[Macronoroeste-campinas] A LOUCA AVENTURA DA DIREITA
Robson Sampaio
reductio.ad.ethos em gmail.com
Sexta Abril 30 04:48:27 CEST 2010
Uma analise interessante para fazermos a reflexao que significa o debate que
esta sendo travado na internet, sobre a eleiçao 2010...
Abs
Robson
*A LOUCA AVENTURA DA DIREITA E A IDEOLOGIA DO MEDO
*
O artigo de Arlete Sampaio, publicado na página da Carta Maior, procura
demonstrar o risco de retrocesso nos avanços obtidos no plano político,
econômico e social. Risco oferecido pela ensandecida tentativa da direita
brasileira em retomar seu controle do Estado. O artigo também contribui para
alertar sobre alguns aspectos ideológicos que a identificam e indica algumas
estratégias que vem adotando para disseminar o medo como forma de dominação.
Notadamente a estratégia que tem se utilizado de certos setores da mídia
para distorcer fatos e divulgar sua propaganda.
Se sabemos que ainda nos falta anvançar muito na construção de um país
verdadeiramente mais justo, democrático e solidário, também estamos certos
da importância de se consolidar avanços que, ainda que possam parecer
tímidos, não nos permitem que retrocessos sejam admitidos. O grupo político
que pleiteia esse retrocesso, saudoso dos tempos de FHC e seus amigos, sonha
em poder retomar seu projeto de um Brasil menor, garantidor dos privilégios
e desmandos de uma elite que por décadas, pra não dizer séculos, tem mantido
quase que inalterado seu poder.
*Esperança e o preconceito: as três batalhas de 2010*
Simone de Beauvoir disse que "a ideologia da direita é o medo". O medo foi o
grande adversário de todas as campanhas de Lula. Desta vez, o fato de Lula
ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor
entre os setores populares. O grande adversário dessa campanha não é mais o
medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que
esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão
por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra
elitista, preconceituosa, autoritária e desigual. O artigo é de Arlete
Sampaio.
Arlete Sampaio
Data: 18/04/2010
A campanha de 2010 não é apenas uma, mas pelo menos três grandes batalhas
combinadas. Uma disputa política, dos que apóiam as conquistas do governo
Lula contra aqueles que sempre as atacaram e agora se esquivam de dizer o
que pensam e o que representam. Uma disputa econômica, dos que defendem o
protagonismo brasileiro e sabem da importância central do estado na
sustentação do crescimento, contra os que querem eletrocutar nossas chances
de desenvolvimento com a proposta de "choque de gestão" e de esvaziamento do
papel do estado. Finalmente, uma disputa ideológica entre, de um lado, a
esperança de um país mais justo, igualitário e sem medo de ser feliz,
contra, do outro lado, a indústria da disseminação de preconceitos.
Na di sputa política, a popularidade do presidente Lula criou uma bar reira
que a oposição prefere contornar do que confrontar. Serra não quer aparecer
como aquilo que ele realmente é: o anti-Lula. O mesmo anti-Lula que ele
próprio foi em 2002 e que Alckmin fez as vezes, em 2006. Daí a tentativa de
posar como "pós-Lula". A oposição irá para a campanha na vergonhosa condição
de fingir que não é oposição, que concorda com o que sempre atacou, que quer
melhorar o que tentou, a todo o custo, destruir. Os eternos adeptos da ideia
de que o Brasil não pode, não dá conta e não consegue, agora, empunham o
discurso de que o Brasil pode mais.
Diante do fato de que alguém precisa assumir o impopular ataque ao governo e
ao presidente, para alvejar a candidatura governista, surgiram duas frentes.
A mais aberta e declarada é realizada pela imprensa mais tradicional, a que
tem relações orgânicas com o grande empresariado brasileiro e com uma elite
política q ue a ela é comercialmente afili ada.
Na ânsia de con seguir, contra Dilma, o que não conseguiu em 2006 contra
Lula, esta imprensa tomou para si a tarefa de tentar derrotar ambos. Para
tanto, tem enveredado em um padrão autoritário que significa um retrocesso
claro até se comparado a seu comportamento na época da ditadura. Naquela
época, a ditadura era a justificativa de suas manchetes. Hoje, não. Se não
fosse pela democracia e pela mídia regional e alternativa, a situação seria
igual à vivida quando era mais fácil ter notícias fidedignas a partir da
imprensa internacional do que pela grande imprensa brasileira.
