de punho de ferro na região.

Quando a França iniciou sua revolução em 1789, Mary Wollstonecraft, que foi testemunha inesperada dela, escreveu seu manifesto em favor da libertação das mulheres. Depois que as mulheres norte-americanas, que tinham recebido educação, contribuíram para a luta pela abolição da escravidão, elas introduziram na agenda o sufrágio feminino. Depois que disseram na década de 1960 que a “única posição para as mulheres é a horizontalâ€, criaram o feminismo de “segunda geraçãoâ€: um movimento nascido das novas habilidades e das velhas frustrações das mulheres.

Uma e outra vez, quando as mulheres travaram as demais batalhas de seu tempo pela liberdade, passaram a defender seus próprios direitos. E como o feminismo é uma prolongação lógica da democracia, os déspotas do Oriente Médio enfrentam uma situação na qual será quase impossível obrigar a estas mulheres que despertaram a deter a luta pela liberdade, a sua própria luta e a de suas comunidades.

(*) Naomi Wolf é ativista política e crítica social; seu livro mais recente é “Give Me Liberty: A Handbook for American Revolutionariesâ€.
Tradução: Katarina Peixoto
 



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Boletim Carta Maior - 13 de Março de 2011 
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 Naomi Wolf: a revolução feminista 
no Oriente Médio
O papel das mulheres no grande levante do Oriente Médio tem sido muito pouco analisado. As mulheres do Egito não só “se somam†aos protestos, mas tem sido uma força destacada da evolução cultural que as tornou indispensáveis. E o que vale para o caso do Egito, pode se dizer também, em maior ou menor medida, para todo o mundo árabe. O artigo é de Naomi Wolf. 
> LEIA MAIS | Internacional | 12/03/2011



 

 Vanguarda de jovens derrubou ditadura egípcia, diz Samir Amim
A queda de Mubarak não deve ser vista com surpresa de acordo com Samir Amin. Anos de crescimento econômico elogiados pelo Banco Mundial só serviram a um grupo minúsculo de egípcios, além do que a repressão policial era crescente e brutal. “Tinha que explodir. E Explodiuâ€, afirma em entrevista exclusiva à Carta Maior. O economista e intelectual egípcio conta ainda como foi dos jovens politizados “fora da esquerda tradicional†a vanguarda da revolução que derrubou a ditadura egípcia. E reafirma leitura crítica aos rumos do Fórum Social Mundial. 
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 Boaventura de Sousa Santos
As mulheres não são homens
A cultura patriarcal tem uma dimensão particularmente perversa: a de criar a ideia na opinião pública que as mulheres são oprimidas e, como tal, vítimas indefesas e silenciosas. Este estereótipo torna possível ignorar ou desvalorizar as lutas de resistência e a capacidade de inovação política das mulheres.
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Especial Fome e Desordem Financeira Mundial



 

 As vítimas do livre mercado
No programa 60 Minutos, domingo passado, a principal reportagem tratava sobre o massivo aumento do número de estudantes sem vaga nas escolas públicas dos Estados Unidos. Em um dos condados da Flórida, esse número está aumentando de 15 a 30 alunos por dia. Mas em sua maior parte, os principais meios de comunicação mantem-se o mais longe possível destas histórias sobre a nova onda de insensibilidade nos EUA. 
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• A desordem financeira global e a ameaça da fome
• Estados Unidos: O significado de Madison
• Guerras no Afeganistão e no Iraque sugam orçamento dos EUA



 

 A financeirização da fome
Nos últimos 30 anos, a desregulamentação e a liberalização da finança quebraram as barreiras impostas pelas reformas dos anos 30 do século passado, criaram os supermercados financeiros e promoveram a securitização dos créditos. No vendaval das reformas neo-liberais, os governos abandonaram as políticas de estabilização de preços baseadas na formação e operaç&ati lde;o de estoques reguladores (ainda que os países desenvolvidos tivessem mantidos os subsídios a seus agricultores) e submeteram os mercados de commodities, instáveis por sua própria natureza, ao capricho e à sanha especulativa dos mercados futuros. O artigo é de Luiz Gonzaga Belluzzo. 
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• Risco Moral exige regulação da riqueza
• Os desafios da regulação cambial
• O problema da taxa de juros no Brasil
• Inflação, Política Monetária e o Problema do Juro no Brasil
• Lenta recuperação econômica e alta das commodities, o que fazer?
 




 






 








 








 







A posição do Brasil sobre a Líbia 
Que posição o governo brasileiro deveria ter em relação ao que ocorre na Líbia? -13/03/2011 





 


Colunistas



 

 Paulo Kliass
Pibão ou pibinho: entre retórica e realidade
Não há como manter níveis elevados permanentes do Produto Interno Bruto de um país apenas com estímulos ao consumo. A obtenção de índices expressivos de crescimento do investimento é exatamente o que garante a capacidade de consumo durável no futuro. - 13/03/2011



 

 Laurindo Lalo Leal Filho
Notícias internacionais têm pauta única
As agências de notícias tradicionais foram criadas como empreendimentos para a divulgação de informações financeiras em meados do século 19. Apoiadas pelos governos dos países onde tinham sede, essas agências nunca deixaram de ver o mundo segundo a ótica peculiar desses mesmos países. - 11/03/2011





 


Em Destaque



 


Tragédia no Japão expõe perda da noção de limite
Nas catástrofes atuais, parece que vivemos um paradoxo: se, por um lado, temos um desenvolvimento vertiginoso dos meios de comunicação, por outro, a qualidade da reflexão sobre tais acontecimentos parece ter empobrecido, se comparamos com o tipo de debate gerado pelo terremoto de Lisboa, no século XVIII, que envolveu alguns dos principais pensadores da época. A humanidade está bordejando todos os limites perigosos do planeta Terra e se aproxima cada vez mais de áreas de riscos, como bordas de vulcões e regiões altamente sísmicas, construindo inclusive usinas nucleares nestas áreas. A idéia de limite se perdeu e a maioria das pessoas não parece muito preocupada com isso. O artigo é de Marco Aurélio Weissheimer. - 12/03/2011
 





 


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