Um exemplo: o tratamento dado à participação do presidente Lula na cúpula
nuclear em Washington. Dois dos mais tradicionais jornais brasileiros
(Estadão e Folha) deram manchetes idênticas ("Obama ignora Lula..."), numa
prova não de telepatia, mas de antipatia. Um editorial ("O Globo", 14/4)
chegou a dizer que "Lula isola Brasil na questão nuclear". Se c ontássemos
apenas com esses jorna is, teríamos que apelar à Reuters, ao Wall Street
Journal, ao Financial Times ou à Foreign Policy para sabermos que a China
mudou de posição por influência do Brasil e declarou oficialmente sua opção
pelo diálogo com Teerã.
Seria demais pedir que se reproduzisse, por exemplo, o destaque dado à
cúpula dos BRICs, que no jornal Financial Times e na revista Economist foram
bem maiores do que o conferido à cúpula de Washington. Até hoje, porém, o
fato de nosso país estar galgando a posição de polo dinâmico da economia
mundial, de modo acelerado, é visto com desdém pelos que não acreditam que o
Brasil pode mais.
A questão nuclear teve a preferência porque cai como uma luva à tentativa de
trazer para 2010 a questão do terrorismo, além de demonstrar a relação que
existe entre as campanhas anti-Dilma, declaradas e mascaradas. A questão do
terrorismo é um curios o espantalho invocado pelos própr ios corvos (para
usar uma imagem ap ropriada ao lacerdismo que continua vivo na direita
brasileira e em parte de sua imprensa). A diferença sobejamente conhecida e
reconhecida entre guerrilha e terrorismo e o fato de que os grupos armados
brasileiros sempre se posicionaram contra o terrorismo como forma de luta
política são esquecidos. Durante a ditadura, os grupos armados eram acusados
de terroristas pela mesma linha dura que arquitetava explodir um gasoduto no
Rio e bombas no Riocentro para inventar terroristas que, de fato, não
existiam. A parte da imprensa que, por conta própria, reedita o
autoritarismo faz jus ao título de "jornalismo linha dura".
No campo da política econômica, a batalha será igualmente ferrenha e
desigual, apesar dos feitos extraordinários de Lula. Seu governo é de fato o
primeiro na história do País a conseguir combinar crescimento econômico,
estabilidade (política e econômica) e redução das desigualdades. Segundo
estudos , o Brasil conseguiu avançar em ter mos sociais em ritmo mais
acelerado do que o alcançado pelo estado de bem-estar social europeu em seus
anos dourados. Mesmo isso não tem sido suficiente para abalar a aposta de
alguns setores da elite econômica de que a principal tarefa a ser cumprida é
a de tornar o Brasil o país com o estado mais acanhado dentre os BRICs. São
os que querem o Brasil mirando o Chile, e não a China, em termos econômicos.
Para alguns, que sempre trataram o Brasil como um custo em sua planilha, não
importa o tamanho do país, e sim o tamanho de suas empresas.
O que se vê até o momento não é nada diante do que ainda está por vir, dado
o espírito de "é agora ou nunca" da direita em sua crise de abstinência. Os
ataques declarados são amenos diante da guerra suja que tem sido travada via
internet, por mercenários apócrifos que disseminam mensagens
preconceituosas.
Dilma é "acusada" d e não ter marido, de não ter mestr ado, de não ter sido
parlamentar. As piores acusações não são sobre o que ela fez, mas sobre o
que ela não fez. As mais sórdidas são comprovadas mentiras, como a de ter
sido terrorista.
Simone de Beauvoir disse que "a ideologia da direita é o medo". O medo foi o
grande adversário de todas as campanhas de Lula, e ele foi vencido em duas,
dentre cinco. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das
ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares. O grande
adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de
poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O
grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como
recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e
desigual.
A oposição cometeu o ato falho de declarar que "o país não tem dono",
mostrando que ainda raciocina como na época em que vendeu grande parte do
patrimônio público e tratou o Br asil como terra de ninguém. Mas, por sorte,
o país tem dono, sim. É o povo brasileiro. E, mais uma vez, é apenas com ele
que contaremos quando outubro vier.
*Arlete Sampaio é médica, foi vice-governadora do DF (1995-1998), deputada
distrital (2003-2006) e secretária-executiva do Ministério do
Desenvolvimento Social, na gestão de Patrus Ananias (2007-2009).*
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